segunda-feira, 5 de setembro de 2011

MUNDIAL 2011

A dois passos da grande festa a agitação cresce no mundo oval. Se o Mundial de 2007 foi um enorme sucesso desportivo para a modalidade, para o Mundial de 2011 existem todas as condições para que o sucesso se repita.

Em relação ao anterior há uma maior aproximação entre os países concorrentes – em 2007 a diferença entre o melhor qualificado no Ranking IRB (Nova Zelândia) e o pior (Namíbia) era de 36,25 correspondente a 109 pontos (Portugal, naquele que foi o resultado mais desnivelado, perdeu com os All Blacks por uma diferença de 85 pontos); enquanto que, para 2011, à mesma diferença entre primeiro e último corresponde uma menor equivalência de 87 pontos. No caso dos oito primeiros qualificados e para a diferença de pontos de ranking, em 2007 correspondia uma equivalência de 34 pontos de jogo enquanto que para este Mundial a mesma diferença de posição no ranking equivale a 24 pontos (menos um ensaio transformado somado a um pontapé de penalidade ou de ressalto.

Dos cinco melhor posicionados no ranking, quatro deverão estar nas meias-finais – a luta decisiva deverá ser entre a França e a Inglaterra nuns previsíveis quartos-de-final de grande competitividade. Tudo isto, claro se a Argentina não ultrapassar a mediania que vem mostrando e se Gales, como prometem, não fizer uma surpresa logo na estreia contra os sul-africanos e se posicionar como candidato.

Do que se viu nos jogos-teste utilizados para preparação – com duas características interessante: a primeira, jogando entre iguais (no rugby as preparações não se fazem com o fundo da tabela para levantar pretensas morais); a segunda, mostrando a resiliência das equipas na tentativa permanente de virar resultados – as duas escolas apresentar-se-ão em força. Falta saber o que conseguirá mostrar a França que, desde há muito, não tem conseguido equilibrar o jogo directo com o movimento, vacilando entre ambos mesmo durante períodos distintos de um mesmo jogo.

Provavelmente as duas recentes derrotas da Nova Zelândia terão sido o melhor que lhe poderia suceder – dados como vencedores inevitáveis, a chamada à razão aconteceu no melhor momento, ainda a tempo das necessárias correcções. A Austrália, vencedora do TriNations, veio afirmar que a procura do terceiro título é muito mais do que uma hipótese e, com aqueles dois médios (Will Genia e Quade Cooper), todo o sonho ganha reais hipóteses. Gales, ao contrário da Irlanda, entra na prova com enorme confiança podendo tornar-se numa surpresa interessante se o tempo de preparação lhe permitiu aumentar a capacidade de jogar dentro da defesa.

A África do Sul e a Inglaterra são equipas poderosíssimas para este tipo de prova. Colocando na capacidade e poder físico dos seus avançados a força de seu jogo, irão procurar o confronto directo no sentido do desgaste do bloco adversário, impedindo assim a multiplicação de fases em movimento dos adversários por falta de apoio.Com o seu jogo ao pé sempre eficaz, conquistarão o terreno necessário para proteger as suas costas e imporão – na insistência do confronto directo – o erro adversário. Como tem acontecido serão e são sempre candidatas à vitória final. Basta, para isso, que nas equipas melhor apetrechadas para o rugby de movimento falhe – pela pressão envolvente de um Mundial – a coragem para assumir o risco que esse modelo impõe.

Ás restantes equipas caberá o desafio de garantir uma vitória que, quer por razões de orgulho que representará, quer pela vantagem de pontos de ranking que proporcionará, será o objectivo maior de quem não pode aspirar a mais altos voos. Mas estes jogos entre equipas equivalentes poderão ser muito interessantes e, alguns deles, para a maior atenção dos internacionais portugueses.

Mês e meio do melhor rugby do mundo… só é pena ser tão longe…

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