NA ACTUAL SITUAÇÃO PANDÉMICA FOI ORDENADA A PROIBIÇÃO DE ASSISTENTES NOS JOGOS DE RUGBY - CUMPRA-SE! |
A decisão de impedir a presença de espectadores - por muito que nos desagrade - tem objectivas razões de ser: impedir o aumento de risco que as aglomerações podem provocar. E se, em princípio, aqueles que estão doentes não andam na rua, o mesmo não se pode dizer desse inimigo público nº1 que são os assintomáticos. Ou sejam o contacto com infectados não é uma ilusão, pode acontecer em qualquer altura e local. E o COVID-19 pode ser transmitido.
Portanto a proibição de haver assistentes a um jogo de rugby tem razões de saúde pública... e não vale a pena conjecturar com opiniões disto e daquilo. Está, cuidadosamente, estabelecido assim!
E cuidadosamente porquê? Porque a região de Lisboa, aquela com o mais elevado número de infectados das 7 regiões do país, teve um aumento de 26 323 infectados desde 1 de Junho até hoje e a cidade de Lisboa, onde estão localizados 7 dos clubes que disputam a Divisão de Honra, tem, dentro das mesmas datas, um aumento de 4 070 infectados, sendo também o mais elevado número do país. O que significa que o ambiente que nos envolve na quase totalidade de 3 Grupos da Divisão de Honra é de risco, obrigando a que todo o cuidado seja pouco. Ainda por cima quando não existem indicadores que garantam que não vai haver aumento de infectados ou que o seu controlo é efectivo.
Portanto e ponto 1: o desporto não deve - não pode! - ser elemento criador de novos focos infecciosos.
Por outro lado e decidido que não haveria assistências aos jogos de Rugby, permitir que haja assistentes representa uma irresponsabilidade e uma completa falta de solidariedade para com os restantes clubes e a própria federação de que fazem parte. Ignorando a equidade que deve presidir ao Desporto, os clubes que permitem que os seus adeptos ocupem as bancadas estão a lesar o Rugby. Porque, no caso da existência de algum foco motivado por estes desleixos ou irresponsabilidades, a credibilidade do Rugby português irá água-abaixo.
A direcção da Federação criou os instrumentos que, apoiados no entendimento de especialistas, permitem detectar a infecção em jogadores e nos colaboradores directos das equipas, eliminando assim o risco para os jogadores que se confrontam dentro do campo e permitindo que o Rugby continue, mostrando-se à generalidade do público como modalidade responsável. Mas fez mais: permite, com as transmissões em directo que organiza, que se assista à totalidade dos jogos - por isso não faz sentido esta “necessidade” de estar no campo como se nada se passasse. Estamos em situação pandémica e como Camões escreveu há séculos: outro valor mais alto se alevanta.
Portanto e ponto 2: comportemo-nos como tal.
Estragar este esforço por falta de noção da situação e deitando ao lixo a respeitabilidade que se tem procurado demonstrar é de enorme irresponsabilidade e terá consequências graves.
Pede-se, portanto, sentido de dever e bom senso.