terça-feira, 19 de junho de 2012

ESTRATÉGIAS

Vale a pena (re)ver os recentes jogos entre a Nova Zelândia e a Irlanda. O mais interessante desses dois jogos - e por isso os treinadores devem analisá-los - é tentar perceber como foi possível a Irlanda ter passado da situação de completamente dominada, da quase figura de corpo presente do primeiro jogo, para a posição de igualdade competitiva conseguida no segundo jogo.

Verdadeiramente interessante nesse visionamento é procurar descobrir como foi possível aos treinadores irlandeses alterarem a relação de forças e conseguir, no mínimo, equilibrar o confronto. Que meios usaram para anular os pontos fortes neo-zelandeses? Como fizeram para superar as suas próprias fraquezas? Um caso de estudo onde a cultura táctica dos jogadores irlandeses permitiu suportar um conceito estratégico adaptado ás circunstâncias.

Depois disto, o terceiro jogo será, pelo menos neste domínio, de grande interesse: ver até onde a equipa técnica All-Black conseguirá encontrar soluções para, de novo, impor superioridade… e que respostas, neste jogo do gato e do rato que é a competição desportiva, os irlandeses terão preparado.

Um dos maiores gozos, pelo menos para mim, da competição desportiva é poder perceber as razões estratégicas e os movimentos tácticos de que se servem os treinadores para tirar o máximo partido das capacidades técnico-tácticas dos seus jogadores e potenciar o valor da sua equipa - aquilo que muitas vezes se designa por criar um todo superior à soma das suas partes. Como o fazem? Como o pensaram?

Hoje mesmo e no Euro de futebol, a Croácia fez uma notável demonstração de inteligência estratégia pela forma como tácticamente foi desenvolvendo o seu jogo frente à Espanha. E se tivesse ganho - num jogo em que não poderia ser considerada favorita - não escandalizaria ninguém. Percebê-lo foi um gozo suplementar de noventa minutos bem passados.

Ver os jogos, procurando perceber a estratégia que uma equipa procura impôr, perceber-lhe as adaptações e compreender os domínios tácticos que a suportam é, para além de ampliar a dimensão do jogo, um positivo e vantajoso vício de treinador.

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