Sem se mexer, Portugal conquistou esta semana um lugar no ranking IRB – de 21º para 20º – graças à queda da Rússia, agora 21º, como resultado da sua derrota frente aos Estados Unidos.
No Mundial os pontos contam a dobrar e vitórias sobre equipas que tenham pontuação de ranking com menos de dez pontos de diferença valem bem o esforço. E se a vitória for do pior classificado o ganho de pontos é enorme e faz com que uma única vitória permita uma posição inesperada no ranking como é o caso do Canadá que foi a equipa que mais lugares subiu graças à sua vitória sobre Tonga – subiu de 14º para 11º a catorze centésimas da Itália, enquanto Tonga desceu os mesmos três lugares, colocando-se um pouco acima da Geórgia. A Irlanda com a vitória sobre a Austrália atingiu o 6º lugar, subindo 2 lugares. E ainda vai haver muita mexida com os jogos de qualificação que faltam…
Há um bom conceito de rugby – a que poucas vezes, nomeadamente no treino, se dá a importância devida – para o desenvolvimento colectivo das equipas:
“importa mais a capacidade do uso da bola que a sua posse ou a eficácia da conquista de território”
Neste último fim-de-semana, dois jogos demonstraram o conceito. No Inglaterra-Geórgia que terminou com a vitória folgada dos ingleses por 41-10, os georgianos tiveram a posse da bola durante 50% do tempo e o domínio territorial durante 57% do jogo – de pouco lhes valeu. No entanto, este resultado diz alguma coisa da actual capacidade georgiana – a 7ª equipa europeia - que limitou a derrota a 30 pontos de diferença. E Gales que venceu uma Samoa em progresso – era a 10ª mundial – não teve mais do que 45% de posse da bola ou de domínio territorial... mas soube-a usar para levar samoanos a cometer faltas para evitar sofrer ensaios.
Ganhar exige posse de bola. Para ganhar dá jeito dominar o terreno, conquistando território e garantindo espaço de reserva nas costas. Mas, essencialmente e para ganhar ao melhor nível, é preciso saber utilizar colectivamente a bola – o que exige formas de treino com constrangimentos adequados, nomeadamente oposição directa. Formas que devem, desde logo, ter presença constante na formação de jogadores, levando-os ao crescimento conjunto com os instrumentos que lhes possibilitarão uma maior eficiência e divertimento futuros.