sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

CAMPEONATOS NACIONAIS CN1- ANÁLISE DA 1ª VOLTA

Terminada a 1ª volta - embora com intromissão de jogos atrasados na 2ª volta - é agora possível analisar o ocorrido nestas cinco jornadas.
O primeiro ponto que ressalta e que tem muito mais a ver com a observação do que enquanto resultante dos parâmetros apresentados reside no facto desta 1ª volta ter mostrado um conjunto de jogos de fraco nível técnico-táctico. Isto muito embora - veja-se a proximidade da relação entre os Resultados Inesperados e Esperados - se tenha tratado, fundamentalmente pelo número dos seis melhores clubes nacionais a competir, de uma prova com nível competitivo mais equilibrado como comprova ainda o facto de existir um número superior de pontos de bónus defensivos sobre os ofensivos. O que aumenta o interesse do campeonato e dá aos jogadores possibilidades de adaptação a um nível competitivo superior permitindo-lhes exprimir a qualidade das suas qualidades técnico-tácticas. 

O quadro CAPACIDADE COMPETITIVA juntando três indicadores - a percentagem de vitórias conseguidas nos jogos realizados, a relação dos pontos de jogo marcados no conjunto de pontos marcados e sofridos, mostrando a maior ou menor facilidade média e global como foi conseguida a superioridade sobre adversários e, por último, a relação do número de pontos de classificação conseguidos com o número total de pontos possíveis - no caso, cinco pontos, por cada jogo, multiplicados pelo número de jornadas. A principal nota desta primeira volta do Campeonato Nacional das melhores equipas portuguesas resulta da surpreendente má prestação - como se pode ver no quadro abaixo - dos dois melhores clubes das últimas épocas: CDUL (37,6% de média global de capacidade competitiva) e Direito (38% de média global de capacidade competitiva). Qualquer deles longe da média global de 49% do conjunto de resultados obtidos pelas equipas em competição, sofreu mais derrotas do que conseguiu vitórias, sofreu mais pontos de jogo do que aqueles que conseguiu marcar, não conseguindo sequer metade dos pontos de classificação que disputou. Desta realidade pode resultar que o maior nível competitivo demonstrado pelos anteriores indicadores esteja nivelado por baixo, justificando assim o fraco nível técnico-táctico que as diversas equipas apresentam em jogo.
Definida pelo conjunto de vitórias obtidas, relação pontos marcados/pontos sofridos e o número de pontos de classificação sobre o total de pontos possíveis (5 x número de jornadas)
A surpresa da 1ª volta esteve no Belenenses (69% de média global contra 65% do segundo classificado) que se apresentou muito competitivo, conseguindo surpreender adversários que se têm mostrado, em épocas anteriores, sempre superiores. Equipa bem organizada com um modelo de jogo bastante bem assimilado, os Belenenses, sendo uma equipa jovem a que faltará a necessária experiência, criam a curiosidade para saber até onde chegarão. Veremos como se comportarão após as paragens do campeonato - e como resistirão a eventuais melhorias dos seus adversários.

Pelos resultados obtidos nesta 1ª volta existirá uma luta entre CDUL e Direito para garantir um lugar  na Final Four que disputará o título nacional - pelo andar da carruagem só uma destas equipas se conseguirá qualificar. Final Four que tem a particularidade, como se sabe, de se jogar a eliminar naquilo que é uma tradição prática do jogo de rugby - tudo se decide no tempo de 80 minutos. Assim a positiva regularidade demonstrada, traduzindo sustentabilidade e se estabelece a base em que as capacidades competitivas de uma equipa assentam, pode não ser suficiente para conquistar o título final. À capacidade regular é preciso juntar outra capacidade de factores como a experiência, a capacidade de tomada de decisões ou a eficácia na utilização das oportunidades, explorando erros dos adversários ou situações circunstanciais, que exigem uma superior coesão da equipa e que podem fazer dela campeão nacional. Esta forma de disputa se pode parecer injusta por poder trair a melhor regularidade de uma equipa - o campeonato deve premiar a equipa mais regular, ouve-se de acordo com a visão tradicional - ao alargar as exigências das capacidades colectivas de uma equipa, obrigando-a a atingir um estádio superior de eficácia, acaba por premiar a equipa mais capaz. Nem que seja, como explicitamente já aconteceu, pela melhor adaptação estratégica ao calendário conhecido.
Por outro lado, Agronomia com altos e baixos - 3 vitórias e 2 derrotas -  após as promessas iniciais, deve o seu lugar pontual à capacidade de conquista de pontos de bónus quer ofensivos - 3 pontos - quer defensivos - 2 pontos. O que representa uma demonstração não negligenciável de capacidade - ganhando ou perdendo fazem-no pelo máximo...

Neste Grupo A apenas três equipas conseguem vantagem nos três indicadores. As outras três - CDUL, Direito e Académica - encontram-se muito longe do equilíbrio competitivo. Esta verificação ajuda a solidificar a ideia de que o equilíbrio competitivo verificado pelos dois primeiros quadros se suporta num nivelamento por baixo.

No Grupo B o desequilibrio competitivo mostrou-se bastante superior - como se pode verificar nos gráficos que seguem com muito poucos resultados inesperados e com mais bónus ofensivos que defensivos.
O CDUP tem-se mostrado como a equipa mais capaz (85% da média global de capacidade competitiva), contando só com vitórias os jogos efectuados e com uma conquista de pontos que ultrapassa os 90% dos pontos de jogo em disputa, enquanto que o Benfica, já há muito tempo afastado destas andanças, conseguiu vencer adversários competitivamente mais experientes.
Definida pelo conjunto de vitórias obtidas, relação pontos marcados/pontos sofridos e o número de pontos de classificação sobre o total de pontos possíveis (5 x número de jornadas)


Como se pode ver pelos dados destes dois últimos quadros a experiência de jogar na divisão mais elevada não tem resultado em maiores capacidades competitivas.
Veremos como correrá a 2ª volta da fase regular e quais as tendências que se desenvolverão.


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