sexta-feira, 19 de março de 2010
A IRB PERCEBEU
Do que sei, a IRB percebeu o significado da derrota da Espanha contra Portugal. Para quem tem usado a arrogância como forma de vizinhança rugbística, vai haver surpresa…enorme.
PORTUGAL-ROMÉNIA, PRIMEIRA FINAL
A Roménia vem com a armada toda. Ninguém – com o Mundial à vista – apresenta estados de alma sobre jogadores internos e externos. Formam a equipa mais capaz. Ponto.
E contam, como desde sempre, com os apoios invisíveis – não esqueço, no último Mundial, a troca de olhares cúmplices de preocupação entre Baquet (presidente da FIRA-AER) e Antonin (eminência parda de uma certa forma de estar no rugby, há alguns anos ao serviço dos romenos).
A tarefa de Portugal para continuar a caminho da Nova Zelândia não é fácil. Nada fácil mesmo. De uma exigência brutal para o cinco-da-frente – de quem, já o disse, dependerá a vitória – e de um elevado nível de exigência para todos os outros.
A questão táctica será importante na construção do resultado. Os pontos fortes dos romenos são reconhecíveis e habituais: bloco de avançados forte, pesado e exímio no maul dinâmico, bom jogo ao pé – comprido e, normalmente, tacticamente correcto. Mas os seus três-quartos, embora fortes e com poder, não têm qualquer qualidade especial – o jogo de passes não é nem muito rápido, nem suficientemente fixador: faz parte do trivial movimento lateral que passa bola e adversário. Defensivamente são capazes no homem contra homem mas têm sempre dificuldades em desmultiplicar contra atacantes que os fixem e deixam espaços vazios exploráveis no jogo ao pé – principalmente rasteiros e nas costas – se jogados na cara dos defensores.
Como se joga contra estes fortes e estes fracos?. Estrategicamente é fácil: não deixando ocupar a nossa área de 22 – aí sentem-se em casa com a possibilidade de aplicar a força do maul; levando-os a circular a bola e impedindo o jogo para o interior. No fundo, colocar o início do seu jogo na distância onde o jogo ao pé faça pouco sentido e o recurso ao maul esteja ainda demasiado longe da linha de ensaio para fazer sentido – ali para o intervalo central dos dez metros. E jogar tudo nas bolas recuperadas.
Tacticamente, a coisa fia mais fino: tirar a bola da nossa área de 22 com jogo ao pé para fora do terreno – atacar no alinhamento e pressionar, contrariando a facilidade romena do j
ogo ao pé e organizando a subida defensiva de forma diferente do habitual. Normalmente a defesa portuguesa defende com o 2º centro em cunha – desta vez deverão fazer a defesa ao contrário, abrindo o lado de fora, propondo a circulação da bola. Assim: subida sem grande rapidez na zona 1 e 2, atraso na zona 3 para depois, aplicar uma tenaz em superioridade numérica e com a ajuda da linha lateral, com o objectivo de recuperar a bola longe dos avançados romenos. Um tipo de defesa “aberta” que o Stade Toulousain utiliza diversas vezes como alternativa.
O jogo vai, para além da importância de que se reveste, ser muito interessante de um ponto de vista da inteligência táctica – a forma e eficácia das adaptações necessárias. A experiência dos jogadores portugueses, a sua capacidade defensiva no homem-a-homem, a boa capacidade que têm demonstrado no jogo envolvente – reconhecendo rapidamente as melhores linhas de corrida, e com boa visão periférica para criar o apoio necessário – são qualidades que nos permitirão chegar à vitória. Que, repito, dependerá da capacidade e eficácia dos forçados da equipa: o seu cinco-da-frente. Que sei disponíveis para deixarem a pele em campo.
E contam, como desde sempre, com os apoios invisíveis – não esqueço, no último Mundial, a troca de olhares cúmplices de preocupação entre Baquet (presidente da FIRA-AER) e Antonin (eminência parda de uma certa forma de estar no rugby, há alguns anos ao serviço dos romenos).
A tarefa de Portugal para continuar a caminho da Nova Zelândia não é fácil. Nada fácil mesmo. De uma exigência brutal para o cinco-da-frente – de quem, já o disse, dependerá a vitória – e de um elevado nível de exigência para todos os outros.
A questão táctica será importante na construção do resultado. Os pontos fortes dos romenos são reconhecíveis e habituais: bloco de avançados forte, pesado e exímio no maul dinâmico, bom jogo ao pé – comprido e, normalmente, tacticamente correcto. Mas os seus três-quartos, embora fortes e com poder, não têm qualquer qualidade especial – o jogo de passes não é nem muito rápido, nem suficientemente fixador: faz parte do trivial movimento lateral que passa bola e adversário. Defensivamente são capazes no homem contra homem mas têm sempre dificuldades em desmultiplicar contra atacantes que os fixem e deixam espaços vazios exploráveis no jogo ao pé – principalmente rasteiros e nas costas – se jogados na cara dos defensores.
Como se joga contra estes fortes e estes fracos?. Estrategicamente é fácil: não deixando ocupar a nossa área de 22 – aí sentem-se em casa com a possibilidade de aplicar a força do maul; levando-os a circular a bola e impedindo o jogo para o interior. No fundo, colocar o início do seu jogo na distância onde o jogo ao pé faça pouco sentido e o recurso ao maul esteja ainda demasiado longe da linha de ensaio para fazer sentido – ali para o intervalo central dos dez metros. E jogar tudo nas bolas recuperadas.
Tacticamente, a coisa fia mais fino: tirar a bola da nossa área de 22 com jogo ao pé para fora do terreno – atacar no alinhamento e pressionar, contrariando a facilidade romena do j

O jogo vai, para além da importância de que se reveste, ser muito interessante de um ponto de vista da inteligência táctica – a forma e eficácia das adaptações necessárias. A experiência dos jogadores portugueses, a sua capacidade defensiva no homem-a-homem, a boa capacidade que têm demonstrado no jogo envolvente – reconhecendo rapidamente as melhores linhas de corrida, e com boa visão periférica para criar o apoio necessário – são qualidades que nos permitirão chegar à vitória. Que, repito, dependerá da capacidade e eficácia dos forçados da equipa: o seu cinco-da-frente. Que sei disponíveis para deixarem a pele em campo.
segunda-feira, 15 de março de 2010
PLACAGEM
“Para mim as placagens que faço têm dois objectivos: o primeiro, não deixar avançar o portador da bola, mas também para lhe dizer que é escusado tentar ir por ali. Parámo-lo e dizemos-lhe que não vale a pena tentar mais nenhuma vez.”
Mathieu Bastareaud, internacional francês, ao Sunday Times de 14/03/2010
Mathieu Bastareaud, internacional francês, ao Sunday Times de 14/03/2010
GANHAR CONFIANÇA
O XV de Portugal fez o que lhe competia: derrotar a Espanha por números (33-15) que não deixam dúvidas algumas – será que a IRB vai perceber?...
Os Lobos fizeram uma boa 1ª parte em que, com um médio-de-abertura como Pedro Cabral a atacar a linha-de-vantagem, as sequências – mesmo com as iniciais dificuldades nas formações-ordenadas – foram sempre interessantes de um ponto de vista do movimento e perigosas no desequilíbrio da defesa adversária. E a ocupação do meio-campo adversário – possibilitando espaço nas costas para correr riscos de forma mais segura – existiu. Não se podendo, bem pelo contrário, dizer o mesmo do público madrileno que, passado o primeiro milho, não se ouviu mais.
O terceiro ensaio, de Frederico Oliveira que meteu sete espanhóis no bolso, foi um tratado de iniciativa individual (este jogador, logo que atinja uma maior maturidade táctica e se não houver deslumbramentos, será um caso sério do rugby nacional) e matou a disputa pelo resultado.
Com um bocadinho mais de exactidão – percepção, antecipação e adaptação das linhas de corrida – no tempo de apoio, a Espanha não teria sabido qual o papel que lhe competia desempenhar (a cara de Umaga na bancada pedia insistentemente que o tirassem daquele filme…). E não fora os dois momentos em que os jogadores portugueses se desligaram de Madrid, deixando ao deus-dará a organização defensiva devida e deixando-se sonhar em Lisboa a derrotar romenos, os espanhóis teriam saído de casa de rastos.
E sábado? Este resultado mantém a confiança elevada. O que é bom. Mas a vitória contra a Roménia dependerá do cinco-da-frente da equipa portuguesa ser ou não capaz de todos os sacrifícios. Neles residirá – note-se ou não das bancadas – a criação das condições que levarão à vitória. Sábado para as primeiras-linhas e bases será necessário um jogo sem retorno num daqueles momentos de nunca deixar um companheiro para trás. É a vossa vez, meus caros!
Os Lobos fizeram uma boa 1ª parte em que, com um médio-de-abertura como Pedro Cabral a atacar a linha-de-vantagem, as sequências – mesmo com as iniciais dificuldades nas formações-ordenadas – foram sempre interessantes de um ponto de vista do movimento e perigosas no desequilíbrio da defesa adversária. E a ocupação do meio-campo adversário – possibilitando espaço nas costas para correr riscos de forma mais segura – existiu. Não se podendo, bem pelo contrário, dizer o mesmo do público madrileno que, passado o primeiro milho, não se ouviu mais.
O terceiro ensaio, de Frederico Oliveira que meteu sete espanhóis no bolso, foi um tratado de iniciativa individual (este jogador, logo que atinja uma maior maturidade táctica e se não houver deslumbramentos, será um caso sério do rugby nacional) e matou a disputa pelo resultado.
Com um bocadinho mais de exactidão – percepção, antecipação e adaptação das linhas de corrida – no tempo de apoio, a Espanha não teria sabido qual o papel que lhe competia desempenhar (a cara de Umaga na bancada pedia insistentemente que o tirassem daquele filme…). E não fora os dois momentos em que os jogadores portugueses se desligaram de Madrid, deixando ao deus-dará a organização defensiva devida e deixando-se sonhar em Lisboa a derrotar romenos, os espanhóis teriam saído de casa de rastos.
E sábado? Este resultado mantém a confiança elevada. O que é bom. Mas a vitória contra a Roménia dependerá do cinco-da-frente da equipa portuguesa ser ou não capaz de todos os sacrifícios. Neles residirá – note-se ou não das bancadas – a criação das condições que levarão à vitória. Sábado para as primeiras-linhas e bases será necessário um jogo sem retorno num daqueles momentos de nunca deixar um companheiro para trás. É a vossa vez, meus caros!
sexta-feira, 12 de março de 2010
OCUPAR MADRID
Há cerca de 300 anos (1706), D. António Luís de Sousa (1644-1721), 2º Marquês de Minas, conquistou Madrid. Com um exército de 14.700 portugueses e 4.200 anglo-holandeses e depois de uma viagem de 500 quilómetros – no que, ao que se diz, foi acompanhada por uma bela jovem, sua amante, que, para não dar nas vistas, se fardava de soldado e que acabou por morrer numa das batalhas (Almanza) do caminho – o octogenário comandante ocupou a capital espanhola durante 40 dias em que fez aclamar Rei de Espanha o Arquiduque Carlos de Habsburgo de acordo com o objectivo da expedição. Ocupação que, também ao que consta, não terá durado muito mais porque as mulheres públicas das ruas madrilenas fizeram um trato para dar cabo da soldadagem, indisciplinando-os nos jogos de copos e sexo – para além, como se refere, da transmissão de algumas doenças…
À selecção nacional – também ela recheada de portugueses de diversas origens – não se pede tanto tempo nem qualquer outra preocupação que não seja o jogo, o combate, a bola, a conquista de terreno e a marcação de pontos, mas pede-se que conquistem Madrid com a ocupação – durante os oitenta minutos do jogo de sábado – do meio-campo espanhol e sem se deixarem contaminar por qualquer ilusão de facilidades.
No fundo, que se pede? Que ganhem o jogo contra a Espanha por um resultado que permita encarar a final contra a Roménia com a confiança necessária para garantir a vitória. E trazer a Nova Zelândia para mais perto.
À selecção nacional – também ela recheada de portugueses de diversas origens – não se pede tanto tempo nem qualquer outra preocupação que não seja o jogo, o combate, a bola, a conquista de terreno e a marcação de pontos, mas pede-se que conquistem Madrid com a ocupação – durante os oitenta minutos do jogo de sábado – do meio-campo espanhol e sem se deixarem contaminar por qualquer ilusão de facilidades.
No fundo, que se pede? Que ganhem o jogo contra a Espanha por um resultado que permita encarar a final contra a Roménia com a confiança necessária para garantir a vitória. E trazer a Nova Zelândia para mais perto.
quarta-feira, 10 de março de 2010
GANHAR EM MADRID
Espanha-Portugal. Portugal e Espanha. Seja onde for e seja qual for a ordem é sempre um jogo aliciante, difícil. Mesmo se Portugal joga para a presença no Mundial e a Espanha para coisa nenhuma. Pouco importa, no rugby é diferente: é sempre um jogo colectivo de combate. Sem condicionalismos prévios.
Vai ser, como sempre uma luta terrível que ninguém quer perder – pela rivalidade que a Península marca, que a História ampliou e o Mar na frente nos obriga. Para mais quando a glória da vitória garante o sorriso intemporal da memória.
Portugal pode ganhar?

Não só pode, como deve e sem margem para dúvidas. A jogar largo e eficaz. Atacando intervalos em penetrações apoiadas e desequilibradoras. Dominando o espaço, conquistando terreno. Para encarar a final contra a Roménia com a confiança necessária à vitória.
Se Portugal quer mesmo ganhar deve ocupar o terreno e jogar no meio-campo espanhol. Porque o core mantém-se: jogo colectivo de combate organizado para a conquista de terreno.
A Espanha, em casa e sem receios, vai tentar jogar bonito – dar uma alegria aos seus adeptos, como se diz. E a melhor maneira de lhe destruir o à-vontade e a presunção é criar-lhe uma pressão territorial tal que o apoio do público se torne no seu pior aliado. Assim: confinados ao seu meio-campo, sem recuo, vão tentar jogar mais do que aquilo que podem e cometer erros. Que a defesa portuguesa pode aproveitar e traduzir em pontos.
O XV de Portugal deve, acima de tudo, impor-se no domínio territorial, jogando ao pé para conquistar terreno, lutando por cada posse de bola e então – só então – jogar largo, rápido, utilizando a largura do terreno. O resto virá por acréscimo.
Vai ser, como sempre uma luta terrível que ninguém quer perder – pela rivalidade que a Península marca, que a História ampliou e o Mar na frente nos obriga. Para mais quando a glória da vitória garante o sorriso intemporal da memória.
Portugal pode ganhar?

Não só pode, como deve e sem margem para dúvidas. A jogar largo e eficaz. Atacando intervalos em penetrações apoiadas e desequilibradoras. Dominando o espaço, conquistando terreno. Para encarar a final contra a Roménia com a confiança necessária à vitória.
Se Portugal quer mesmo ganhar deve ocupar o terreno e jogar no meio-campo espanhol. Porque o core mantém-se: jogo colectivo de combate organizado para a conquista de terreno.
A Espanha, em casa e sem receios, vai tentar jogar bonito – dar uma alegria aos seus adeptos, como se diz. E a melhor maneira de lhe destruir o à-vontade e a presunção é criar-lhe uma pressão territorial tal que o apoio do público se torne no seu pior aliado. Assim: confinados ao seu meio-campo, sem recuo, vão tentar jogar mais do que aquilo que podem e cometer erros. Que a defesa portuguesa pode aproveitar e traduzir em pontos.
O XV de Portugal deve, acima de tudo, impor-se no domínio territorial, jogando ao pé para conquistar terreno, lutando por cada posse de bola e então – só então – jogar largo, rápido, utilizando a largura do terreno. O resto virá por acréscimo.
(fotografia de Miguel Rodrigues)
domingo, 7 de março de 2010
A COMPETITIVIDADE INTERNA
A selecção portuguesa deveria, em Novembro e no início dos jogos internacionais, estar a jogar como está hoje quando se prepara para o jogo com a Espanha. Oito jogos depois - três na "janela" de Novembro, dois contra equipas inglesas no princípio do ano (a que se pode juntar o jogo-treino com a Inglaterra) e três do Europeu das Nações - o XV de Portugal começa a demonstrar em campo as suas capacidades. E assim aplicou o devido correctivo à Alemanha.
Mas, se pretendemos ser internacionalmente competitivos não podemos esperar que a rodagem internacional nos vá dando a condição necessária às vitórias. Devemos entrar nos jogos internacionais já com o nível competitivo elevado que nos permitirá acrescentar valor - é para isso mesmo que servem os jogos internacionais e não, como é hábito no futebol caseiro, para preparação.
Contudo, para que possa ser assim, é necessário fazer alterações competitivas internas - isto é, aquelas em que os nossos internacionais participam - que possibilitem a condição necessária para o nível internacional. Para o que é preciso uma maior competitividade, uma maior pressão, um maior empenho e superior atitude. Um maior EQUILÍBRIO!
Repare-se no nosso campeonato interno - veja-se o gráfico.
Na época 2008/2009, na fase regular a diferença entre pontos marcados e sofridos entre o 4º e o 5º classificados foi de 468 pontos!!! Na época actual e com 86% da totalidade de jogos já disputada, a diferença entre os mesmos 4º e 5º classificados já se contabiliza em 395 pontos, sendo a diferença entre a equipa com menor diferença positiva de marcados e sofridos para a que tem menor diferença negativa de 339 pontos. É possível preparar jogadores para o nível internacional com estes desequilíbrios competitivos? Claro que não! Sendo a evidência tão óbvia, é confrangedor a indiferença do rugby português. E o brilho do futuro é um engano..

Na época 2008/2009 metade dos jogos disputados tiveram derrotas com diferenças de 30 ou mais pontos. Nesta época e nos jogos já disputados, o número está em 23% - menor mas, para além de ser já elevado (corresponde quase a 1/4 dos jogos), só será comparável no final do campeonato. Na época passada, em 75 % dos jogos houve equipas que beneficiaram de pontos de bónus por terem marcado 4 ou mais ensaios; mas apenas em 11% dos jogos houve equipas que beneficiaram de ponto de bónus defensivo por terem sido derrotadas por uma diferença menor do que 8 pontos.. Nesta época já temos 60% dos jogos efectuados com ponto de bónus atacante e e 19% dos jogos com equipas a beneficiarem de pontos de bónus defensivo. Há, nesta época, mais jogos com diferenças de resultados no intervalo entre os 7 e os 15 pontos - 48% contra 13%. Parece haver melhoria, dir-se-á. Mas basta seguir os jogos - há falta de estatísticas qualitativas - para se perceber que o equilíbrio, a haver, se deve ao alinhamento por baixo - basta contabilizar, no uso da bola, o número de vezes que as equipas conseguem passar a linha de vantagem).
Porque se esta ligeiras melhorias representassem verdadeiras melhorias da qualidade do nível competitivo, Portugal não teria perdido contra a Rússia e a Geórgia. Porque, se temos dificuldades para "ombrear" no cinco-da-frente, em capacidade de " jogo jogado" - como se usa dizer futebolisticamente - do núcleo de élite que compõe a selecção nacional, somos superiores: sabemos usar e aproveitar melhor as bolas de que dispomos. Temos uma cultura rugbística superior.
Mas, se pretendemos ser internacionalmente competitivos não podemos esperar que a rodagem internacional nos vá dando a condição necessária às vitórias. Devemos entrar nos jogos internacionais já com o nível competitivo elevado que nos permitirá acrescentar valor - é para isso mesmo que servem os jogos internacionais e não, como é hábito no futebol caseiro, para preparação.
Contudo, para que possa ser assim, é necessário fazer alterações competitivas internas - isto é, aquelas em que os nossos internacionais participam - que possibilitem a condição necessária para o nível internacional. Para o que é preciso uma maior competitividade, uma maior pressão, um maior empenho e superior atitude. Um maior EQUILÍBRIO!
Repare-se no nosso campeonato interno - veja-se o gráfico.

Veja-se o segundo gráfico. Há jogos que são autênticos passeios para as melhores equipas - sem qualquer tipo de competição aceitável.

Na época 2008/2009 metade dos jogos disputados tiveram derrotas com diferenças de 30 ou mais pontos. Nesta época e nos jogos já disputados, o número está em 23% - menor mas, para além de ser já elevado (corresponde quase a 1/4 dos jogos), só será comparável no final do campeonato. Na época passada, em 75 % dos jogos houve equipas que beneficiaram de pontos de bónus por terem marcado 4 ou mais ensaios; mas apenas em 11% dos jogos houve equipas que beneficiaram de ponto de bónus defensivo por terem sido derrotadas por uma diferença menor do que 8 pontos.. Nesta época já temos 60% dos jogos efectuados com ponto de bónus atacante e e 19% dos jogos com equipas a beneficiarem de pontos de bónus defensivo. Há, nesta época, mais jogos com diferenças de resultados no intervalo entre os 7 e os 15 pontos - 48% contra 13%. Parece haver melhoria, dir-se-á. Mas basta seguir os jogos - há falta de estatísticas qualitativas - para se perceber que o equilíbrio, a haver, se deve ao alinhamento por baixo - basta contabilizar, no uso da bola, o número de vezes que as equipas conseguem passar a linha de vantagem).
Porque se esta ligeiras melhorias representassem verdadeiras melhorias da qualidade do nível competitivo, Portugal não teria perdido contra a Rússia e a Geórgia. Porque, se temos dificuldades para "ombrear" no cinco-da-frente, em capacidade de " jogo jogado" - como se usa dizer futebolisticamente - do núcleo de élite que compõe a selecção nacional, somos superiores: sabemos usar e aproveitar melhor as bolas de que dispomos. Temos uma cultura rugbística superior.
Mas perdemos os jogos que devíamos ganhar: não faz isto espécie a ninguém?
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