domingo, 17 de junho de 2012

SUL MELHOR QUE NORTE

O Sul venceu o Norte. Com excepção da surpreendente vitória da Escócia sobre a Austrália - quem, para além de um orgulhoso escocês de antes quebrar que torcer, apostaria nesse resultado? - as equipas das Seis Nações perderam, algumas pela segunda vez consecutiva, os jogos com as Four Nations. Os Pumas da Argentina derrotaram a Itália e a França, os All-Blacks a Irlanda, a Austrália o País de Gales, a África do Sul a Inglaterra. Uma demonstração.

Desta vez as derrotas foram résvés havendo até momentos que a vitória parecia pender para os do Norte mas, nos momentos decisivos - e isto é uma qualidade - o Sul fazia prevalecer os seus argumentos: cultura táctica, organização colectiva, experiência, maior capacidade de adaptação. Apesar da notável demonstração de atitude competitiva dos nortistas.

Se a Inglaterra só acordou depois de ter dado a folga necessária - e entregue os pontos - à vitória sul-africana, já a Irlanda - depois da corrida atrás das sombras da semana passada - apareceu modificada e muito mais próxima das capacidades que os seus jogadores mostram nas competições europeias de clube: fizeram um excelente jogo mas a pressão imposta pelos neozelandeses mostrou-se problema ainda difícil de ultrapassar.

O que mais me custou - julguei que era desta… - foi a derrota de Gales: por um milésimo perderam por dois pontos; por um demonstração de total inexperiência - do seu próprio capitão e do seu jovem formação - jogando quando deviam guardar a bola, deixaram fugir uma vitória já dada com garantida.

Destes jogos, uma realidade: o rugby é um desporto colectivo de combate. Pela posse da bola, pelo terreno, pelos pontos. E esse combate exige jogar nos limites do risco, cara-a-cara, sem tempo que permita espaços de execução ou de análise prolongados, com soluções de continuidade de movimento cada vez mais heterodoxas - numa espécie de prego-a-fundo quando a oportunidade se mostra - em constante adaptação ao momento e ao adversário. O que exige preparação longa e adequada.

Destes jogos uma preocupação: os resultados estão a depender demasiado da discricionariedade das arbitragens, nomeadamente nas interpretações das faltas entre as primeiras-linhas e na placagem e momentos consequentes. O que pode tornar-se num problema grave de descrédito do jogo - pese a actual aceitação desportiva com que jogadores, treinadores ou espectadores, ainda o encaram em cada jogo.

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