terça-feira, 22 de setembro de 2020

NORTE-SUL: UMA LIÇÃO DE MOVIMENTO

Pudemo-nos perguntar vezes sem conta como ganhou o Sul (38-35) este admirável jogo de movimento no retorno do clássico Norte-Sul neozelandês.

Olhando para o quadro acima e apenas com uma diferença de 4% de Capacidade Competitiva, também se percebe a proximidade do resultado - tão próximo que virou apenas no último segundo do jogo num pontapé cruzado do recém entrado Josh Ioane com uma soberba captação aérea do ponta Will Jordan.

As duas equipas estiveram muito equilibradas — os mesmos três pontos de diferença para o Sul ao intervalo reproduziram-se no final — e produziram momentos de alto nível rugbístico - tecnicamente muito bom, tacticamente muito inteligente e sempre com uma notável atitude competitiva.


Embora a vitória fosse conseguida apenas no último segundo da partida, o Sul, como se pode ver pelo domínio exercido na posse, quota de bolas e na ocupação territorial que lhe permitiu uma ligeiramente superior capacidade competitiva, venceu com o mérito de nunca ter desistido.

Mas não foi nada fácil esta vitória arrancada a ferros e o Norte com mais metros percorridos — 590 contra 413 —  com mais rupturas de linha defensiva — 25 contra 9 — teve provavelmente na indisciplina das suas 21 penalidades concedidas — contra 9 do Sul — o factor de desperdício que somado, para  um praticamente mesmo número de passes efectuados —140 contra 137 do Sul — ao menor número de reagrupamentos ganhos — 64 contra 81 — terá motivado a ineficácia do controlo necessário. 

Independentemente de todos estes números que, muitas vezes, escondem bem os seus segredos e nos deixam a matutar sobre a real explicação da razão de um resultado, este jogo mostrou-nos de novo a espectacularidade e emoção da dimensão do "jogo de movimento", onde podemos ver diversas situações  com a manobra a superiorizar-se à colisão.

[Nota: por mera distracção este post não foi colocado na data devida. As minhas desculpas pelo atraso]

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