terça-feira, 25 de outubro de 2011

O MUNDO É ALL-BLACK

"Car, chez le rugbyman, si le collectif est l'alpha,
l'élégance n'est pas loin d'être l'oméga. Pour
être bien joué, le rugby doit être beau."
anúncio da roupa da selecção francesa

Official RWC2011

A Nova Zelândia, através dos All-Blacks, é campeã mundial. Ainda bem: é justo e bom para o jogo. Justo porque ao longo dos anos tem sido – com excepção dos anteriores mundiais – a melhor equipa como demonstra a sua quase permanente ocupação do primeiro lugar no ranking IRB; bom, porque sendo uma equipa que faz um bom uso da bola, utiliza a alternância como forma de desequilibrar e surpreender as defesas é ainda capaz de dar ao rugby a emoção e elgância do espectáculo. É ainda bom porque pode ser dado como exemplo de que o rugby de ataque pode ganhar. E é bem mais agradável de ver.

Não é que a final fosse um bom jogo – bem melhor do que 2007, no entanto. Foi um jogo mais interessante pela incerteza do resultado do que por qualquer outra coisa. Culpas? dos franceses em primeiro lugar: porque se limitaram a organizar-se defensivamente, sem correr qualquer risco mantiveram a posse da bola à espera do erro adversário - assim marcaram um ensaio. E com um bom pontapeador, poderia resultar… estiveram quase lá. Por um só ponto...

A cultura neozelandesa – que é muito bem representada no agarrem-me senão eu mato-o que o haka, embora manifestação de inteligência segundo Sun Tzu, traduz e que sempre os paralisou nos momentos-chave dos jogos decisivos dos campeonatos anteriores – esteve quase a pregar nova partida na última meia-hora da final. Valeu-lhes a espera francesa por uma penalidade que não caiu do céu em vez da coragem do risco total nos últimos cinco minutos: perdido por cem…E entre uma coisa e outra foi passando o tempo sem que a chama - para além do ensaio neozelandês - pegasse fogo à relva.

A vitória dos neozelandeses tem outra vantagem: constituem um óptimo exemplo para, na formação dos futuros jogadores adultos, recorrer ao conceito do ensino e uso dos princípios básicos com que se fundamenta uma capacidade técnica e táctica individuais que, mais tarde, permitam a melhor expressão colectiva. Os novos campeões do mundo são – depois de alguns anos de rugby-percentagem – um bom exemplo. Porque o rugby, o rugby agradável de ver, trata de usar a bola e usar o campo. Com criatividade e imaginação.   

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