sexta-feira, 10 de março de 2017

PORTUGAL-MOLDÁVIA, 4ª JORNADA DO RET

Depois de ultrpassado adversário principal, a Holanda, restam ao XV de Portugal dois jogos contra adversários que não têm hábitos competitivos de nível semelhante ao que os portugueses têm nos últimos largos anos. E essa falta de hábitos vai fazer toda a diferença para a construçãodo resultado final.
A partir da vitória sobre a Holanda os jogadores portugueses devem começar a preparar, vencendo sem margem para dúvidas quer em resultado, quer em exibição, o jogo de barragem de 20 de Maio que decidirá da subida à II divisão - lugar onde devemos pertencer - ou da manutenção nesta pouco competitiva e desinteressante III divisão.
O jogo de hoje, inserido na 4ª jornada do Rugby Europe Trophy, contra a Moldávia que não tem nem tradição nem resultados da modalidade, é uma clara manifestação desse desequilibrio: seja qual fôr resultado da vitória, Portugal não obterá qualquer ponto para o ranking da World Rugby. Porque, jogando em casa e no conceito adaptativo que constrói a pontuação e tendo mais de dez pontos do que o adversário, tem a obrigação de vencer sem qualquer prémio. 
E isto é, tendencialmente, o que se irá passar entre equipas habituadas ao nível competitivo próximo do Tiers 2 e as habituadas a qualquer coisa como o Tiers 4. Jogar sem prémio mas pagando caro, muito caro, qualquer distracção. O que significa que não sendo a III divisão Europeia qualitativamente competitiva, estar lá significa a habituação à mediocridade. Ou seja, a jogar um rugby que se apresenta como simpaticamente social mas não vale desportivamente - porque desporto é superação e não o arrastar pausado das formas do jogo.
A diferença entre as duas equipas pode ver-se nestes dados: Portugal tem 75% da quota do somatório de pontos marcados e sofridos em pontos marcados com 2 pontos de bónus atacantes, enquanto a Moldávia só atinge 52% da quota e 1 ponto de bónus atacante e outro defensivo. Por outro lado Portugal marcou 12 ensaios sofrendo apenas 3 e a Moldávia embora com 13 ensaios marcados sofreu 11. Situações que mostram a superioridade portuguesa e que deve ser mostrada em campo  dando a entender o crescimento e progresso da equipa depois dos jogos realizados e que tem a origação de garantir uma coesão colectiva superior.

O XV de Portugal tem, assim, obrigação de ganhar e impôr uma superioridade que demonstre a sua capacidade de se encontrar no patamar superior. O que significa que se espera uma vitória com uma diferença de cerca de 40 pontos - a diferença resultante do algoritmo não tem em conta factores como experiência e hábitos competitivos. Para o que é preciso jogar de acordo com os Princípios Fundamentais de Avançar, Apoiar, Continuar e Pressionar a que se devem acrescentar sub-princípios como Velocidade, Comunicação, Reacção e Adaptação. 
A responsabilidade que os jogadores da selecção nacional têm em relação à comunidade rugbística portuguesa é relevante - é com a sua demonstração de capacidade técnico-táctica e de querer que o rugby português pode resituar-se e desenvolver. Vitórias apenas sem mostrar perspectivas de melhoria qualitativa e competitiva não servem para nada no quadro em que nos situámos. É preciso mais e é nisso que a equipa deve apostar.

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