terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

ÚLTIMA JORNADA DOS GRUPOS


Portugal fez o que lhe competia, ganhou com 47 pontos de diferença sobre a Polónia, equipa que ocupa o 33ºlugar do ranking World Rugby. Mas não se pense que o XV português teve uma prestação elevada. Os vícios do costume, os vícios do nosso campeonato, voltam a estar à vista. Uma ideia de jogar ao largo através de passes laterais que só dão eficácia à defesa deslizante, a dificuldade de garantir um apoio eficaz com linhas de corrida convergentes e/ou divergentes, garantir a perpendicularidade atacante com recepções sincronizadas à máxima velocidade do receptor com preparação para passes-em-carga. E o jogo ao pé tem que ser revisto e não ser uma permanente entrega de bolas aos adversários.

Esta vitória é importante mas não apaga a derrota contra a Bélgica porque a Polónia é demasiado fraca para servir de medida. E devemos ter também em atenção que uma equipa dos vinte primeiros mundiais não pode aceitar a justificação do processo para os resultados e para a falta de coesão da equipa. Há um mínimo que tem que ser exigido porque deve ser considerado adquirido. E isso os jogadores devem percebê-lo e não se deixarem desculpar. Interessante foi a exibição de Hugo Camacho que, com 19 anos, deu um bom ar da sua graça ao marcar 3 ensaios e que demonstrou boas qualidades para o exercício do difícil lugar de médio-de-formação — veremos agora, para avaliar a sua real capacidade actual, como se comportará contra um adversário de nível mais elevado e mais habituado a este nível competitivo como é a Roménia. Mas foi um bom princípio e o olho para o ensaio é um bom trunfo.

Nesta construção de dois grupos com algum desequilíbrio — 4 equipas dentro dos vinte primeiros mundiais, estando as outras acima dos 25 lugares do ranking — as surpresas só acontecerão, como aconteceu com a Bélgica, por acidente. E note-se que as diferenças de resultados são grandes e não parece que este tipo de competição seja interessante para que as quatro melhores equipas ganhem a experiência e adaptação necessárias para o nível internacional mais elevado. No fundo, se há vantagem, será para as equipas mais fracas . E a demonstração desse desequilíbrio faz-se de forma a que as quatro melhores equipas não conseguem — pela diferença superior a 10 pontos de ranking entre adversários — marcar pontos de ranking. O que significa, como aconteceu a Portugal, que as derrotas são irrecuperáveis.


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