Foto de Miguel Rodrigues
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Para que haja ruck é necessário a simultaneidade de 3 situações:
- bola no chão;
- jogadores adversários em contacto (pelo menos um de cada lado) e que envolvam a bola;
- que os jogadores estejam de pé, isto é, apenas apoiados nos seus próprios pés sem contacto com o chão de joelhos ou cotovelos.
Na fotografia publicada (que respeita ao último CDUL-Direito disputado no Estádio Universitário de Lisboa e que me foi simpaticamente cedida pelo Miguel Rodrigues), admitindo que não há "tapagem" da bola - sealing - e não é, por inexistência de ruck, considerada falta a colocação da linha de ombros mais baixa do que a linha de ancas por parte do jogador do CDUL mais próximo do chão, estão apenas realizadas duas das três acções exigidas para a realização de um ruck: a bola está no chão e há jogadores de pé a envolvê-la. Mas não há o essencial e definitivo contacto. Logo, não há ruck!
E não havendo ruck, não há linhas de fora-de-jogo. E a única obrigação - para além de se manterem apoiados apenas nos seus próprios pés - que os jogadores têm para poder disputar a bola, tentando apanhá-la, é a de virem do seu próprio campo.
Na situação fotograficamente referida o jogador A de Direito para poder disputar a bola tem que vir até ao seu próprio campo e só então procurar disputar a bola mas, quanto ao jogador B de Direito - o pilar internacional Jorge Segurado - e outros no seu próprio meio-campo, podem ir, desde que de pé, disputar a bola e tentar conquistá-la, apanhando-a ou chutando-a.
Imaginem o que seria se B e os seus companheiros fossem ao "outro lado" buscar a bola e o jogo continuasse sem, como as leis mandam, qualquer apito do árbitro. O Carmo e a Trindade não resistiriam...
Complicado?! Muito. E agora pensem na situação do árbitro que tem que ter atenção a todos estes aspectos ao mesmo tempo. Não é nada fácil arbitrar...
Como resolver situações deste tipo? Isto é, como devemos agir para que, no pós-placagem, sejamos suficientemente eficazes para que não nos vejamos confrontados com um adversário a rodear-nos e a vir buscar a bola e continuar o jogo? Essencialmente com treino e com um tipo de treino que "obrigue" os jogadores a tomar a decisão eficaz, decidindo de acordo com o posicionamento dos adversários: vou à bola ou preparo-me para o ruck?
O que significa neste aspecto que o treino deve ser conduzido no sentido dos jogadores envolvidos reconhecerem e qualificarem as ameaças que enfrentam. Decidindo de acordo com o desafio que enfrentam.