Os neozelandeses dos Crusaders jogaram – e venceram 44-28 – os sul-africanos dos Sharks em jogo do Super15 realizado em Twickenham.
Para além da excelência do jogo, aquilo que me impressionou mais nos Crusaders foi a capacidade demonstrada de manter a bola viva em todas as fases de jogo, principalmente através de:
- forma de transporte da bola: em duas mãos e sempre com a intenção de a poder passar;
- técnica de passe desenvolvida no sentido de garantir a entrega da bola – seja qual for a forma do gesto empregue – a um companheiro mais bem colocado e capaz de melhor utilizar a bola para continuar a ampliar o movimento;
- posição do corpo no contacto com prevalência de libertação rápida da bola;
- apoio e linhas de corrida convergentes o que permite a confiança necessária a correr os riscos que vençam a defesa – completado com procurar o apoio sempre que em apertos;
- boa e rápida leitura com correcta tomada de decisões tácticas e técnicas;
- a constante disponibilidade do três-de-trás para, comportando-se como jokers imprevisíveis, acrescentar valor aos movimentos atacantes da equipa.
Sendo estes jogos que nos fornecem as pistas necessárias para construir o futuro do rugby português, deveríamos pensar nesta panóplia da cultura técnica e táctica do jogo e que prefigura o que temos que realizar nos programas de formação dos nossos jogadores.