sábado, 17 de março de 2012

OUVIDO EM ODESSA, OLHO EM CARDIFF

Ganhando na Ucrania – qualquer que seja o resultado – Portugal subirá um lugar e ultrapassará o Chile. Mas não vai ser fácil – jogar fora com pouca experiência internacional nunca é fácil. Perdendo, voltamos à semana passada e dependeremos da Alemanha – também aqui?! – para que não sejamos ultrapassados pela Bélgica.

Não fora a saída de muitos dos internacionais para Hong-Kong ou a não deslocação de habituais franceses e o favoritismo seria todo português. Assim…será preciso uma enorme atitude com um grande coração de antes quebrar que torcer. Boa sorte!


Em Cardiff joga-se para o Grand Slam. Mais do que isso, joga-se para limpar a péssima lembrança do jogo das meias-finais do Mundial. Em casa, com um público fantástico, os galeses são favoritos – mas da França, utilizando o habitual lugar comum, tudo se pode esperar. Mesmo que á partida e para além do cinco-da-frente pouco se encontre que se possa impor a uma equipa galesa equilibrada, cheia de moral e com notáveis argumentos. Um deles: o poder – a quantidade de movimento - que produzem os três-quartos galeses. Para o contrariar e procurar perturbar a sua defesa em cunha, Saint-André fará alinhar Florian Fritz ao lado de Rougerie, colocando Fofana a ponta e fazendo sair Malzieu. Adivinha-se combate de chefes no centro do terreno... e a esperança francesa em boas recuperações.

O antigo ponta Shane Williams coloca (The Gardian) cinco pontos tácticos para a conquista do Grand Slam: dominar a formação-
ordenada; variar o ponto de ataque; impor o ritmo; anular a terceira-linha; manter o mesmo plano de jogo. Shan Edwards, o inglês treinador da defesa galesa, reconhecendo o tremendo impacto que o rugby tem no bem-estar da população do principado, diz esperar que o cinco-da-frente seja capaz, não só de cumprir o seu dever nas formações e placagens mas também “que sejam ainda capazes de fazer parte do processo de criação de desequilíbrios que o ataque possa explorar – e por explorar não falo de uma perfuração apenas mas de situações em que os jogadores de Gales se mostrem em superioridade numérica profunda”. Ou seja: Edwards pretende dos seus jogadores a mais valia da continuidade assertiva de movimento.

Ver por que zonas do terreno andarão os números mais baixos, notar as corridas das terceiras-linhas para perceber quem vence, chegando primeiro, em cada momento, analisar a rapidez da formação do apoio no centro do terreno, são as chaves para apreciar este jogo que promete um enorme desafio: de um lado o objectivo de uma conquista gloriosa; do outro a obrigação do orgulho ferido.     

Seja como for, corra lá como correr o jogo, o único resultado interessante – para mim, é claro! – é o da vitória de Gales. Cymru am byth!

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