quinta-feira, 2 de março de 2017

EXIGÊNCIA DE MUDANÇA



Estatísticas - Ultimate Rugby 
Com estes dados estatísticos - de enorme equilíbrio - como é que Gales foi derrotado por uma diferença de 16 pontos? Ainda por cima com mais metros percorridos e mais ultrapassagens da Linha de Vantagem? Como foi possível?
Foi possível com erros, com desperdícios, com más decisões e com mais faltas como mostra o quadro abaixo de que resultaram 15 pontos e muita perda de terreno.

Estatísticas - Ultimate Rugby

O australiano Ben Darwin da Gain Line Analytics  sintetiza de forma brilhante e com a frase "O que acontece dentro do campo é apenas um sintoma e não a causa do sucesso ou do falhanço" aquilo que penso dever ser o ponto de vista de qualquer treinador - o que se passa no campo tem razões, positivas ou negativas, de que é necessário perceber as causas. Por este prisma os sintomas demonstrados à evidência por Gales mostram que a equipa não tem a coesão colectiva que as equipas necessitam demonstrar neste elevado nível. Falta de coesão que resulta, por um lado, do sistema de selecção - maior preocupação pelo prestígio passado do que pela capacidade presente (veja-se North ou Faletau) - e por outro pelo método de treinos empregue que parece estar longe daquilo que as equipas mais avançadas utilizam, retirando-lhe, nomeadamente, capacidade física para a totalidade do jogo. E a continuar assim, Gales não conseguirá resultados que satisfaçam a suas pretensões.
Mudança, espera-se portanto. De imediato, no método!
Até porque joga-se já neste 6 Nações o próximo Mundial do Japão cujo sorteio se realiza a 10 de Maio. Assim este torneio europeu constitui a última oportunidade para que os países pré-qualificados - os 12 que se classificaram nos três primeiros lugares de cada grupo do Mundial de 2015 - melhorem as suas classificações no ranking mundial. Porque serão aos oito melhores classificados que serão distribuídos pelos dois primeiros lugares de cada grupo. Ora Gales já tem a experiência do que pode acontecer se não se mantiver nos oito primeiros - caiu no "grupo da morte" com a Inglaterra, Austrália, Fiji e Uruguai, embora qualificando-se, terá aí deixado as energias que não lhe permitiram ir mais além. 
A mudança para garantir vitórias é decisiva - Gales entrou no 6 Nações no 5º lugar com  82,55 pontos e está hoje, à entrada da 4ª jornada, no 7º lugar do ranking mundial com 81,16 pontos, ou seja e após ter perdido 1,39 pontos, com mais 0,59 pontos do que a França (8º) e a mais 1,25 pontos do que a Argentina (9º). E se é verdade que a Argentina, ao contrário da França, não terá jogos para aumentar o seu pecúlio, a margem não é confortável...
... e Gales terá que se apresentar nas suas melhores condições e capacidades - os jogos que lhe faltam são contra a Irlanda e França - para garantir - uma vez que a total dependência de terceiros lhe retira a possibilidade de vitória no 6 Nações - uma posição inicial apropriada - às pretensões no próximo Mundial.

                                       


Arquivo do blogue

Quem sou

Seguidores