Penalidade contra os Sharks a cerca de sete metros da linha e em posição frontal. O capitão stormer decidiu ir buscar três pontos com a conversão do pontapé aos postes. Pensei: se fosse o capitão decidiria por formação-ordenada ou jogar-à-mão. Porquê?!
Pelas razões que fariam a sequência da minha tomada de decisão:
1. faltam oito minutos para acabar o jogo e estamos a 7 pontos: precisamos de um ensaio para ir ao prolongamento;
2. estamos implantados no campo deles, temos tido boa capacidade de manutenção da posse da bola e temos conseguido avançar no terreno: estamos a fazer uma excelente pressão;
3. se marcarmos a penalidade ficaremos a quatro pontos e teremos de marcar na mesma um ensaio ou de marcar com os pés por duas vezes;
4. se marcarmos a penalidade, eles têm a posse da bola e podem ocupar o nosso campo e nós vamos levar tempo a sair de lá em condições de controlo da bola;
5. se jogarmos, o pior que nos pode acontecer é continuarmos à distância de um ensaio;
6. se marcarmos o ensaio ficámos com o resultado encostado e com a confiança necessária para acreditarmos que ainda poderemos marcar outra vez e ganhar já o jogo;
7. marcando um ensaio, mesmo que a conversão falhel, ficaremos a 2 pontos que são ultrapassáveis, ocupando o terreno e com uma penalidade ou um ressalto;
8. jogar aqui, em cima da linha-de-ensaio deles, aumenta-lhes a pressão e não poderão cometer o mínimo erro;
9. Está decidido: o risco compensa, a bola é nossa, vamos jogar!
Tomada a decisão estratégica, faltava apenas decidir a opção táctica: formação-ordenada ou jogo em passe directo? Sendo central e estando nós com bom comportamento nas anteriores formações que possibilitam a concentração de adversários sem esforço e a opção atacante por qualquer dos lados, não havia que hesitar: olhos nos olhos uns com os outros e comunicação da decisão: vamos para a formação, vamos ganhar isto!
Decidindo como decidiu, o capitão stormer viu-se a quatro pontos com o adversário a ocupar confortávelmente o seu próprio meio-campo e ainda marcar um ressalto pelo francês Michalak. A cavalgada final, se cortou a respiração aos espectadores, viu os Sharks a defenderem o necessário, a manterem a posse da bola até onde foi preciso e a fazerem a sua recuperação final quando o desânimo do bater contra a parede já tinha dominado a equipa da casa. Vão à final.
Por mim, preferiria o outro risco…e com um dito popular a suportar a decisão: perdido por cem, perdido por mil. E se o risco é controlável...