Não se esperam facilidades para o XV de Portugal no jogo de hoje contra a Rússia. A vitória abrindo, para uns ou para outros, uma boa estrada para a Nova Zelândia não deixará de pesar no desenrolar do jogo.
Para Portugal, que entregou pontos inesperados na primeira volta em Lisboa, uma vitória significará um aumento claro das perspectivas de apuramento directo.
Dada a situação classificativa actual, Portugal terá que tirar vantagem de correr riscos. Capaz de defender bem, o quinze nacional precisa de saber utilizar as bolas que tiver disponíveis com um jogo inteligente e explorando o fraco adversário – a defesa dos intervalos. Na verdade, os russos, tendo uma maior capacidade no jogo estático, sentem-se suficientemente confortáveis no jogo de contacto próximo para o utilizarem de forma constante. O que significa que, defensivamente, os avançados portugueses terão que encontrar a capacidade necessária para contrariar as tentativas russas de maul dinâmico – e aqui estará, admitindo que haverá atitude suficiente nas formações ordenadas, o principal problema defensivo a resolver. Mas não têm as mesmas capacidades ou confiança no jogo ao largo – atacante ou defensivo.
Se – com a entrada do novo português Joseph Gardener – podemos esperar uma ocupação territorial que nos garanta espaço nas costas (caso o jogo ao pé russo não se revelar mais acutilante do que aquilo que lhe conhecemos) para possibilitar o ataque com mais à-vontade, há que tirar todo o partido desta situação.
No jogo contra os England Students o ensaio de Aguilar mostrou o que se deve fazer para tornar a posse da bola eficaz: conquista da bola, passe para um abertura a atacar a linha de vantagem, um jogador, Fernandes, a penetrar no intervalo defensivo, Aguilar a aparecer lançado em corrida já dentro da defesa que, tendo de abrandar para tentar organizar uma cortina defensiva viu-se, com a dúvida aumentada pela presença do ponta Frederico Oliveira – sempre colocado em apoio e com linhas de passe abertas – ultrapassada em velocidade para o melhor ensaio de todos os jogos de Portugal nesta época.
A simplicidade da aplicação dos Princípios Fundamentais Avançar sempre!, apoio, velocidade e pressão garantiram o espaço necessário para evitar placagens. Se os portugueses o tiverem percebido e o repetirem hoje, a vitória pode acontecer. Perder é perder – tanto fazendo, neste caso, por muitos ou poucos; para ganhar é preciso fazer da utilização de cada bola um problema para os russos, tirando-os do seu espaço de conforto e obrigando-os a jogar em terrenos de erro. E isso só se consegue correndo riscos.
Logo veremos do que seremos capazes na transmissão directa – possível pela compensação da cedência de sinal feita no jogo da época passada – que a Sport TV realizará (Sporttv3, 12:30).
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