sexta-feira, 9 de novembro de 2018

A FAVA DE PORTUGAL


Saiu a fava a Portugal!

Normalmente estes jogos de mantém-ou-desce costumam ser entre a pior equipa da divisão superior e a melhor da divisão inferior.  Jogos que existem para que a melhor equipa da divisão inferior possa demonstrar que, no mínimo e por se apresentar melhor, mantém o nível competitivo da competição que pretende disputar.

Desta vez aconteceu disparate e em vez de jogar contra a pior equipa da divisão superior, Portugal vai jogar contra o melhor ataque dessa divisão — 28 ensaios marcados em 5 jogos. E porque é que é assim? Porque a Roménia, ao fazer uma série de jogos com um jogador que não podia ser inscrito, foi castigada, perdendo 25 pontos de classificação, sendo portanto atirada para o último lugar. Ou seja, Portugal que nada fez para além de jogar e ganhar, acaba castigado e, caso tudo corra com a normalidade esperada, ficará mais um ano na divisão inferior.

Claro que não está em causa o castigo com perda pontual — bem pelo contrário e já o escrevi mais do que uma vez que a Federação deveria adoptar este sistema nos seus regulamentos competitivos evitando assim abusos que se sabem ter sido cometidos — mas sim o facto de poder haver prejuízo de terceiros. Como foi o caso.

A solução: retirar pontos na época seguinte ou, se aplicado na própria época, descida directa do último classificado quando resultante de castigo.

Assim, dizem as contas que Portugal terá um resultado normal perdendo por uma diferença de 26 pontos e não se vê bem como ultrapassar essa diferença. Somos prejudicados, ponto! (pergunta ingénua: alguém da direcção federativa anterior tentou que a Rugby Europe reconhecesse a falta de espírito desportivo da medida?).

Não utilizando mais nenhum jogador a jogar no estrangeiro para além de Rui d'Orey que joga - com estatuto de amador - pelo Richmond Rugby na Championship (2ª divisão) inglesa, os responsáveis portugueses, prescindindo dos jogadores com hábitos de maior nível competitivo, parecem entregar desde logo os pontos de uma possível subida.
Neste fim-de-semana da janela de Novembro, vai haver um jogo de arromba e outro interessante  — para além do sempre interessante Gales que obriga a vestir a camisola para ver na tv, independentemente do adversário (desta vez com a Austrália). De um lado o Inglaterra-Nova Zelândia onde e apesar do favoritismo neozelandês os ingleses querem deixar a marca que lhes dê confiança para o Mundial e do outro, o Itália-Geórgia numa espécie de tira-teimas em os georgianos querem demonstrar pertencer por direito à primeira divisão europeia mostrando-se Tiers 1.

Mas não faltam hipóteses de jogos a ver porque ainda há o França-África do Sul e o Irlanda-Argentina com provável equilíbrio no primeiro e nova demonstração de qualidade por parte dos irlandeses enquanto que os restantes jogos servem para esperar por surpresas para animar a malta.

De alguma expectativa para saber do resultado final será o Brasil-Maoris (como é que uma equipa que não existia há meia-dúzia de anos consegue já um jogo destes?...)  


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