segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

E JÁ SÃO QUATRO BÓNUS DEFENSIVOS

A Irlanda mostrou de novo o que vale o seu “rugby de movimento”. Com um bloco de avançados que, ao contrário da França, trocam o peso pela boa técnica, os irlandeses usam o movimento da bola com corridas individuais de recepção variadas, desde paralelas a convergentes ou divergentes para abrir os espaços necessários à penetração nas linhas adversárias, mostrando sempre um notável movimento dos jogadores sem bola a provocar problemas decisórios aos defensores — deve ser uma dor de cabeça manter a organização defensiva contra tanto e tão variado movimento. Um exemplo a ver e rever pelas equipas portuguesas que devem procurar — pelos seus perfis morfológicos — aproximar~se deste tipo de jogo, lembrando-se sempre a pretensão de “jogar ao largo” exige muito mais do que passar a bola para o lado. E ver este tipo de jogo dos irlandeses lembrou-me uma frase de Barry John que, há uns anos perguntado sobre se gostaria de jogar hoje, respondeu: “No meu tempo nós procurávamos abrir espaços e utilizá-los. Hoje só colidem… Não não gostava!”. Mas gostaria concerteza de jogar nesta equipa irlandesa…

No Escócia-França o último segundo do jogo foi decisivo para a vitória francesa com a decisão arbitral de “no try!”. Embora possámos ter opinião diferente, o TMO fez o que lhe competia — não tendo visto nenhuma imagem que irrefutavelmente contrariásse a decisão do árbitro no terreno-de-jogo, deu cobertura à voz do árbitro. Azares dos escoceses, sortes dos franceses.

Aparentemente Gales deitou fora uma saborosa vitória em Twickenham contra os mais do que adversários ingleses. A ganhar ao intervalo por 14-5 e por 15-8 aos 62´ Gales perde o jogo em cima do fim, provavelmente — como acusa Clive Woodward na sua coluna do Daily Mail — pela decisão de Gatland, aos 55’ e assente no prévio bloco-notas, de fazer sair o pilar Keiron Assirati e o talonador Eliot Dee. A partir daí as boas prestações galesas na FO e Al começaram a vir por aí abaixo. 

De positivo o facto da jovem equipa galesa ter mostrado que começam a construir uma equipa. Quanto à Inglaterra, continua na mesma e mostra desconhecer em absoluto o conceito do futebolista brasileiro Zico: “É mais importante surpreender do que obedecer no futebol” (e no rugby também, digo eu). E o conceito é tão verdadeiro que basta ver as equipas inglesas a jogar na Championship onde atingem níveis de capacidade — veja-se o número de ensaios — muito elevados.

Pelo andar da carruagem poderemos ter uma decisão do Torneio no Irlanda-Inglaterra a 9 de março…que, seja ou não uma “final”, será sempre um grande jogo.

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