No mesmo dia em que se disputaram as meias-finais da Champions Cup, começou o Campeonato Nacional da Divisão de Honra 2020/2021. Desta vez e por adaptação à pandemia com 4 Grupos de 3 equipas agrupadas de acordo com a sua região e proximidade.
E o começo fez-se - utilizando os testes previstos - sem qualquer nota de algum jogador infectado. Mas, estando determinado que os jogos se fariam sem público presente, houve quem, nomeadamente no estadio do Técnico e numa evidente e abusiva manifestação anti-desportiva, não cumprisse a lei. E com atitudes destas será o Rugby que tanto se diz defender, que será o maior prejudicado em termos da sua imagem e respeitabilidade. Porque uma norma inultrapassável no domínio do Desporto é a equidade! Que é votada ao desprezo quando não se cumprem as regras comummente aceites...
Tudo visto pela televisão, houve, desde logo e para além das diferenças técnico-tácticas, uma enorme demonstração da qualidade que nos separa: eles têm estatísticas de todo o tipo e nós não temos nada!
Estas estatísticas que se apresentam nos quadros acima e abaixo e que - muito embora só tenha utilizado parte dos dados disponíveis e que são facilmente obtidos em qualquer jogo - permitem um melhor conhecimento das questões do onde e como se venceram os jogos.
E permitem fazer comparações… que serão ampliadas se forem apresentados outros valores que, embora de maior dificuldade de construção (hoje existem programas informáticos que tratam desse assunto…) permitem uma maior visão e comparação das características de cada jogo.
Em Portugal continua a haver uma enorme ignorância quantitativa dos jogos que são disputados - e importa conhecer esses aspectos quantitativos na Divisão de Honra para poder estabelecer as necessárias comparações ao
nível internacional e perceber qual a relação de hábitos dos nossos jogadores com os adversários de outros países.
Tendo agora, por exigência da pandemia, transmitido por filmagem vídeo e pela primeira vez na nossa história federativa, temos fácil acesso á contagem das acções e é portanto uma boa oportunidade para dar início - com publicação no site oficial e junto aos resultados de cada jogo - a um esclarecido conjunto de elementos estatísticos que caracterizam o jogo. Para sabermos daquilo que estamos a tratar.
Neste momento o único resultado, como se pode ver na tabela publicada abaixo, é o de classificar as equipas numa mesma tabela para, mais tarde e à vista da classificação da fase final, retirar ilações sobre o equilíbrio competitivo que este modelo representa. Ordenadas as equipas pelos pontos que conseguiram, não podemos perceber ou discutir o que os motiva.
Com os dados disponíveis pouco mais se pode retirar de um jogo |
E continuamos sem saber quantas formações-ordenadas, alinhamentos e penalidades se realizam em média nos jogos de rugby portugueses. Menos ainda saberemos de quantos rucks ou mauls, placagens, ultrapassagens de linha-da-vantagem, rupturas, pontapés de 22, etc. etc. que compõe o Rugby português. Ou seja, não nos podemos comparar e saber o suficiente para incidir a preparação das equipas e da selecção nacional nos pontos de distância. Tão pouco poderemos realizar objectivas melhorias internas para aproximar as equipas umas das outras, quer pela melhor preparação quer pela criação de estratégias de oposição ou exploração, tornando o nosso jogo mais interessante e motivante.
Agora, com o acesso aos vídeos de cada jogo, é absolutamente necessário produzir as estatísticas que nos permitam saber onde estamos e para onde teremos de ir...