sexta-feira, 25 de outubro de 2013

CURVA DE APRENDIZAGEM

Ninguém nasce ensinado e é suposto que com a aprendizagem e com a experiência que daí resulta que os jogadores melhorem as suas capacidades e possam atingir os níveis desejados para a competição internacional.
Com o Lusitanos XV é dada uma oportunidade de crescimento competitivo aos jogadores portugueses que, se por um lado lhes permite perceber o que significa a dimensão do alto-rendimento também lhes oferece, por outro, a experiência necessária ao seu desenvolvimento individual e colectivo.
Algo disto se estará a passar como se viu no último jogo contra os London Irish por comparação com o jogo de Paris. Com resultados idênticos - derrota por sessenta pontos de diferença - o avolumar dos pontos deixa - se a tendência, com os resultados dos próximos jogos com os italianos do Cavalieri Prato, continuar a mostrar-se verdadeira  - algum optimismo sobre o crescimento e aprendizagem da equipa.

Analisando os pontos sofridos em cada jogo por quartos de vinte minutos, pode verificar-se que existe, do primeiro para o segundo jogo, uma melhor adaptação do Lusitanos XV de que resulta um final da primeira parte contra os London Irish com apenas 30% dos pontos totais sofridos contra os 57% de Paris.
Há, naturalmente e ainda, um longo caminho a percorrer para atingir o patamar competitivo do nível do alto-rendimento. 
Habituados a uma competição interna a que faltará elevação da sua dimensão competitiva, os jogadores portugueses sentem claras dificuldades na adaptação aos ritmos, velocidades e esforço físico exigido neste nível de rendimento desportivo.
Melhorando a sua capacidade defensiva colectiva na parte inicial do jogo, procurando não se deixar surpreender, os Lusitanos não conseguiram, no entanto e de acordo com o esperado, resistir ao aumento do volume de jogo dos londrinos e ao aumento do tempo útil de jogo - cronometrados 28' de bola em jogo, não contando portanto com as vozes da formação-ordenada que exigem esforço a metade da equipa - a que, para além da dimensão temporal das fases já de si desgastantes, não estão habituados. E quando o oxigénio começa a diminuir...

O maior problema das equipas portuguesas mostra-se na nossa incapacidade para marcar ensaios - somos a equipa que no actual 6 Nações B menos ensaios marcou! Ora a resolução deste problema, que tem causas que se conhecem - tempo de passe, passes em arco, lentidão de saída da bola nos reagrupamentos, incapacidade de manobra perante defesas deslizantes, jogo ao pé pouco eficaz e a não colocar pressão suficiente no adversário que, por isso, não é obrigado a desfazer sistemas defensivos, incapacidade de apoio eficaz nas penetrações com a errada tendência de jogar ao lado á espera de um passe que não vai chegar, a que se juntam entradas ao contacto e não aos intervalos - não dependem apenas do espaço selecção e dis seus treinos. E se há vantagem nestes jogos é também a de permitir que a comunidade rugbística nacional tenha oportunidade de comparar o estado das artes.
Embora se perceba que a equipa técnica que dirige as selecções seniores tenha procurado minorar estes problemas, percebe-se também que é no treino dos principais clubes que estes problemas encontrarão soluções. O que exige uma diferente filosofia para ganhar: não importando ganhar por ganhar, mas importando desenvolver para ganhar. O que, não se fazendo de um dia para o outro, paga os dividendos suficientes para ser garantia de futuro. 
E o rugby português, para sobreviver no mundo onde os resultados contam, precisa de ser capaz de dar um salto nas suas qualidades técnicas, tácticas e estratégicas.



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