quinta-feira, 18 de julho de 2019

NA FINAL DO U20 TROPHY 2019

Na FINAL!
(Foto World Rugby)
Pela segunda vez consecutiva — e contra o mesmo Japão — os U20 portugueses jogam, no próximo domingo pelas 23:00 horas locais, a final do World Rugby U20 Trophy 2019.

O percurso tem sido notável com vitórias, assentes num total de 20 ensaios, sobre Hong Kong (59-27 com 8 ensaios), Canadá (49-21 com 6 ensaios) e Tonga (40-3 com 6 ensaios). A importância destas vitórias, embora sendo um Mundial B, está no facto de se tratarem de equipas representativas de países que se encontram classificados nos 25 primeiros lugares do ranking da World Rugby —  Tonga em 13º, Canadá em 21º, Hong Kong em 24º e Portugal em 22º. O que tem significado evidente.

Cumprindo o conceito de Graham Henry (que, segundo Juan Inhoff, revolucionou a percepção do rugby argentino) de que “a posse da bola deve valer um ensaio”, a maior qualidade da selecção portuguesa esteve na sua capacidade de marcar ensaios com os jogadores a serem capazes de medir e correr riscos sem perder a coesão da equipa, esse factor essencial do sucesso colectivo. Verdadeiramente e como se impõe no Desporto, um grupo transformado num TEAM (Together, Everyone Achieves More).

A verticalização do seu jogo, mesmo quando recorria ao jogo de passes para ataque envolvente através da segunda linha de ataque, foi uma constante que, impedindo o deslizamento, abriu “buracos” na defesa tonguense que se mostraram como importantes factores de desequilíbrios defensivos. A esta capacidade de integrar a ideia de que a eficácia do jogo de passes se produz quando se joga próximo da linha defensiva, juntaram os jogadores uma importante noção de convergência, proporcionando o apoio que garante a continuidade do movimento. E essa noção da continuidade do movimento foi bem clara na preocupação dos jogadores em manterem a bola jogável — bola viva — antes de chegarem ao chão. E que bonitos que foram alguns passes-em-carga (off-loads) feitos com gestos típicos do andebol.

A selecção portuguesa de U20, num jogo fluído e tão eficaz que faz esquecer algumas desconcentrações que custarão caro contra equipas mais coesas, já cumpriu um notável papel: demonstrar à comunidade rugbística portuguesa —  jogadores e treinadores incluídos — que há um jogo ganhador adaptável ao perfil dos rugbistas portugueses. O que nos obriga a uma cuidadosa análise do processo seguido pelo Luís Pissarra e sua equipa técnica.

Esperemos até domingo com a esperança que — sem as irregularidades de 2017 — Portugal possa sair vencedor. Nos três jogos realizados, ambas as equipas conseguiram um 100% de vitórias com pontos de bónus, realizando a totalidade de pontos com 68% dos pontos somados por ensaios marcados para Portugal (6 ensaios para um total 51pontos sofridos) e 73% para o Japão (13 ensaios para um total de 89 pontos sofridos), conseguindo uma Quota de Pontos Marcados na totalidade dos pontos marcados e sofridos de, respectivamente, 74% e 63%. O que quererá dizer que não se podendo contar com facilidades, a vitória é possível. E vive na nossa esperança. Porque a equipa sabe como marcar ensaios e também como defender numa permanente abnegação colectiva. Que a sorte vos sorria portugueses U20.

[Com esta muito boa prestação competitiva, devíamos começar a enviar mensagens para a equipa portuguesa, mostrando aos seus jogadores que, apesar de longe, estão próximos no nosso coração. E que não estão sozinhos na crença de que a vitória é possível.]

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