Tomando a hora (60’) como referência, 10 dos 19 jogos tinham então uma diferença de sete pontos – a distância que permite arrecadar um ponto de bónus defensivo. Embora ainda não seja questão de ultrapassar, parece começar a haver capacidade de aguentar – o que significa que está a existir uma maior aproximação entre as equipas dos escalões contíguos.
Aguentados sessenta minutos no mesmo intervalo competitivo, os restantes vinte minutos transformam-se no aumento de desequilíbrios que ampliam as diferenças de resultados e que os fazem aproximar do que seria esperado de acordo com a pontuação do ranking IRB. O que prova uma ideia já anteriormente configurada: é nos vinte minutos finais que se estabelece a diferença. Ou seja e para quem é espectador: há uma hora para aguentar e vinte minutos para separar.
De uma outra forma pode-se enunciar assim a Lei 60/20:
"entre duas equipas de escalões contíguos o equilíbrio conseguido durante uma hora de jogo tende a desfazer-se, alargando o fosso do resultado, nos últimos vinte minutos”
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Prevêem também os analistas que o desenvolvimento do profissionalismo – enquanto atitude, organização, competição - permitirá uma cada vez maior aproximação que terá a evidência da sua expressão no próximo Mundial de 2015 em Inglaterra e, espera-se, com uma maior igualdade entre as diversas equipas no Mundial de 2019 no Japão.
E Portugal perante este quadro? Não estando presente neste Mundial perde a oportunidade de mostrar como se enquadra neste equilíbrio de sessenta minutos. Mas admitindo, por hipótese, que se enquadraria na main stream estatística, falta saber como se poderá desenvolver o rugby interno para garantir a passagem dos vinte minutos finais sem a rendição que entrega pontos. Sendo o profissionalismo uma impossibilidade interna absoluta – não há receitas possíveis – que condições criar para desenvolver jogadores e colectivos que possam garantir resultados internacionais no nível mais elevado?
Formar a selecção nacional apenas com portugueses que jogam no estrangeiro com as possíveis consequências de desfasamento entre a comunidade rugbística interna e os representativos internacionais? Conseguir os acordos necessários para colocar os melhores jogadores portugueses em boas equipas estrangeiras com a certeza da sua dispensa para os jogos internacionais? Misturar as duas anteriores hipóteses ou acordar, como primeiro passo para aumentar qualidades e hábitos competitivos, com a vizinha Espanha um campeonato ibérico com a presença de duas equipas formadas pelos melhores jogadores portugueses?
Descobrir a estratégia do melhor caminho é, se quisermos um rugby português com qualidade internacional, uma obrigação.