sexta-feira, 18 de novembro de 2016

COMBATE CONSTANTE

Pesem embora os factos de nunca ter vencido Portugal nos quatro jogos disputados e ser uma equipa recém-chegada ao também recente Trophy, a Suiça não será adversário fácil. 
Com elevada percentagem de jogadores a jogar em França - e, portanto, com ritmo e habituados ao combate - os suiços vêm de sete vitórias - a última derrota foi em Novembro de 2014 contra a República Checa - e ocupam a 33ª posição no ranking, cinco lugares abaixo de Portugal e a uma distância de 2,82 pontos que se reduzem a quase nada pelo factor casa.

Sendo um país de tradição e cultura desportiva - já conquistou 185 medalhas olímpicas (47 de ouro, 73 de prata e 65 de bronze) e do Rio trouxe 7 (3 de ouro, 2 de prata e 2 de bronze) - e com um XV com 100% de sucesso na última época, tendo conseguido uma quota favorável de pontos de jogo da ordem dos 82% nos marcados para apenas 14% sofridos, o XV suiço parece mostrar-se, para além de uma coesão não negligenciável e com esta dinâmica vitoriosa, um adversário a ter em conta… e como cuidados e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, seria aconselhável que os jogadores portugueses se precavejam e se preparem para um combate de bom ritmo e elevada intensidade.
Com uma média de 19 internacionalizações por titular - embora ampliadas com o enorme número de Gonçalo Uva e Gonçalo Foro - e 67% de presenças simultâneas de jogadores em relação ao jogo contra a Bélgica, o XV português tem a experiência necessária para levar de vencida esta equipa suiça. Mas será necessário grande concentração e um foco apontado aos princípios fundamentais do jogo - quer estratégicos, quer tácticos - superiores ao jogo da semana passada. Nomeadamente no que diz respeito à constância de rendimento, evitando um equivalente “deslaçamento” colectivo. Ou seja: o que se espera da equipa portuguesa é que consiga a vitória demonstrando ao mesmo tempo que se encontra em condições para cumprir os objectivos que se pretendem.
Com um cinco-do-meio idêntico ao jogo anterior e o mútuo conhecimento no adivinhar das intenções que esse facto permite e com um jogo ao pé com propósito adequado, Portugal deve ter a vantagem - porque a isso o obriga o posicionamento internacional dos últimos anos - de poder controlar o jogo desde que o cinco-da-frente se comporte de acordo com o que se espera num nível internacional. Depois, é fazer o que se sabe fazer, atacando de formas inesperadas que, naturalmente, criarão problemas defensivos à equipa suiça que não terá tantas armas assim que lhe permitam responder em permanência com constantes adaptações.
Vencendo Portugal poderá subir - dependendo do volume do resultado de outros jogos - até dois lugares no ranking World Rugby e aproximar-se assim do pretendido primeiro quarto da classificação mundial. Uma vitória contra a Suiça tem óbvia importância para o retorno que se pretende ao lugar de onde saímos na época passada. Quer porque amealha pontos necessários - e evitar um ponto de bónus suiço é importante (penso, claro, no defensivo!) - quer ainda porque constrói uma boa rampa de lançamento para os restantes jogos. 

Arquivo do blogue

Quem sou

Seguidores