quarta-feira, 19 de maio de 2010

JOGOS RECENTES

Os jogos de rugby que vi recentemente nas televisões – Bulls/Crusaders, Hurricanes/Reds e Toulon/Clermont – foram excelentes e começam a mostrar o que se pode esperar do próximo Mundial na Nova Zelândia: entrega total num mundo inteligente de procura de soluções tão simples quanto possível; o movimento comanda o jogo, a disponibilidade dos jogadores é absoluta, o apoio uma constante e tão rápido que garante a continuidade sem que a defesa se consiga reposicionar – e como são excelentes a recompor-se as defesas. As características deste rugby de alto nível regem-se pelos princípios de sempre: linhas e ângulos de corrida adaptados à situação, soluções técnicas de acordo com a leitura táctica, espírito de combate em cada palmo de terreno, capacidade de exploração dos espaços, fuga ao contacto directo, entreajuda. E fazendo do velho axioma uma constante: só se passa para o lado quando se avança (senão, entrega-se bola e defensor…)

Objectivamente:

  • jogo na frente da defesa para criar espaços – intervalos – de penetração;

  • jogo dentro da defesa – entre linhas – e a preocupação do apoio permanente para tirar partido da superioridade – territorial ou numérica – conseguida;

  • “limpeza” dos rucks em tempo útil de continuidade de movimento e de impossibilidade de reorganização defensiva que permita criar superioridade numérica;

  • inteligência do jogo ao pé com alternância da ocupação do terreno com lançamento de atacantes para espaços vazios.

Enfim, uma panóplia de capacidades tácticas e técnicas que nos colocam, ao rugby português, numa outra escala. Essencialmente porque mantemos processos de treino que já não são adequados ao jogo actual. Hoje, o treino exige oposição permanente com recurso aos mais diversos tipos de constrangimentos. Porque, como gosto de defender, “treinar sem oposição não é treino: é passatempo”. E o treino português precisa rapidamente de se transformar. Ou o comboio – o não apuramento para o Mundial é um aviso muito mais sério do que terá parecido - não terá estação onde o apanhemos.

Arquivo do blogue

Quem sou

Seguidores