quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

INÍCIO DA FASE FINAL COM GRUPO DO TÍTULO E GRUPO DA DESPROMOÇÃO

Começa neste próximo fim‑de‑semana a fase final do campeonato nacional da designada Divisão de Honra que teve 4 jornadas que não se pautaram - como seria bom que tivesse sido - pelo equilíbrio competitivo. De facto dos resultados ressaltam dois factores determinantes do desequilíbrio: dos 24 jogos disputados, 14 (58%) tiveram uma diferença de mais de 30 pontos e 5 (21%) tiveram uma diferença superior a 15 pontos — limite mínimo de atribuição de prémio pontual no ranking da World Rugby  — e inferior a 31 pontos. Relevnnte do desequilíbrio é também o facto de apenas existirem 3 jogos (12,5%) que permitiram a obtenção de pontos de Bónus Defensivo. 

Se olharmos para o mapa da diferença de pontos marcados e sofridos (2º factor de desempate) veremos que há uma quebra brutal do oitavo para a nona equipa — e a diferença de ensaios marcados e sofridos (4º factor de desempate) segue o mesmo caminho... 
     

Juntando as equipas numa mesma tabela podemos estabelecer uma comparação entre os resultados conseguidos mesmo que algumas delas não se tenham defrontado. 

Realizadas 4 jornadas das 22 que seriam o total deste campeonato a 12 equipas, os qualificados que irão disputar o Grupo do Título, apurados em cada um dos Grupos mais um play-off para escolher os dois restantes, correspondem aos melhores qualificados desta geral, ficando assim demonstrado que o limite das equipas de nível para disputar um campeonato competitivo nunca pode, no rugby português, ultrapassar as 8. A diferença para as quatro últimas classificadas é enorme e tudo leva a crer que teria tendência a aumentar. No meio, duas equipas — a Académica e o Cascais — que dificilmente não irão perder capacidade competitiva na disputa do Grupo de Despromoção.


Veja-se a quebra da linha da percentagem Média da Capacidade Competitiva Global construída através dos Indicadores-chave de Desempenho constituídos pela % de Pontos Conquistados, % de Vitórias e % da Quota de Pontos de Jogo. Os valores obtidos demonstram cabalmente que não existe hipótese competitiva neste nível para os quatro clubes do fim da tabela. 

Aliás deste conjunto de resultados pode retirar-se que para o desenvolvimento do rugby português a actual experiência deve ser substituída por outra que junte mais dois clubes aos últimos quatro para que, obrigados então a uma competição equilibrada, possam ganhar capacidades competitivas. Porque é um facto evidente: só há concorrência entre iguais, o resto tende ao massacre. O que significa que no desequilíbrio desportivo não há aprendizagem proveitosa. 

E se conseguimos duas boas vitórias internacionais, não façamos disso a peneira para tapar as fraquezas da selecção brasileira — que saltam á vista se verificarmos as estatísticas do jogo. Para que o sonho França2013 possa ser uma realidade, precisamos que os nossos potenciais internacionais tenham os hábitos competitivos necessários e, no mínimo, tão próximos quanto possível dos nossos concorrentes aos dois lugares disputáveis.


Arquivo do blogue

Quem sou

Seguidores