domingo, 15 de outubro de 2023

A SEGUNDA FINAL DOS QUARTOS-DE-FINAL (II)

(continuação do texto anterior)


Neste segundo dia dos quartos-de-final, a Inglaterra — quatro vitórias no Grupo D —  jogará contra Fiji — duas vitórias e duas derrotas no Grupo C, sendo uma delas contra Portugal. De acordo com os algoritmos do XVcontraXV e da RugbyVision a Inglaterra será favorita por, respectivamente, 12 e 11 pontos de diferença no resultado final. No entanto se olharmos para os dados estatísticos conseguidos — embora conseguidos com adversários diferentes mas não deixando de ser factores que revelam forças e fraquezas — a COMPARAÇÃO DE CAPACIDADES estabelece globais muito idênticos. E assim se a Inglaterra se mostra mais eficaz por via dos ensaios que conseguiu, Fiji mostra-se mais habilidosa e por isso recorre a um maior números de off-loads e apresenta uma maior capacidade de avançar no terreno através de um maior transporte de bola correspondendo a maior número de metros conquistados. É no entanto bom lembrar a capacidade da organização defensiva inglesa que conseguiu, com 14 jogadores desde os primeiros momentos do jogo (3’) por expulsão de Tom Curry, garantir a vitória contra a, agora semi-finalista, Argentina por 27-10. É assim muito provável que a Inglaterra, ultrapassando o seu adversário nesta eliminatória venha a ser outro semi-finalista onde defrontará o vencedor do França-África do Sul


A segunda-final neste segundo dia dos quartos-de-final não é mais do que o jogo entre a França, equipa do país organizador — que joga portanto em casa — e o actual campeão mundial, a África do Sul, num jogo fácil de admitir que não terá vencedores antecipados.  E as previsões do XVcontraXV — que prevê a vitória francesa por 8 pontos de diferença — e do RugbyVision — que prevê a vitória sul-africana por 1 ponto de diferença — mostram essa mesma dificuldade de apontar um vencedor.

Como curiosidade deste jogo o facto de, contráriamente ao espectável 7-1 na constituição do banco sul-africano, surgir a aposta num tradicional 5-3, significando que a África-do-Sul reconhece a força das linhas atrasadas francesas, não podendo apostar a sua cave na substituição da totalidade dos seus avançados porque receia que eventual lesão de um linhas-atrasadas possa desequilibrar toda a estrutura defensiva da equipa. Por outro lado, e daí a curiosidade, Galthié — mesmo com o eventual risco de Dupont poder ter alguma regressão — aposta num banco de 6-2 mostrando também que o seu receio dos sul-africanos reside no bloco de avançados, pensando que um polivalente três-quartos resolverá qualquer eventual problema. Mas o 5-3 sul-africano pode ser considerado, com a presença do 3ª linha Kwagga Smith que já tem sido utilizado como centro ou ponta, um 4-4 aumentando-nos a curiosidade com as possibilidades táctico-estratégicas que permitirá e como serão utilizadas …

Curioso também o facto de Faf De Klerk, habitual titular, estar inicialmente no banco e ser substituído por Reinach. No entanto os médios campeões do mundo — De Klerk e Pollard — podem saltar do banco a qualquer momento e quando entendido como necessário. Provavelmente os sul-africanos procuraão usar o seu cumprimento de pontapé para obrigar os pontas franceses a posicionarem-se bem recuados no terreno e assim impedi-los de se articularem directa e rapidamente  com os seus companheiros da linha de três-quartos. No entanto o jogo de conquista territorial com a estratégia de desapossamento, cara a Galthié, trará também muitos problemas aos sul-africanos. E, pode ser, que o ping-pong seja a marca do jogo na esperança de obrigar a erros…  No entanto a COMPARAÇÃO DE CAPACIDADES dá vantagem à França, pela sua maior habilidade e eficácia. Esperemos portanto que haja movimento e circulação da bola — ensaios também porque se os franceses apresentam 3,32 pontos por cada entrada nos 22m, os sul-africanos apresentam 3,22 — porque, depois da excelência do Nova Zelândia-Irlanda, a fasquia do contentamento subiu muito…

No fundo, um jogo prometedor e que, de acordo com os responsáveis das duas equipas, poderá mostrar o vencedor como futuro campeão mundial…

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