Se não serve para qualquer tipo de preparação — porque não permite uma competição que se coloque acima dos campeonatos nacionais dos concorrentes principais e, por isso, não atinge o nível que se exige a este tipo de competições: desenrolar-se num patamar intermédio entre a competição nacional e a internacional — para que serve este tipo de competição? Por um lado para uma acção propagandística da Rugby Europe que assim espera o reconhecimento e apoio dos países de menor valia (que faz neste torneio Israel com uma equipa cheia de sul-africanos e fijianos?); por outro lado para um óbvio prejuízo do TOP 10 português que vê as suas equipas menos poderosas mas que tenham alguns dos seus jogadores (os melhores) na equipa dos Lusitanos se tornam ainda mais fracas — o CDUP é exemplo flagrante — permitindo assim resultados que podem adulterar o resultado final classificativo… (teria sido preferível organizar um torneio com as equipas do TOP10 e adiar o início do campeonato para o pós-Apuramento)
… e serviu ainda para provar o que já sabíamos do rugby português ao nível inernacional e que nos tirou a possibilidade do apuramento directo para o Mundial…
E se temos uma excelente capacidade do três-de-trás que tem jogadores suficientes para ser uma excelente arma atacante, outros domínios se se mostram maus, desadaptados e com erros confrangedores e grosseiros, continuando sem a necessária e desejada melhoria como seja: uma desastrosa incapacidade de defender o maul; uma muito fraca capacidade de resistência nas formações-ordenadas (é curioso como não se vê nestes dois últimos domínios melhorias técnicas que anulem as desvantagens físicas que possam eventualmente haver — que é feito do programa Força Oito?); um jogo-ao-pé de entrega da bola e que serve de pouco para garantir a conquista e domínio do território ou a criação de desequilíbrios; o jogo feito a demasiada distância de segurança da Linha-de-vantagem que quase só torna possível a utilização da capacidade de movimento e velocidade das linhas-atrasadas nas situações de formações-expontâneas conquistadas, aumentando o problema, por óbvia vantagem da superioridade numérica da linha defensiva, de realizar a procura de ultrapassar a Linha-de-vantagem sem ser por constantes colisões sem que a manobra que abriria espaços tenha sido anteriormente realizada**. Tudo isto a somar a uma situação completamente insustentável da indisciplina dos jogadores que fazem demasiadas faltas, entregando terreno de borla aos adversários — ou os árbitros portugueses são treinados para arbitrar de acordo com os princípios que estão a ser utilizados no espaço europeu e usam esses critérios no campeonato nacional ou as faltas continuarão a prejudicar as equipas nacionais nos encontros internacionais.
Com um campeonato falho de qualidade — cada equipa não dispõe dos seus melhores — e uma prova internacional sem intensidade e equilíbrio capazes — por mais que o CEO da Rugby Europe pretenda dizer o contrário — a nossa preparação não teve a qualidade desejada nem foi posta à prova as vezes necessárias para impôr as devidas correcções e adaptações.
De nada valendo chorar no molhado, resta-nos a esperança — a tal que nunca morre — da transformação e que os Lobos mostrem a eficácia capaz de superar os seus adversários do Apuramento…
* Se o critério para o desempate desta Super Cup está quase correcto — em campeonatos ou torneios com pontos de bónus o mais correcto é que o 1º factor, como se define em Portugal e em Inglaterra (Premiereship pelo menos), seja o maior número de vitórias seguido então, como 2º factor, pela diferença global de pontos marcados e sofridos — a proposta do Manual mantém o “eterno”disparate de considerar que o desempate se define pelo melhor resultados dos jogos entre as duas equipas empatadas permitindo o erro crucial de um mesmo acto se traduzir numa dupla penalização — já terá valido os pontos perdidos de uma derrota e valerá ainda para saber quem segue adiante… (para além de poder propocionar combinações…)
** Como ensinou estrategicamente Nuno Álvares Pereira, no combate deve fazer-se prevalecer a manobra sobre o choque, surpreendendo e evitando um eventual maior poderio do adversário.