Luis Caldas fez nome no Desporto português. Esteve por quatro vezes em Jogos Olímpicos: primeiro como atleta em 1960 - em Roma e onde obteve o 21º lugar - e mais tarde como árbitro e como dirigente. Sempre com a sua modalidade de Luta. Em 1976, em Montreal, foi Chefe de Missão. Também jogou rugby e foi internacional, contra a Espanha em 1954 e no terceiro jogo internacional de Portugal. Foi um pioneiro e um apaixonado da modalidade.
Encontrávamo-nos muitas vezes e a conversa passeava entre o Desporto em geral e a particularidade do Rugby. Ainda recentemente e enquanto ocupei o cargo de vice-presidente do ex-Instituto do Desporto de Portugal, sempre que nos encontrávamos - o café era comum - a sua curiosidade sobre as questões relacionadas com o Desporto português mantinha o tempo de interessantes conversas. Mantinha-se atento, interessado e participante com as suas opiniões. Os valores do Desporto marcavam-lhe a vida.
Para além de nos encontrarmos em diversos momentos do Desporto nacional, estive com ele em diversos momentos rugbísticos, desde o Uruguai nos primórdios da nossa globalização e na tentativa de encontrar forma de apuramento para o Mundial de 1999, passando por encontros em Paris a caminho - ele era um habitué - de jogos das Cinco Nações - daí veio um autorizado tratamento particular em homenagem ao à-vontade parisiense: M'ssiê Caldásse - até aos jogos caseiros onde trocávamos opiniões técnico-tácticas como gostávamos de dizer. Gostei sempre dele e também pude saber que gostava de mim - éramos amigos. Dávamo-nos bem.
É por isso, com profundo pesar que sei do seu falecimento. À sua família, aos seus amigos, os meus respeitos. E a certeza que a sua experiência e conhecimentos desportivos nos farão falta e darão saudades.