domingo, 17 de novembro de 2019

PORTUGAL CUMPRIU


O XV de Portugal fez, de acordo com a história das duas equipas e com um resultado com a diferença de pontos que o posicionamento do ranking indica, o que lhe competia: venceu!

O maior problema do jogo foi a ignorância do amadoríssimo cameraman chileno que, não percebendo nada do jogo, nunca conseguia mostrar imagens que nos permitissem perceber o que se passava para além do (às vezes suposto) portador da bola.

Com este resultado Portugal vai apresentar-se no designado 6 Nações B — o Rugby Championship — numa posição e com pontos superiores à Bélgica — o adversário a derrotar neste retorno para garantir a permanência. O que deverá dar boas perspectivas e permitir que o tempo ajude.

Porque o que falta, para já e mais do que tudo, a esta equipa é jogo. Isto é, jogar! Jogar para que a adaptação colectiva seja mais coesa e globalmente mais rápida. E aos seus jogadores falta um campeonato mais exigente que lhes permita tornar num só momento a sequência leitura-decisão-execução. O nível internacional não se compadece com aproximações, vive de momentos que se transformados em oportunidades não podem ser desperdiçados e o domínio desta sequência sem hesitação ou demora, deve tornar-se um hábito. E isso exige experiência.

Experiência que tem um laboratório em cada jogo que se disputa ajudado por cada treino que se faz.

Devemos todos perceber que sem resultados internacionais não há desenvolvimento nem consolidação da modalidade — porque sem uma boa imagem competitiva não há patrocinadores, apoios ou a melhoria da qualidade do que nos envolve. E a construção das condições necessárias para que os jogadores possam expressar as suas capacidades num caminho de excelência — o desporto de rendimento é disso que trata — depende dos clubes e dos treinadores que escolhem para comandar as suas equipas. E tudo isto depende da capacidade de criação de um sentimento de pertença no rugby português. Que tem na preocupação pelo resultado a sua tradução.

Estes dois jogos da digressão à América Latina expuseram os jogadores e mostraram as qualidades e possibilidades de cada um — de uns mais do que outros, naturalmente. O seu futuro, para além de depender deles próprios, depende daquilo que queiramos fazer do rugby em Portugal.

E não se pode perder tempo — porque os adversários não o estão a perder. E os sonhos, sabe-se, podem morrer na distracção.

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