sábado, 22 de fevereiro de 2020

O QUE MAL COMEÇA, BEM TERMINA!


Apesar das 11 derrotas sofridas em 17 jogos por Portugal no seu confronto com a Rússia — que esta época já perdeu em casa com a Espanha por 31-12 e, fora, com a Bélgica por 38-12, tendo marcado sempre primeiro — o actual histórico de ambas as equipas dita, para este jogo em Kalininegrado a contar para a 3.ª jornada do Championship Europeu, apenas a vantagem de 1 ponto de jogo para os russos. Ou seja e para um jogo que tem nos valores de 3 e 5 de pontos de jogo a sua pontuação mínima, a diferença de 1 ponto só pode significar que não existe qualquer prevista superioridade seja de quem for. O que significa um jogo sem favoritos e que, portanto, Portugal tem, mesmo jogando fora, condições para sair vencedor — vejam-se as diferenças dos valores recentes de Sucesso e da Quota dos Pontos de Jogo.
Principalmente se souber tirar partido da pressão que pende sobre os seus adversários que vivem no pesadelo de terem que ganhar o jogo. É um facto: a Rússia, para não correr o risco de ir jogar, fora de casa, o play-off do sobe-ou-desce, tem que vencer Portugal! E Portugal pode tirar partido desse facto se os seus jogadores souberem controlar o jogo e impor o resultado, aumentando a pressão ao obrigar os russos a perseguir o prejuízo. Sabendo isso, os russos não estarão muito tranquilos.
E os jogadores portugueses, ultrapassada que esteja a primeira intranquilidade, podem tirar partido disso...
A intranquilidade e desgaste de uma viagem tem que ser ultrapassada na cabeça de cada um, encontrando as defesas próprias para garantir as capacidades para o combate que se avizinha.
O erro que provocou o prejuízo e desgate dos jogadores diz respeito à Federação Russa acolitada pela Rugby Europe que sabendo, ambas e perfeitamente, o trajecto pretendido pelos portugueses – acesso a Kalininegrado via Moscovo uma vez que não existem voos directos — indicaram sempre os “vistos electrónicos” como únicos necessários. Chegados ao aeroporto os membros da comitiva portuguesa foram impedidos de iniciar a viagem com os funcionários de serviço do SEF da fronteira aeroportuária portuguesa a informar que não estavam autorizados a embarcar uma vez que o seu visto não permitiria aterrar em Moscovo. Ou seja e ao que parece o “visto electrónico” recomendado só serviria de acesso a Kalininegrado se não tocassem em solo russo... 
Enfim uma amálgama de imprecisões russas com documentos da Rugby Europe a segui-las e os jogadores portugueses a terem que apanhar diferentes aviões que os colocassem na Polónia para seguirem de autocarro até à cidade do enclave russo onde se disputa o jogo. Multiplicando as horas de viagem de uma já de si longa viagem. E com gente, naturalmente, a esfregar as mãos...
... confiante que, assim, o algoritmo de análise do passado das equipas dará um valor diferente e mais favorável. 


I. Compacticidade = distribuição do peso pela altura
A equipa portuguesa não tem que se preocupar demasiado com o “poder” do adversário porque não há, como se pode ver pelo gráfico do Índice de Compacticidade, grande diferença de poderes físicos. Existe um razoável equilíbrio do índice quer do índice geral — com excepção do nível físico dos centros — quer do peso dos packs ou da 1.ª linha onde a técnica determinará a vantagem. 

Por outro lado também se sabe que a perigosidade da equipa russa está na área vermelha dos 22 metros portugueses onde a sua capacidade de uso da força e poder de colisão — refira-se de novo os centros — pode criar problemas. O que implica uma estratégia de afastamento com parte em jogo-ao-pé que prepare uma ou outra alternância — lendo bem 
a possível exploração de espaços — de ataque em movimento continuado. Mas sabe-se também que a defesa russa tem dificuldades em defrontar atacantes em movimento e capazes de verticalizar o jogo — que os jogadores portugueses sejam, como a espaços já o demonstraram, de o realizar, ampliando a pressão que já pesará na equipa russa e as possibilidades de vitória serão ampliadas. Portanto, ocupação territorial e jogo de movimento serão as chaves do possível sucesso.
O jogo, independentemente do resultado final, ficará marcado pela envolvente que o precede e os factos estabelecem que a aparência do envolvimento da questão não dá boa imagem à Federação russa nem iliba uma também aparente negligência da pouco cuidadosa Rugby Europe.
Vamos lá então a virar o velho “o que torto nasce, tarde ou nunca se endireita” num novo “o que mal começa, bem termina!”. Ganhem então!

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