A Roménia já nos ensinou uma coisa: não desistem, como demonstraram no jogo de Lisboa e que, de derrotados, passaram no limite do tempo de jogo a vencedores. Há dias, em Bucareste, venceram a Rússia e mostraram-se mais candidatos ao lugar que apura directamente para o Mundial 2023.
Na situação em que se encontra Portugal — 4º lugar com 2 pontos de atraso do 2º lugar — uma vitória seria muito importante porque, para além de nos manter dentro da corrida e fazendo-nos depender apenas de nós próprios, teria a vantagem de eliminar o ponto de jogo que, neste momento e pela vitória de Lisboa, dá vantagem aos romenos — a Rugby Europe mantém a aberração de, como desempate, fazer valer o resultado entre as duas equipas em causa violando um princípio fundamental de que a mesma causa não poder ser utilizada duas vezes como prejuízo, ignorando o facto de se tratar de um prova disputada por um grupo de equipas, devendo ser encontradas formas que garantam o melhor resultado, como o número de vitórias, entre todas elas — não esquecendo que existem pontos de bónus que podem igualar o que é diferente.
Não será fácil ganhar em Bucareste. O posicionamento das equipas no ranking da World Rugby prognostica a vitória dos romenos por 8 pontos de jogo de diferença que resultam naturalmente dda percentagem de sucesso conseguido nos últimos 5 jogos internacionais realizados, bem como da superior quota de pontos marcados.
Mas nada está perdido para Portugal se acabar de vez com os habituais erros — posicionamento e organização dos três-quartos, menos passagem do jogo pelo chão e sim, mantendo a bola viva e em constante movimento e com jogo-ao-pé eficaz e incisivo. Coisa que, dadas as qualidades e características dos jogadores portugueses e desde que o interesse colectivo se sobreponha ao individual — espero que este tenha sido o tema essencial das correcções desta semana — não é inacessível. Bola em movimento, jogadores a mostrarem-se no apoio como diferentes opções atacantes e realizando o ataque aos intervalos por meio de passes prolongando cada fase até conseguir a ruptura — e não procurando um enorme número de fases por cada momento de posse — são aspectos que podem, colocando os defensores romenos, pouco dados a reorganizações aleatórias, em situação de extrema dificuldade. Bom seria, portanto, que o XV português entrasse em campo determinado pela vitória e com a confiança necessária que o seu todo valerá mais do que a parte de cada jogador. E a vitória, desejada e necessária para o livre-trânsito de acesso ao Mundial 2023, poderá ser uma realidade.
Nos outros jogos do Championship de apuramento a Espanha apresenta-se como favorita contra a Rússia e, muito provavelmente, continuará a mostrar-se adversária directa para o segundo lugar do grupo até porque jogará em Madrid contra Portugal.
Nota: por motivos técnicos este post foi colocado, embora escrito antes, já depois do jogo realizado.