O XV de Portugal fez o que lhe competia: derrotar a Espanha por números (33-15) que não deixam dúvidas algumas – será que a IRB vai perceber?...
Os Lobos fizeram uma boa 1ª parte em que, com um médio-de-abertura como Pedro Cabral a atacar a linha-de-vantagem, as sequências – mesmo com as iniciais dificuldades nas formações-ordenadas – foram sempre interessantes de um ponto de vista do movimento e perigosas no desequilíbrio da defesa adversária. E a ocupação do meio-campo adversário – possibilitando espaço nas costas para correr riscos de forma mais segura – existiu. Não se podendo, bem pelo contrário, dizer o mesmo do público madrileno que, passado o primeiro milho, não se ouviu mais.
O terceiro ensaio, de Frederico Oliveira que meteu sete espanhóis no bolso, foi um tratado de iniciativa individual (este jogador, logo que atinja uma maior maturidade táctica e se não houver deslumbramentos, será um caso sério do rugby nacional) e matou a disputa pelo resultado.
Com um bocadinho mais de exactidão – percepção, antecipação e adaptação das linhas de corrida – no tempo de apoio, a Espanha não teria sabido qual o papel que lhe competia desempenhar (a cara de Umaga na bancada pedia insistentemente que o tirassem daquele filme…). E não fora os dois momentos em que os jogadores portugueses se desligaram de Madrid, deixando ao deus-dará a organização defensiva devida e deixando-se sonhar em Lisboa a derrotar romenos, os espanhóis teriam saído de casa de rastos.
E sábado? Este resultado mantém a confiança elevada. O que é bom. Mas a vitória contra a Roménia dependerá do cinco-da-frente da equipa portuguesa ser ou não capaz de todos os sacrifícios. Neles residirá – note-se ou não das bancadas – a criação das condições que levarão à vitória. Sábado para as primeiras-linhas e bases será necessário um jogo sem retorno num daqueles momentos de nunca deixar um companheiro para trás. É a vossa vez, meus caros!