sábado, 17 de setembro de 2011

REVOLUÇÃO NO MUNDIAL

Que vitória!

Notável a vitória da Irlanda! A comunidade celta decidiu reunir os seus druidas que, de boca a orelha, encontraram a formula para revolucionar o Mundial – que quartos-de-final se preparam… e para Gales nasce uma nova esperança…

O diabo está nos pormenores, diz-se. E a vitória da Irlanda esteve no pormenor dos seus heróis da primeira-linha, esses quase ignorados jogadores fora da sua comunidade própria – que jogo! que lição de formação ordenada! Aqueles sorrisos, aquelas pancadinhas, mostravam tudo: a alegria, o agradecimento, o respeito, o sentido de equipa, o sentimento de pertença.. Toda a Irlanda se curva perante a sua notável prestação e o respeito e a admiração estender-se-á à comunidade rugbística internacional. Inesquecível! 

A Irlanda jogou muito bem dentro-da-defesa adversária– e não é nada fácil fazê-lo contra a organização australiana – e teve na coragem das suas iniciativas, correndo os riscos que jogos deste nível exigem, a imposição do respeito necessário para que a dúvida se espalhasse e roesse a confiança australiana. Atitude foi a chave, coragem física e mental o meio, capacidade de utilizar a bola de acordo com as circunstâncias o instrumento para uma vitória que marcará a história deste Mundial. Grande jogo!

Brian O’Driscoll – B.O.D. – capitão irlandês e uma das maiores lendas vivas do rugby actual, tem todas as razões para estar exuberante com os seus companheiros: prestaram, mostrando que é sempre possível (dentro de um intervalo de proximidade competitiva, pois claro!) ganhar um jogo mesmo se a diferença for reconhecível, um enorme serviço ao rugby irlandês em particular e ao rugby internacional em geral: não há derrotados antecipados mesmo numa modalidade que dificilmente - a Irlanda entrou como 8ª equipa do ranking IRB e a Austrália como segunda - deixa de impor as diferenças de lastro de cada equipa.

Claro que a cultura que proporciona o reconhecimento do fighting spirit irlandês teve a sua quota-parte na construção da atitude que proporcionou a vitória. Mas é bom lembrar que este resultado, esta vitória, resulta fundamentalmente da política desportiva da organização competitiva interna – formando duas das melhores equipas europeias onde se juntam os internacionais que assim competem todo o ano ao melhor nível. É um bom motivo de análise  e reflexão para o rugby português que daí pode – e deve - tirar as lições adequadas.

…e o Mundial está mudado. As apostas vão ser outras… Graças aos jogadores irlandeses.

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