quinta-feira, 7 de novembro de 2019

QUALIDADE VENCE A QUANTIDADE

Como se costuma dizer e apesar das mesmas regras, das mesmas dimensões de campo, de idêntica bola e praticamente com os mesmos jogadores, não há, por mais que exista um modelo ou padrão identitário, dois jogos iguais — que o diga a Inglaterra que se mostrou dominadora contra os AllBlacks e, uma semana depois, se viu dominada pela África do Sul.
E a Inglaterra foi dominada não porque — como por aí se vai facilitando — o poderio físico dos sul-africanos era muito superior e, por isso, determinaram as regras nas fases estáticas, pressionando barbaridades e alargando o campo para obrigar ao cansativo desdobramento defensivo inglês.
No entanto... veja-se o quadro da compacticidade dos jogadores — essa espécie de densidade, distribuindo peso pela altura do corpo de cada um dos intervenientes — e verificar-se-à a relação entre ambos os blocos.
E não há dúvida, a compacticidade média dos jogadores avançados que jogaram a final é favorável aos ingleses, apresentando mesmo jogadores com um nível de constituição física superior. De facto o bloco de avançados inglês inicial — os 8 jogadores de entrada — é o mais pesado e também mais baixo — embora com um saltador de 2,04m mas que explicará as dificuldades — das equipas que jogaram as meias-finais.

A superior altura colectiva dos alinhamentos aumenta em muito, pela soma das diferenças, a vantagem da captação da bola 
Mas se essa composição chegou para a Nova Zelândia, porque não chegou para a África do Sul?
Principalmente porque a formação-ordenada não é uma questão de peso bruto mas sim de técnica — veja-se o movimento dos pés dos pilares sul-africanos — e de coordenação e coesão simultâneos de todos os membros do bloco — veja-se a diferença de posição corporal dos segundas-linhas sul-africanos comparativamente à posição dos ingleses. E terá sido isto — um superior saber formar e transformar o conjunto de indivíduos num grupo coeso e determinado — que possibilitou o domínio provocador de faltas — e foram seis! E para além da superior capacidade técnica existiu um factor estratégico que pode ter sido, foi com certeza!, determinante: o cinco-da-frente sul-africano, por ter jogado no conjunto do campeonato menos minutos de jogo por fazer substituições mais cedo — no propósito de agregação de ganhos marginais — manteve uma frescura mais duradoira com a consequente superior eficácia.

No final deste Mundial e analisando os valores de início e finais do ranking da World Rugby pode perceber-se quem ganhou e perdeu.
A África do Sul foi, naturalmente, quem conquistou o maior número de pontos — 6,85 — e a Irlanda teve o pior resultado com 5,02 pontos perdidos. 
Curiosamente Japão, Uruguai, Argentina e Samoa obtiveram, graças às vitórias conseguidas na fase de grupos, pontos suficientes para serem colocados no quarto superior do quadro. O que para equipas do Tiers 2 não é nada mau e pode muito bem ajudar na pretensão de maior junção.

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