A nossa participação não se pode medir pelos resultados que iremos conseguir esta época - é natural que não sejam sequer aproximados. Mas isso, a derrota por números elevados não tem grande importância: a nossa participação mede-se pelo crescimento competitivo dos jogadores que participarem no jogo.
Mas não é um salto muito violento, jogar contra profissionais dos melhores campeonatos da europa? Embora fosse mais equilibrado jogar esta "poule" com equipas da nossa série do 6 Nações como propôs à IRB o Raul Martins - só que não houve resposta positiva e a realidade é esta: ou jogas assim ou ficas cada vez mais longe. Mas convenhamos que não é coisa de outro mundo fazer estes jogos: é apenas enfrentar a vida num crescimento rápido de adulto. Como há uns anos atrás em que fui responsável por uma equipa que também disputou um europeu de clubes, é uma oportunidade enorme de comparar e aprender. Como foi nessa altura. Perdemos sempre mas aprendemos o suficiente.
Esta particiação é de facto uma oportunidade de medir as distâncias, de perceber quanto é preciso de trabalho, de treino, para atingir o nível internacional dos resultados que fazem sonhar.
Ganharão experiência os jovens jogadores portugueses: aprendendo que a subida em defesa, em vez da espera, torna mais fácil a tarefa; que o ataque apoiado aos intervalos, em vez da colisão contra o corpo mais próximo, é a melhor - quantas vezes a única - forma de ultrapassar a linha de vantagem e quebrar a linha de defesa.
E aprenderão mais: que o jogo ao pé para fora, se permite respirar uns momentos, volta à primeira forma do sufoco em pouco tempo; que na formação ordenada com a voz do árbitro a beneficiar infractores, só a blocagem dos joelhos consegue travar a vantagem do 8x7 para garantir a posse da bola de forma que os três-quartos, se não podem jogar no-pé-da-frente, não jogarão no-pé-de-trás.
E ainda que o ataque se faz com jogadores lançados e com apoio axial a permitir o martelo que garante a quebra da linha defensiva e a possibilidade de manter a bola jogável.
No fundo, jogar a Amlin Cup é uma oportunidade para os jogadores de perceberem a diferença competitiva entre os jogos nacionais a que estão habituados e o rugby de nível internacional.
Os jogadores estarão em duros exames em cada um dos jogos mas a maioria deles vai ganhar com a experiência, construindo o estofo com se fazem campeões. E a selecção nacional também ganhará.
E talvez o campeonato nacional da Divisão de Honra também se transforme.
Amlin Cup?! Uma aposta a médio prazo... A pensar no Mundial de 2019.