domingo, 18 de março de 2012

EXIGÊNCIAS

Ao perder – em derrota fora de qualquer previsão – com a Ucrânia (33-35) e uma vez que a Alemanha – nem aqui nos ajuda! - perdeu em casa (29-30) com a Bélgica, Portugal perdeu um lugar no Ranking IRB e viu-se ultrapassado pelos belgas. A Ucrânia, por sua vez e com a inesperada vitória, subiu três lugares.

Descidas e subidas após jogos de 17 de Março
Pode falar-se de falta de experiência dos jogadores, pode dizer-se que este ano não conta. Pode dizer-se o que se quiser. Mas bom seria analisar porque foi assim. Dizem-me que foram erros defensivos a causa maior. É normal, a defesa colectiva se exige jogadores placadores, exige mais do que isso: exige habituação e experiência aos níveis para que é desafiada – exige prática quotidiana de elevada exigência em treino e competição.

E devemos pensar no real significado dos degraus que descemos por nos faltarem os principais. Pensar no porquê de tanta diferença e procurar e utilizar as soluções encontradas. Sem demoras. Porque o desenvolvimento qualitativo do rugby português não será possível se a potencialidade interna estiver tão longe das capacidades dos que jogam no estrangeiro – e mais tarde ou mais cedo a factura será terrível.

Valeu o Grand Slam de Gales! São de facto a melhor equipa europeia e a que joga um rugby mais interessante, sabendo utilizar muito bem os tempos de jogo com alterações de velocidade muito eficazes e aproveitando muito bem as oportunidades com que se encontra, Gales consegue uma produção de jogo entusiasmante. E no dia que o abertura volte à forma que já lhe conhecemos…

Mervyn Davies - Merv The Swerve -  o notável Nº8 da extraordinária equipa de Gales dos anos 70 e dos British Lions de 71 e 74, mereceu a homenagem. 

Quanto aos franceses, mantêm-se iguaizinhos ao que lhe vimos fazer no campeonato do Mundo. São, com o beneplácito dos árbitros, os maiores faltosos do mundo. Campeões mesmo! Seja em jogo no chão, atrasando a saída da bola numa bem escondida marginalidade, seja na subida defensiva sempre fora-de-jogo. E os árbitros deixam! Limitando-se a uns gestozinhos contemplativos…

… e é impossível jogar com as defesas em fora-de-jogo - no alto nível joga-se com um intervalo mínimo de espaço/tempo que, obrigando já a uma enorme capacidade técnica, envolve enormes riscos para desenvolver o ataque; imagine-se a vantagem que se entrega à defesa deixando-os ganhar um metro no fora-de-jogo. Trata-se de um privilégio inaceitável.

Mais do que tudo, mantendo os níveis disciplinares indispensáveis, a atenção sobre o fora-de-jogo deve ser ponto focal da arbitragem. Porque fará a diferença - para além da justiça desportiva que ignora - entre um bom e um mau jogo.

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