"Car, chez le rugbyman, si le collectif est l'alpha,
l'élégance n'est pas loin d'être l'oméga. Pour
être bien joué, le rugby doit être beau."
anúncio da roupa da selecção francesa
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Official RWC2011
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A Nova Zelândia, através dos All-Blacks, é campeã mundial. Ainda bem: é justo e bom para o jogo. Justo porque ao longo dos anos tem sido – com excepção dos anteriores mundiais – a melhor equipa como demonstra a sua quase permanente ocupação do primeiro lugar no ranking IRB; bom, porque sendo uma equipa que faz um bom uso da bola, utiliza a alternância como forma de desequilibrar e surpreender as defesas é ainda capaz de dar ao rugby a emoção e elgância do espectáculo. É ainda bom porque pode ser dado como exemplo de que o rugby de ataque pode ganhar. E é bem mais agradável de ver.
Não é que a final fosse um bom jogo – bem melhor do que 2007, no entanto. Foi um jogo mais interessante pela incerteza do resultado do que por qualquer outra coisa. Culpas? dos franceses em primeiro lugar: porque se limitaram a organizar-se defensivamente, sem correr qualquer risco mantiveram a posse da bola à espera do erro adversário - assim marcaram um ensaio. E com um bom pontapeador, poderia resultar… estiveram quase lá. Por um só ponto...
A cultura neozelandesa – que é muito bem representada no agarrem-me senão eu mato-o que o haka, embora manifestação de inteligência segundo Sun Tzu, traduz e que sempre os paralisou nos momentos-chave dos jogos decisivos dos campeonatos anteriores – esteve quase a pregar nova partida na última meia-hora da final. Valeu-lhes a espera francesa por uma penalidade que não caiu do céu em vez da coragem do risco total nos últimos cinco minutos: perdido por cem…E entre uma coisa e outra foi passando o tempo sem que a chama - para além do ensaio neozelandês - pegasse fogo à relva.
A vitória dos neozelandeses tem outra vantagem: constituem um óptimo exemplo para, na formação dos futuros jogadores adultos, recorrer ao conceito do ensino e uso dos princípios básicos com que se fundamenta uma capacidade técnica e táctica individuais que, mais tarde, permitam a melhor expressão colectiva. Os novos campeões do mundo são – depois de alguns anos de rugby-percentagem – um bom exemplo. Porque o rugby, o rugby agradável de ver, trata de usar a bola e usar o campo. Com criatividade e imaginação.