sexta-feira, 28 de março de 2025

PORTUGAL FEMININO CONTRA A ESPANHA



 
 

A selecção feminina de Portugal joga este sábado, 29 de Março, pelas 16 horas e no Campo Municipal do Cartaxo, contra a Espanha em jogo a contar para a 1ª Jornada do Women´s Rugby Europe 2025. O jogo pode ser visto em transmissão televisiva na Rugby Europe TV.


Com uma diferença de 12 lugares no Ranking Feminino da World Rugby, este jogo, mesmo em casa, não será nada fácil para Portugal — o algoritmo dá uma diferença de 35 pontos de jogo entre as duas equipas favoráveis à Espanha que, aliás, tendo ganho o Torneio da última época tem sido, com 7 títulos, uma vencedora crónica da competição. E deva ainda referir-se que a Espanha pretende utilizar esta competição como preparação para o Mundial em que já está qualificada. O que torna o confronto, se já não era fácil, mais difícil ainda.

Mas a combatividade que as jogadoras portuguesas têm dado mostras pode surpreender e conseguir um resultado em que a diferença de pontos de jogo seja menor do que a prognosticada… o que significará um resultado melhor do que o normal. Boa sorte!

RUGBY EM PORTUGAL


Foi publicamente apresentado por António Aguilar e Vasco Pinto Magalhães, o livro “O Rugby em Portugal, Do início do século XX a 2020” da autoria de Pedro Sousa Ribeiro e com foto da capa de António Lamas que nos dá uma histórica perspectiva da evolução do Rugby em Portugal desde o seu início até, práticamente, aos dias de hoje.

terça-feira, 25 de março de 2025

CAMPEONATO INICIADO



 Começou — tarde demais, diga-se — a fase final do campeonato com dois grupos  — um que determina o campeão e outro que determina a permanência designado por Taça Plate.

No Grupo Campeão nos dois jogos de sábado Direito-Belenenses e Cascais-CDUL para além da fraca qualidade de ambos os jogos, mostrou-se à evidência a indisciplina e, até, o desconhecimento das Leis do Jogo que reina nas equipas. No jogo de Monsanto houve 29 penalidades e 4 amarelos. Em Cascais, 30 penalidades e 8(!) amarelos. Naturalmente que esta indisciplina do campeonato interno traduz-se depois em faltas nos jogos internacionais — contra a Espanha, em Lisboa, sofremos 21 pontos de 7 penalidades…e de nada serve marcar mais ensaios do que o adversário.

Nos jogos disputados não houve bónus defensivos o que também diz que o equilíbrio conseguido — maior diferença 14 pontos no Cascais-CDUL com ponto de bónus ofensivo — ainda não está no esperado para esta fase.


No grupo da Taça Plate, a maior surpresa — pelo resultado conseguido — terá sido realizada pelo CDUP onde podemos ver o regresso, com as óbvias consequências, do Nuno Sousa Guedes. Por outro lado Agronomia mostrou a diferença de capacidades da equipa de Montemor ao marcar 10 ensaios.

Como curiosidade e ao contrário do que normalmente pensámos, os dois jogadores que foram seleccionados para o XV ideal do Rugby Europe Championship foram dois avançados: o pilar Hasse Ferreira e o asa Nicolas Martins. Nenhum três-quartos foi referenciado o que mostra, como se tem visto, as grandes dificuldades que demonstram em jogar sob pressão, nomeadamente o trio do meio-campo.  

sábado, 22 de março de 2025

FAZ CAMPEONAT0 FAZ

Começa agora, finalmente!, o verdadeiro Campeonato Nacional depois de uma prova designada por TOP12 sem qualquer interesse competitivo e que não conseguiu  como era facilmente presumível — elevar o nível dos jogadores e das equipas para os aproximar das exigências dos jogos internacionais que teriam que realizar. E, mais do que isso, não conseguiu aumentar a atractividade que o Rugby portuguiês tanto precisa — os apuramentos por si sós não atraem, sãos os jogos e a continuidade dos bons resultados (o que não aconteceu) que criam a atractividade.

Estranhamente a fase competitiva que aumentará a intensidade do jogo e que obrigará os jogadores a usar o melhor das suas capacidades e que criará os hábitos necessários à competição internacional, começa quando a mais importante competição internacional do ano — um 6 Nações B traduzido para as alterações pouco interessantes da Rugby Europe Championship 2025, acabou. Ou seja, este nosso campeonato que terá dois grupos — uma verdadeira divisão em duas divisões desportivas — de 6 equipas reconhecidamente mais próximas competitivamente umas das outras e que, melhorando o equilíbrio, melhorará a competitividade, garantindo que, na maior parte das vezes, a pergunta quem vai ganhar? só terá resposta, num óbvio aumento da atractividade, depois do jogo ter acabado. Mas esta exigência da melhoria das capacidades das equipas e dos seus jogadores não terá grandes consequências directas na melhoria do rugby português porque, para além de um ou mais eventuais test-matchs — que estarão longe da importância do REC que agora acabou — os jogadores, numa clara demonstração da programação errada da época, prepararam-se para partir de férias… 

No final da pouco interessante competição, apareceram, também finalmente!, as estatísticas — ou seja a pretenderem justificar seja o que fôr mas que não ajudam em nada a melhoria das equipas ao longo da disputa e servem apenas — como acontece com a demonstração da média de 6 ensaios conseguidas por duas equipas nos seus desequilibrados grupos — para justificar as enormes diferenças entre as equipas… E tendo, como qualquer um de nós, acesso a estatísticas de cada jogo de diversos campeonatos por esse mundo fora, o facto de só conhecermos os nossos valores estatísticos no final e não jogo a jogo, não significa mais do que a ignorância da sua importância. Para o treino, para o jogo, para a melhoria.


terça-feira, 18 de março de 2025

OS AVISOS ESTAVAM FEITOS


Quando tudo indicava Portugal como favorito nesta disputa para o 3º e 4º lugar com a Roménia — lembre-se que há um mês atrás venceu em Botosani por 34-6 — o jogou fechou com uma derrota clara por 21-7 (ao intervalo 18-0). Ou seja com um início de jogo, dadas as circunstâncias, sem qualificação, Portugal mostrou-se incapaz de impôr qualquer tipo de jogo. E as habituais incapacidades voltaram a ser claras: indisciplinados, fizeram 13 penalidades (embora e ao contrário do jogo com a Espanha, sem castigo de cartões) quer por incapacidade técnica, quer mesmo por desconhecimentos das Leis do Jogo; incapacidade de, na ida ao chão pós-colisão, de “apresentar” a bola com uma óbvia confusão táctica entre “conquista da Linha-de-Vantagem” e “continuidade do movimento”; o jogo-ao-pé continua a não ter a eficácia devida por má análise táctica não sendo clara o porquê da de cisão sobre jogo-ao-pé-de-pressão ou o jogo-ao-pé-de-conquista;  as “linhas atrasadas” a jogarem muito longe da Linha-de-Vantagem, não fixando a defesa adversária e permitindo assim que esta “deslize” sem problemas acrescentando ainda o facto de utilizarem linhas de corrida enviezadas e em direcção à linha lateral, proporcionando a sua utilização como defensor…(daqui o facto da ultrapassagem das LV ter acontecido apenas por 46 vezes contra as 71 romenas).

Aliás o nosso jogo das linhas-atrasadas peca por erros suficientes que lhe colocam problemas de exploração da posse sempre que a defesa contrária consegue realizar pressão — pouca fixação, poucas combinações surprendentes, apoio nem sempre adequado — poucas entradas interiores — não possibilitando o apoio necessário para garantir a continuidade-do-movimento com a consequência de utilizar a largura apenas para encontrar, no mínimo igualdade numérica no último corredor lateral.  Por outro lado a má disponibilização da bola pela já referida má técnica nas idas ao chão, retira velocidade à libertação da bola — e lá se vai o objectivo do limite de 3 segundos…

A pouca manobra e a muita colisão que define o avanço português resulta, por um lado, da falta de competitividade do nosso campeonato que propõe, naturalmente, o avanço pelo caminho mais fácil e com menos riscos e, por outro lado, porque a característica da PROD2 em que estão inseridos a maior parte dos nossos jogadores que jogam em França, é também a da colisão. 

Ora para que o nosso retorno ao modelo do jogo-de-movimento seja uma realidade é essencial que o nosso campeonato se transforme, tornando-o mais competitivo pelo maior equlíbrio entre as capacidades das equipas que o disputam. Veja-se o recente texto de José Manuel Delgado em ABola, sobre a má competitividade do campeonato interno de futebol com os resultados visíveis nas enormes dificuldades dos clubes portugueses nas provas europeias, com as consequências nas classificações e apuramentos internacionais. 

…e com esta derrota descemos para o 18º lugar do ranking da World Rugby. E não vai ser este fase final de 6 clubes — que será competitiva pelo óbvio equilibrio entre as equipas — que nos proporcionará os hábitos necessários para nos aproximar do nível internacional — porque a competição internacional que nos importa, já acabou… e a seguir haverá férias…

O resultado da nossa competição interna está visível nas derrotas recentes sofridas contra a Espanha e a Roménia. E não vale argumentar — porque não resolve os problemas que a competitividade séria internacional nos coloca — com as vitórias sobre a Bélgica e Alemanha (os alemães perderam com a Holanda, 38-9 e agora e em casa, com a fraquíssima Suiça por 20-17) que, embora nos apurassem para o Mundial, não contam…nem sequer para conquistar pontos no ranking mundial. O Mundo da competição do Alto Rendimento Desportivo exige uma envolvente capaz, equilibrada e competitiva. Para que os objectivos sejam mais do que vontades.

A Geórga, como se esperava, venceu novamente o Rugby Europe Championship 2025, derrotando em Tibilisi a Espanha por 46-28.



segunda-feira, 17 de março de 2025

FRANÇA VENCE 6 NAÇÕES 2025


A França, derrotando em Paris a Escócia, venceu com todo o mérito o Torneio das 6 Nações. Com 4 vitórias, tantas quanto a Inglaterra e a Irlanda mas o facto de ter marcado 30 ensaios — média de 6 por jogo — permitiu-lhe conquistar os pontos de bónus que lhe garantiram a vitória final. Por outro lado a sua defesa — obra de Shaun Williams — que foi enorme contra a Irlanda em Dublin, permitiu-lhe garantir a vantagem da posse com a conquista de 530 bolas através de 99% de alinhamentos, 95% de formações-ordenadas e 97% dos rucks conseguindo uma eficácia de 72% de Posse de bola/Linha de Vantagem e de 8% pela relação de Nº de Ensaios por Linha de Vantagem. E assim, a França começa — velha aspiração — apontar para o Mundial de 2027

A Inglaterra, única equipa a vencer a França, fez também uma boa prova tendo “destruído” o País de Gales em Cardiff, marcando 10 ensaios numa demonstração de aproximação ao jogo-de-movimento que os seus principais clubes têm vindo a demonstrar na disputa das taças europeias. E os 25 ensaios que marcou no Torneio começam a demonstrar que a sua capacidade de finalização também a faz olhar para o Mundial…

A Irlanda, vencendo uma Itália que se mostrou em franca evolução e que começa a desfazer a ideia que pode ser substituída pela Geórgia, mostrou de novo a dependência que tinha o seu mdelo de jogo da visão e exceução de Saxton. Como aconteceu contra a França, deixaram-se levar muito pela “Shoulder-to-Shoulder”, manobrando pouco e preferindo, no seguimento da disponibilidade do ruck e por demasiadas vezes, a colisão directa. E assim, com a boa organização italiana na proximidade dos reagrupamentos — 149 placagens — os segundo e terceiros tempos não se mostraram desequilibradores da defesa.  Deve-se também referir que este ataque de colisões provocou 10 penalidades italianas e 3 cartões… mas o agradável jogo-de-movimento e combinações  irlandesas esteve, apesar dos 4 ensaios pouco em Roma. De referir ainda que, no fim‑de‑semana de St. Patricks — santo padroeiro da Irlanda —  e ao que disseram comentadores, estiverem 30.000 irlandeses no estádio para garantiram que a sua equipa conseguiria a vitória por 5 pontos para poder ainda ter uma hipótese de vitória final. Obra, de facto…e um fim‑de‑semana, mesmo sem vitória final, bem passado.

sábado, 15 de março de 2025

PORTUGAL É FAVORITO PARA O BRONZE


Os resultados, neste domingo, dos jogos finais do Rugby Europe Championship 2025 definirão a posição, entre o 1º e o 4º, de cada uma das equipas. Na final, a Geórgia, em Tibilissi, defrontará a Espanha e sendo naturalmente a favorita — 69% dos adeptos acreditam na sua vitória e o algoritmo que o XVcontraXV utiliza prognostica uma vitória georgiana por 21 pontos de diferença. Mais uma vez a vitória final neste “6 Nações B” deve pertencer à Geórgia.

Portugal jogará, na luta pelo Bronze, contra a Roménia no Jamor. Os Lobos são favoritos — adeptos dão-lhe o favoritismo em 60% e o algoritmo prognostica uma vitória por 17 pontos de diferença — e a vitóris garantirá a manutenção do 16º lugar no World Ranking. A derrota, pelo contrário, fará perder lugares, passando para o 19º lugar. Daí que isto não seja apenas um jogo sem grandes preocupações de resultado final. Bem pelo contrário: Portugal tem a obrigação de ganhar e qualquer resultado diferente significará um mau ou mesmo muito mau resultado — e não é isso que queremos de uma equipa que já se classificou para o Mundial de 2027 e que pretende subir no ranking, mostrando-se suficientemente consistente para ganhar a confiança do mundo do Desporto de Portugal.

E para que os Lobos consigam pôr em campo o melhor das suas capacidades seria bom que os jogadores se lembrassem que o cantado a plenos pulmões “contra os canhões marcahar, marchar” é apenas uma figura de estilo e que no combate devem seguir a estratégia de Nuno Álvares Pereira, cumprindo o conceito de que “a manobra deve prevalecer sobre o choque”. À vitória!



A VITÓRIA É O FACTOR ESSENCIAL


Nesta jornada final do Torneio das 6 Nações, tudo se decidirá em termos de classificação geral. A França, tendo tudo nas mãos, quererá ganhar o Torneio mas a Inglaterra, como a Irlanda, estão à espreita de uma oportunidade que a Escócia lhes possa abrir. Mas o problema maior ou a maior vantagem será a da França que surge a fazer o seu último jogo sabendo já o resultado das suas adversárias. O que significa que saberá o que terá que fazer para vencer o Torneio. 

Para a Inglaterra e Irlanda não haverá contas a fazer senão ganhar com ponto de bónus e esperar, olhando para a TV, que a Escócia consiga um resultado positivo ou que impeça o ponto de bónus francês.

No entanto o favoritismo vai todo para a França que, jogando em Paris, terá um estádio inteiro a gritar pela vitória sobre a Escócia e aí… Para a Inglaterra e Irlanda a derrota da França ditará possível vitória no Torneio da equipa que conseguir mais pontos no jogo que disputará. 

Quanto ao papel da Itália e de Gales a procura de um resultado vitorioso garantirá a fuga à Colher de Pau que caracterizará o último lugar entre as seis equipas.

Lembre-se para juntar à necessidade da conquista dos 5 pontos, o facto de que, em caso de empate pontual, o primeiro factor a considerar será a diferença global entre pontos marcados e sofridos. O que no caso da fuga ao último lugar poderá ser um factor crítico decisivo.

Enfim, um sábado cheio de dúvidas e que deixará os adeptos de cada equipa sob uma notável pressão…

quarta-feira, 12 de março de 2025

RUGBY BEM JOGADO É UM JOGÃO


 Os jogos deste fim‑de‑semana foram francamente interessantes de ver. No primeiro jogo entre a Irlanda e a França pode tirar-se o chapéu ao seu treinador da defesa, Shaun Edwards — a defesa francesa nos primeiros 20 minutos do jogo foi simplesmente fabulosa, jogando praticamente em cima da sua linha-de-ensaio e não dando a mínima hipótese de ensaio aos irlandeses. A base desta capacidade defensiva esteve muito na capacidade de atraso na  disponibilização da bola nos rucks de controlo irlandês, bem como terem conseguido colocar poucos defensores — não mais de 3 normalmente — em cada “expontânea”, deixando mais jogadores nas linhas defensivas, retirando assim a vantagem do habitual e constante apoio dos irlandeses . E todo este esforço foi possível porque a estratégia montada contou com uma composição de banco de 7+1 — e assim quando se pensava que os franceses não iriam resistir por mais tempo, a “bomb squad” fez o seu trabalho e as linhas atrasadas trataram do resto mesmo após a saída de Dupond — ao que parece por ruptura de ligamentos do joelho — uma vez que cumpriu a missão de distribuição com grande classe.
Com este resultado — muito inesperado — a França deu um enorme passo, colocando-se já no 1º lugar da tabela classificativa, para vencer o Torneio 2025.

No jogo de Murrayfield entre a Escócia e Gales, a vitória escocesa, previsível, deu-se sem grandes problemas —  os escoceses estavam avisados das “novas” capacidades galesas e, como avisaram, procuraram marcar, tão cedo quanto possível, o maior número de pontos para despertar o “monstro” das consecutivas derrotas na cabeça dos jogadores adversários. E se o pensaram, melhor o fizeram atingindo, aos 60’, o resultado de 35-8 — tendo Gales, no entanto, conseguido, no último quarto do jogo, recuperar, marcando 3 ensaios e obtendo 2 pontos de bónus — um defensivo por resultado inferior a 7 pontos e outro ofensivo pela marcação de 4 ensaios. Dentro da tristreza da 17ª derrota consecutiva, Gales levou o sorriso dos pontos de bónus e a certeza que estão a percorrer um bom caminho que, com ganho de experiência dos seus jogadores mais jovens, trará bons resultados.

No Inglaterra-Itália fica na memória um super contra-ataque de Capuozzo que, desde “lá atrás”, fintou adversários e atraiu defesas para entregar a bola ao excelente Nº8, Ross Vintcent que, apoiando e ao receber a bola, fez uma óptima finta-de-passe a que sumou uma troca-de-pés para marcar um belo ensaio depois de uma corrida dos dois jogadores de cerca de 60 metros campo fora.

Com estes resultados teremos uma próxima 5ª jornada em que só então se conhecerá, entre França, Inglaterra e mesmo Irlanda e de acordo com os resultados conseguidos, o vencedor do Seis Nações 2025. Com a enorme vantagem da França que em Paris e contra a Escócia já conhecerá, quando o seu jogo começar, os resultados dos outros pretendentes ficando assim a saber que resultado precisará para conquistar o primeiro lugar do Torneio.

Por cá jogou-se a final da Taça de Portugal com vitória do CDUL sobre o Cascais por 23-19 conseguida no último minuto do jogo com um ensaio do excelente neozelandês Shane Van Rooyen que não desistiu de perseguir um seu pontapé de cerca de 60 metros e que, com a pressão conseguida, obrigou ao erro do jogador de Cascais provocando, pela carga, que a bola fosse parar na área-de-ensaio adversária, marcando assim o ensaio que transformou o resultado. e que permitiu a conquista da Taça para o CDUL

sexta-feira, 7 de março de 2025

A CURIOSIDADE DO XADRÊS DE CADA EQUIPA


Nesta 4ª jornada, um jogo de enormes e múltiplas expectativas: os irlandeses se ganharem têm a 3ª vitória consecutiva no Seis Nações e estarão a um passo do Grand Slam; se ganharem os franceses, a vitória no Torneio será decidida na última jornada. E que jogo muito interessante poderá ser…

… como defenderá a Irlanda, que sistema utilizará? Como vai responder às corridas laterais do notável Dupond protegidas pela barreira criada pela cortina frontal de 3 companheiros de equipa? Será que vão utilizar a posição de 2º centro — seja ele quem fôr num dado momento — com corrida para o interior para impedir a lateralização do formação francês? O que obrigará a uma manobra defensiva que implicará a dobra do abertura Prendergast. — que aliás não é o melhor defensor do mundo — e a muita atenção de outro grande formação, Gibson-Park. E por isso mesmo também será interessante saber como a França explorará esta fraqueza e qual a resposta da Irlanda — pode, eventualmente, ser como faziam os All-Blacks com a combinação Mehrtens-Kronfeld, utilizando o 7, Van der Flier, para o mesmo papel. Ou seguirão outro sistema para evitar a exploração da zona defensiva do abertura irlandês? E também será interessante perceber se haverá diferenças nas linhas de corrida das coberturas defensivas destes dois excelentes e influenciadores jogadores. A ver com curiosidade.

Por outro lado e para além de se esperar rapidíssima subida da linha de defesa irlandesa — principalmente nos rucks para evitar as perigosas combinações adaptativas do ataque das linhas atrasadas francesas que são muito perigosas na exploração do jogo expontâneo, será muito interessante assistir ao duelo aéreo entre as duas equipas. Se a França utilizar em demasia o jogo-ao-pé de ocupação — profundo e a explorar espaços vazios continuando um conceito que Galthié introduziu no jogo dos bleus — terá que se organizar na cobertura do terreno para responder aos compridíssimos pontapés de James Lowe e do próprio Prendergast. Provavelmente os franceses utilizarão mais o jogo-ao-pé de pressão, tentando obrigá-lo a subir em defesa, evitar que a excelência Lowe na captura de bolas no ar tenha qualquer vantagem. Por outro lado o descendente de portugueses,Thomas Ramos, é também um campeão das alturas. Veremos como se traduzirá esta pressão que resultará da estratégia xadrezista do jogo nas alturas e quem terá maior vantagem. Com estes actores, espera-se um jogo de alto nível e de muito bom rugby.

Quanto ao Escócia-Gales, espera-se que Gales possa mostrar de novo que se encontra em melhoria como demonstrou contra a Irlanda mas aí, jogando em Cardiff com o apoio de um público que não descansou enquanto não os empurrava para a linha-de-ensaio do adversário. E que apoio deram à sua equipa…
Os escoceses, que conseguem um jogo interessante assentarão, procurando pontos tão depressa quanto possível, o seu jogo no trunfo da pressão, tentando que a cabeça dos galeses seja invadida pelo monstro de mais uma possível derrota. No entanto, dependem muito dos altos e baixos de alguns jogadores que, como mostra muitas vezes Russell, são capazes do melhor e do pior. Jogo também interessante que dependerá muito da estratégia-táctica que formatarão as duas equipas..

No Inglaterra-Itália de domingo, não se espera outra coisa que não seja a vitória inglesa que, finalmente, parece ter percebido que os seus jogadores — como têm demonstrado nos jogos dos seus clubes — são capazes de um jogo de movimento que apenas usa a colisão para os momentos necessários e não como base de todo o seu jogo — o jogo de rugby exige mais da inteligência do que da força bruta. A equipa da Rosa parece estar a percebê-lo e começa a ser muito interessante ver os seus jogos.

quarta-feira, 5 de março de 2025

DEPLORÁVEL

 



As duas explicações para esta derrota sem sentido — pelos resultados anteriores, Portugal era absolutamente favorito pela diferença de 15 pontos — são bem conhecidas: a) a dependência dos jogadores a actuar em França que, conforme se desconfiava e avisava, significa que só poderemos contar com todos os portugueses se os seus clubes não tiverem jogos oficiais. Havendo jogos oficiais, Portugal só poderá contar com jogadores que não pertencem à primeira equipa dos seus clubes como aconteceu e até com o caso não explicado de Samuel Marques que, apesar de não ter vindo, não fez parte dos 23 jogadores convocados pelo seu Béziers; b) o Campeonato da Divisão de Honra português é de uma tal falta de qualidade, quer na sua sequência, quer na jornada-a-jornada nos seus aspectos estratégicos e táctico-técnicos — isto é, o principal campeonato não tem a intensidade nem equilíbrio suficientes (vejam-se os resultados da primeira fase com 12 clubes…) para permitir aos jogadores que o disputam, atingir ou mesmo aproximarem-se do nível exigido pelas competições internacionais.

Sobre o primeiro aspecto, jogar uma meia-final de um jogo entre equipas do Tier 2 Europeu sem os jogadores titulares das equipas francesas onde jogam, significa surgir em campo um grupo de jogadores sem coesão, sem hábitos competitivos de bom nível e mesmo com uma fraca relação de hábitos comuns — veja-se que os dois médios, Vareiro e Camacho, apenas jogaram, até este confronto com a Espanha, alguns minutos conjuntamente. E o resultado desta inconsistência foi evidente: nada de riscos e quase nenhuma cumplicidade.

No jogo, Portugal mostrou as enormes dificuldades estratégicas do rugby português — falta de jogadores técnica e tacticamente preparados como resultado de um campeonato sofrível, como aliás demonstrei nas análises Noll-Scully que realizei. Então porque não se altera, perguntar-se-á? Porque os clubes parecem preferir estes jogos de pouca qualidade a um campeonato que obriga a alterar métodos de formação e de treino. Ou seja, que se perceba que a Divisão de Honra não é um jogo de carácter social — ou de tios como se diz na caricatura — mas sim um jogo que pertence ao domínio do Alto Rendimento. E entre o jogo-social e o jogo do Alto Rendimento há profundas diferenças e nós não queremos o esforço a que a diferença obriga.

Para jogar neste nivel é necessário garantir o correcto domínio dos princípios fundamentais. Coisa que não se viu. O ataque — “assustado” pela pressionante subida da defensiva espanhola — jogou sem velocidade e com permanente cedência de terreno — em 215 passes conseguiram 54 ultrapassagens da linha-de-vantagem e 8 rupturas (a Espanha com 150 passes, ultrapassou a linha-de-vantagem 88 vezes e marcou 3 ensaios) desperdiçando nesta vantagem, um princípio essencial que o colunista rugbístico, Spiro Zavos, define assim “Uma das grandes verdades do rugby é que a equipa que conquista a linha-de-vantagem é a equipa que ganha o jogo.”. Viu-se… a Espanha com mais ultrapassagens da linha e embora a perder no número de bolas conquistadas, ganhou o jogo sem grandes problemas — cerca dos 60´vencia por 36-17.

Neste jogo, o conjunto de jogadores portugueses mostrou ou desconhecimento das Leis do Jogo ou a falta da concentração necessária, inadmissível num jogo desta natureza — foram feitas penalidades sem sentido que custaram o espantoso número de 21 pontos a que se juntaram 3 cartões amarelos.

Nick Bishop chama a atenção para um importante valor estatístico: “o número de rupturas que são convertidas em ensaios”. Portugal com 8 rupturas para 4 ensaios e ultrapassando 32 defensores e a Espanha com 9 rupturas para 3 ensaios para 14 defensores ultrapassados. Como se pode perder com esta vantagem? Não conseguindo convertê-la em activos —  apenas 45% de posse de bola e 44% de domínio territorial. Como?!  Por má conquista da bola — maus lançamentos nos alinhamentos que não permitiram conquistas de bom uso, formações-ordenadas com más posições de corpos, colisões mal preparadas a criar rucks de uma demora indecorosa de reutilização — por demasiados passes e corridas laterais sem ultrapassagem da linha-de-vantagem, por falta de apoio útil com linhas de corrida adequadas muitas vezes os possíveis receptores em vez de entrarem no passe como é tacticamente correcto, afastavam-se do portador, dificultando o exercício do passe por mau jogo ao pé e por má leitura do jogo. Mas muito principalmente por indisciplina injustificável!

No combate, ensinou o Condestável Nuno Álvares Pereira:” a Manobra prevalece sobre a Choque” — propósito que os jogadores portugueses mostram desconhecer em absoluto, passando o tempo a responder ao passe com a procura imediata da colisão e esquecendo a manobra que desequilibra a defesa, abrindo intervalos que permitirão a continuidade do movimento em direcção à área-de-ensaio adversária. Se a isto juntarmos outra incapacidade táctica demonstrável no desconhecimento de fixação dos adversários directos do portador da boa, permitindo assim que a defesa usasse o deslizamento para cobrir a largura de terreno e impedir o avanço português. Mas marcámos 4 ensaios! Marcámos porque a defesa espanhola, sempre que fixada pelo avanço do ataque português com o apoio necessário não sabia como defender… mas a equipa portuguesa jogou lá atrás, sentada no sofá, mostrando não ter soluções para se opôr à pressão espanhola que deixava espaços profundos abertos mas que. nunca soubemos explorar enquanto estratégia — quem não vê, não lê, não decide…

Como foi possível ver, os jogadores de Portugal falharam a sua missão — baixaram um lugar no ranking WR — como reconheceram o capítão Appleton e o treinador Mannix ao afirmarem que existe uma lição a aprender, podendo assim seguir o conceito de um grande conhecedor dos valores do Desporto, Nelson Mandela, que afirmava: “Nunca perco, ou ganho ou aprendo.”

Espero que aprendam!

sábado, 1 de março de 2025

MEIAS- FINAIS EUROPEAN CHAMPIONSHIP 2025

 


No Estádio Nacional e pelas 15:30 horas deste sábado 1 de Março, Portugal joga uma das meias-finais do European Championship contra a Espanha.

Favorito por uma margem de 15 pontos — embora apenas com 50% de hipóteses de vitória segundo manifestação de  adeptos —Portugal jogará com o menor número de jogadores a actuar em França dos últimos tempos e ainda sem poder contar com os seus melhores uma vez que não terão sido — como mais tarde ou mais cedo se esperaria que acontecesse — autorizados pelos seus clubes que precisam destes profissionais — a quem pagam salários — para os jogos que estão a disputar num período que começa a ser crucial para a classificação final. Assim teremos 13 jogadores que jogam em França mas que não são titulares nas suas equipas…

Os espanhóis têm 16 dos 23  jogadores a actuar fora de Espanha — incluindo um pilar a jogar em Portugal — e devem sofrer do mesmo problema de só terem acesso a jogadores que são normalmente suplentes nos seus clubes.

Portanto esta meia-final será, no mais provável, um jogo equilibrado com os apoiantes — que já saberiam que tipo de equipas iriam defrontar — apontam. Mas, com jogo em casa, as vantagens serão dos Lobos.

Quanto à outra meia-final, a Geórgia será obviamente a favorita sem margens para dúvidas e a final poderá ser a repetição da época passada.

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