domingo, 25 de setembro de 2011

O DRAMA DO AFASTAMENTO

A chuva terá ajudado mas o jogo Escócia-Argentina só teve interesse pelo drama do afastamento que criou nos três minutos finais momentos de grande intensidade emotiva dentro e fora das quatro linhas. Quanto ao resto houve demasiado ping-pong de jogo ao pé quer na esperança do erro adversário, quer na tentativa de ocupação de território que garantisse espaço nas costas e minorasse os riscos do uso da bola - mas tudo muito desinteressante... embora pertencessem à Escócia os momentos de tentar jogar - para o que lhe faltou o talento e criatividade necessários. No fundo, a defesa Argentina, diga-se, pode sempre contar com a incapacidade escocesa de criação de desequilíbrios.

De novo veio à baila a eficácia do uso da bola: a Escócia - que deverá ter feito as malas -  deteve 54% da posse da bola em 50% de domínio territorial e mostrou-se incapaz de romper a defensiva argentina. Principalmente porque se deixou sempre dominar nos momentos de contacto não sendo capaz de: 1) atacar intervalos - o ataque foi feito à parede dos corpos argentinos (excepção de Lamont); 2) formar o apoio aos pontos de quebra em tempo útil; 3) e como consequência bolas tardiamente disponíveis e já com a defesa argentina completamente organizada, em superioridade numérica e garantindo a boa cobertura dos corredores adjacentes aos rucks.

Ponto interessante do jogo - para além da verificação do notável espírito de combate por parte dos argentinos - foi a sua demonstração técnica de apoio ao placador para a recuperação da bola - e conseguiram algumas. A aproximação ao ponto de placagem do segundo defensor argentino com imediata cobertura (em pé!) do placado para lhe retirar a bola é sempre feita com grande contenção e de acordo com as Leis do Jogo - e com óbvias vantagens tácticas. Vale a pena rever estas fases para melhor compreender as possibilidades de exploração que permitem.

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