Em ambos os casos o médio-de-abertura aguentou o tempo necessário para deixar subir a defesa e chutou – em lob – para trás dos dois centros defensores. O centro de ambas as equipas, lançado, captou a bola e marcou.
Bem jogado, poder-se-ia dizer. Mas só nas aparências…
No caso do França-Gales, os galeses reduzidos a catorze por cartão amarelo, tinham uma dificuldade acrescida à proximidade da sua área de validação: como defender para cobrir a falta de um defensor? deixando o ponta recuado para a eventualidade de um pontapé ou penetração central (não havia formação para fazer a cobertura); ou ponta na linha para impedir a recepção da bola por um jogador liberto de cobertura e lançado em velocidade. Os galeses optaram pela defesa em linha, o tempo de espera deu para Thrin-Duc ler e jogar adequadamente com a situação: chuto, captação, ensaio - a defesa galesa pouco poderia fazer.
No lado português nada disso se passou. Com quinze contra quinze libertaram, por erro de entendimento ou de comunicação colectivo o espaço atrás dos centros. Ninguém se preocupou em fazer a cobertura defensiva e, alegremente, deixaram o espaço desprotegido. A falta de concentração foi notória – o ucraniano tentava a colocação do pontapé naquele espaço pela segunda vez… - a defesa portuguesa poderia ter feito muito mais.
E assim a ilusão de que ambas as jogadas valeram o mesmo (do género: os galeses também comeram um igual) ficaram pela aparência... e pelo valor dos pontos do ensaio. Mas são muito diferentes: a diferença entre uma excelente exploração da situação e um erro não forçado.