sábado, 21 de setembro de 2019

JÁ HÁ JOGOS A SÉRIO



Abriu o Mundial com o Japão-Rússia que acabou naquilo que se esperava: vitória confortável dos japoneses a dar razão à ideia do treinador galês da Rússia, Lyn Jones, que, sobre a proximidade da equipa  ao Tiers One, reconheceu “não jogámos a níveis diferentes, jogámos um jogo diferente”. E embora o Japão se pretenda entre os Tiers One e Two, o rugby visto dos russos foi diferente: colisões, perímetro curto, jogo-ao-pé territorial sem outras soluções ofensivas — tiveram 52% de domínio territorial e 50% de posse da bola para 1 ensaio em 43 (47%) de ultrapassagens da Linha de Vantagem — mas a que se juntou a qualidade evidente da velocidade de deslocação de alguns e da capacidade pressionante de combate mas a que falta qualidade criativa para criar desequilíbrios  à defesa adversária. E foi tudo porque defensivamente — apenas 67% de sucesso nas placagens — tiveram erros primários nomeadamente na confusa decisão sobre a escolha do corredor da responsabilidade do ponta e/ou do defesa — e por esse caminho meio-aberto surgiram os ensaios japoneses... Aliás defenderam sempre da mesma maneira independentemente da situação do campo em que se encontravam — o que demonstra o tal jogo diferente com a mesma bola. E não fora o descuidado jogo-ao-pé do abertura japonês e outro galo teria cantado no marcador do sol nascente.
Os jogadores japoneses, pese a incapacidade inicial de lidar com a pressão da estreia num estádio repleto de elevadas expectativas, mostraram um rugby de nível superior ao do adversário. A sua capacidade de manter a continuidade do movimento através de um bom apoio e da capacidade de realizar passes-em-carga (off-loads) teve momentos de alta qualidade. Como ponto fraco notou-se o referido médio-de-abertura que não se mostrou, tecnica e tacticamente, capaz de alimentar as interessantes capacidades demonstradas pelos membros das linhas atrasadas. 
E se nos primeiros dez minutos, pelo acerto russo de exploração eficaz do desacerto japonês, nós portugueses ainda poderíamos sonhar com a possibilidade da Rússia se qualificar para o França 2023, retirando mais um concorrente, o sonho, com a chamada à realidade, morreu cedo: há uma enorme distância entre as oito/dez melhores equipas mundiais e as outras.

Hoje de manhã são visíveis por cá dois jogos de grande expectativa: França-Argentina e Nova Zelândia-África do Sul. No primeiro, que pertence ao Grupo C onde também se encontra a Inglaterra, joga-se muito provavelmente e num quase “ao-bota-fora” a passagem à fase das eliminatórias; no segundo joga-se a evitar encontrar nos 1/4 de final a Irlanda que se tem por vencedora do Grupo B. Alta competitividade em perspectiva, portanto.

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