sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

PORTUGAL PODE GANHAR? PODE

A tarefa do XV de Portugal na Taça Europeia das Nações não é fácil. Para dois lugares de apuramento directo, três países com qualificação superior no ranking da IRB. O que significa que existem três equipas com maior sustentabilidade desportiva demonstrada ao longo do tempo do que a selecção portuguesa. Ou seja: que têm maior probabilidade de ganhar os jogos contra Portugal.
É o que acontece com a Geórgia, classificada em 18º lugar no ranking e com 66,85 pontos – Portugal está em 21º e com 59,72.

Significa isto que Portugal não pode ganhar o jogo de amanhã? Não, Portugal pode ganhar o jogo. Desde que seja capaz de anular os pontos fortes georgianos e consiga atacar os seus fracos.
Para chegar à vitória os jogadores portugueses têm que entrar em campo com uma firmeza de carácter tal que se traduza numa atitude de combate e cooperação enorme. No combate não cedendo um palmo, na cooperação não perdendo uma oportunidade.
Para chegar à vitória não basta não querer perder; é preciso procurar ganhar. Não desperdiçando jogo, correndo riscos necessariamente calculados, atacando espaços, surpreendendo ou armadilhando movimentos. O que significa procurar mais jogo do que o mero – e confortável – jogo ao pé.

Já se sabe, o bloco de avançados georgiano é poderoso. Mas as suas linhas atrasadas nem surpreendem, nem são muito capazes de reagir e adaptar-se ao movimento atacante. O que implica que os portugueses sejam capazes de utilizar as suas bolas conquistadas – mesmo que se tenham que adaptar a recebê-las no desconforto do recuo. E aqui pode estar a chave de uma vitória: saber transformar, através de um jogo de linhas atrasadas com dois pivots (abertura e 1º centro), o recuo inicial numa plataforma atacante pelo lançamento, no espaço e em velocidade, do 2º centro e elementos do três-de-trás. Para o que é necessário colocação diferente dos três-quartos: dois primeiros em linha e próximos e o terceiro elemento a aparecer lançado, recebendo a bola sobre um defensor já fixado pela sua própria corrida. E depois variar: atacando-os e saltando se “eles” ficam; jogando ao pé em cruzamento se eles sobem – rasteiro se ao nível do centro do terreno; de balão se desde o canal 1. Evitando assim o contacto físico constante e permitindo aos avançados portugueses a única preocupação de “aguentar” o bloco adversário.

Podemos ganhar à Geórgia? Podemos, mas não jogando a mesma coisa.

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