sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

COM OS OLHOS NO MUNDIAL

Com os olhos postos no Mundial 2023 as 9 equipas europeias apuradas começam amanhã a disputar o  Rugby Europe Championship e o 6 Nações.

Portugal jogará o RE Championship que apresenta um novo formato: 2 grupos de 4 equipas que apuram as duas primeiras para as meias finais (4 e 5 de Março no campo dos primeiros classificados) e cujos vencedores disputarão a final cabendo aos derrotados disputar o 3º e 4º lugares, ambos em Badajoz a 19 de Março.

Não se pode dizer que esta nova fórmula de disputa seja de grande vantagem para a equipa portuguesa uma vez que, competitivamente, apenas previlegia as equipas mais fracas — três equipas classificadas entre as 20 melhores mundiais e apuradas para o Mundial vão jogar dois dos três jogos do grupo contra equipas próximas do 30º lugar do ranking da World Rugby. Enfim, a competitividade aparecerá nos jogos a eliminar… Sistema parecido já nos aconteceu com o European Super Cup onde os Lusitanos, Para além de terem participado no grupo menos competitivo, tiveram apenas um jogo competitivo na meia-final que, aliás, perderam.  Ou seja, campeonatos organizados para satisfazer interesses e não para melhorar a capacidade competitiva daqueles que têm mostrado resultados capazes.

O primeiro jogo de Portugal será contra a Bélgica — Jamor, 19:00 de amanhã, sábado — equipa que se encontra 12 lugares abaixo de Portugal no ranking da World Rugby possibilitando assim uma previsão de vitória dos Lobos por 26 pontos de diferença. A que se espera que juntem ao resultado a demonstração de melhoria na articulação das mini-unidades da equipa e um melhor aproveitamento táctico do jogo.

Se tudo correr com a normalidade esperada, as meias-finais serão disputadas entre a Geórgia, Espanha, Roménia e, claro, Portugal. Começando então os jogos de qualidade competitiva. E percebo mal que, em ano de Mundial, as três equipas apuradas gastem tempo com jogos em que o desequilíbrio impera. Porque, dado o histórico, qualquer derrota destas 4 equipas será um escândalo — e de pouco vale achar que a Bélgica pode surpreender porque tem … um treinador novo.

Nesta primeira jornada as previsões apontam para uma totalidade de vitórias caseiras com resultados que não deixarão dúvidas sobre a diferença qualitativa entre as equipas e que deverão traduzir-se em pontos de bónus ofensivos nos quatro jogos sem qualquer ponto de bónus defensivo.

O que se espera? Uns Lobos como deve ser e com a esperança de mostrarem progresso na sua forma de jogar: À VITÓRIA!

No mesmo dia joga-se a primeira jornada do 6 Nações que, ao que se ouve, tem na França o principal favorito. Mas é bom não esquecer a Irlanda — Nº1 mundial e que tem um modelo de jogo muito interessante e para o qual — treinadores e jogadores portugueses — deveriam olhar com muita atenção.

Como jogos de maior interesse — a vitória da França em Itália mostra-se uma evidência — o Gales-Irlanda, já sem — como resultado das alterações agora verificadas na direcção da Welsh Rugby Union — o famigerado cântico da Delilah de Tom Jones considerada (e bem!) misógina e sexista — e o Inglaterra-Escócia que terá em disputa a tradicional Calcuta Cup e será realizado em Twickenham onde também não soará o “Swing Low, Sweet Chariot” pela sua proximidade com os do esclavagismo. Valendo mais tarde que nunca, estas decisões demonstram, felizmente, que o Rugby está atento ao Mundo.


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