quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

PARABÉNS CAMPEÃS!

 


Sou Padrinho da equipa de Rugby Feminina dp Sport Clube do Porto que se sagrou, sob o continuado comando e enorme alegria da “capitã” Daniela Correia — Deolinda/Minga, Campeã Nacional 2024/2025.

Ás minhas queridas afilhadas um enorme abraço de muitos parabéns!

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

CUMPRINDO O MÍNIMO

Estádio do Restelo, 1/2/2025, Portugal-Bélgica

Embora não garantindo a devida diferença de pontos entre as duas equipas, Portugal cumpriu a sua obrigação mais importante: a vitória!

De facto, com poucos treinos, não é fácil conseguir a coesão colectiva de uma equipa formada por quantidade meia de jogadores que jogam o campeonato português e outros tantos que jogam o campeonato francês, na sua grande maioria o PROD2. O que foi possível conseguir em 4 meses de trabalho como na preparação do Mundial 2023, não é possível conseguir numa semana ou em quinze dias de treinos. E assim, para além de eventuais dificuldades linguísticas, o facto de treinarem de formas diferentes, criando hábitos diferentes e de participarem em jogos com intensidades distintas, não permite que o “nós” tenha a articulação que ultrapasse os “eus”. E a eficácia, perde-se…

E essa falta de articulação colectiva vê-se na defesa que, por exemplo, parte tarde e não impõe a pressão necessária para cortar tempo e espaço aos movimentos adversários. Acontecendo também no ataque onde a bola é recebida com as linhas muito paradas, permitindo à defesa a adaptação às eventuais combinações e levando a uma constância de choque que, para além de, pelo cansaço que provoca, retirar lucidez, muito pouco desorganiza a defesa. E no jogo-ao-pé (uma relação em jogo de 29/27 pontapés para Portugal) também existe muito desacerto que, aliás, permitiu que os belgas acabassem por ter um total de 65% de posse. Vale que de facto, a equipa belga, apesar de todo o trabalho que possam estar a realizar, não mostra as capacidade necessárias para tirar partido do jogo.

Mas nós, Portugal, se pretendemos atingir um nível internacional constante e consistente e não nos situarmos apenas como segunda ou terceira equipa do segundo grupo europeu, temos muito, que alterar para que os nossos internacionais ganhem os hábitos competitivos, técnicos, estratégicos e tácticos que o nível internacional exige. Começando assim por compreender que o Desporto de Alto Rendimento, tendo como objectivo o Sucesso, exige formas que o distinguem de forma absoluta da mera prática desportiva. E a primeira garantia de atingir o patamar necessário é a participação em campeonato competitivo com um elevado nível de intensidade que, juntando à Vontade as próprias Capacidades, permita a eficácia que obrigue a uma constante Superação. E o segredo para o êxito desta formulação faz-se com um conceito simples: juntar os melhores jogadores num pequeno número de clubes. O que obriga a diminuir o número de clubes da divisão principal. 

Também poderia ser possível criar equipas/selecções regionais (não sujeitas a qualquer ideia de cobertura geográfica da totalidade do país) que fizessem um campeonato que incluiria os melhores jogadores portugueses, deixando para os clubes uma maior preocupação de formação, preparando os mais aptos para uma carreira de nível elevado, permitindo a todos os outros o divertimento de um jogo mais apropriado ao seu conceito social.

Para a semana há mais e Portugal, jogando contra a Alemanha que perdeu com a Roménia nesta primeira jornada por 48-10, pode estar a um passo mínimo de se qualificar para o Mundial da Austrália. No outro grupo a Geórgia pisou a Suiça por 110-0 e a Espanha venceu os Países Baixos por 53-24.


No Seis Nações os resultados foram, no fundo, os esperados. Como melhores surpresas a demonstração italiana de melhorias de capacidades e o facto da Inglaterra, aproximando-se do modelo de jogo dos seus clubes, ter conseguido aproximar-se competitivamente da Irlanda. Mau, mau, foi mesmo o jogo do País de Gales que não conseguiu ainda ultrapassar os problemas que a pandemia lhe deixou. Veremos o que conseguirá contra a Itália no próximo fim‑de‑semana.

A França, por seu lado, mostra-se capaz de atingir o seu objectivo principal: vencer o Torneio. 

No próximo sábado teremos jogos como Itália-Gales, Inglaterra-França e Escócia-Irlanda em que o equilíbrio competitivo será o ponto quente de cada um deles. E como o Potugal-Alemanha é no domingo, o fim‑de‑semana vai ser em cheio.


 

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

PROGNÓSTICOS INTERNACIONAIS

 

Prognósticos para a série de Portugal do Rugby Europe Championship e para o Seis Nações

sábado, 25 de janeiro de 2025

ACABOU E FOI MÁ

Terminada a Fase de Apuramento da Divisão de Honra com o Belenenses e CDUL no Grupo A, o Cascais e S.Miguel no Grupo B e o Direito e Benfica no Grupo C apurados para o principal grupo de seis equipas que vão jogar a Fase Final, fica claro o desequilíbrio entre as equipas com a óbvia responsabilidade na fraquíssima competitividade que, numa altura que temos uma oportunidade muito especial de acesso ao Mundial de 2027, constitui um erro desportivo-organizativo sem sentido pelo risco que implica.

Ao analisar os algoritmos utilizados e que se apresentam acima, vemos a enorme distância a que se encontram os resultados de um equilíbrio necessário para “obrigar” as equipas a subir o seu nível competitivo, aumentando a intensidade das suas prestações e conseguindo uma muito maior eficácia das suas capacidades nas exigências que impõe.


Para se ver que estas coisas da competitividade contam e permitem acesso a níveis elevados de eficácia, olhe-se para o Andebol português que está a fazer uma prova notável no actual Mundial e que tem na sua equipa nacional 22% dos jogadores a jogar em clubes estrangeiros —a selecção portuguesa de Rugby teve, no jogo com os USA, 48% e contra a Escócia 44% de jogadores, que competem no estrangeiro — atinge, na análise Noll-Sculy do campeonato português, o valor de 1,36 — bastante mais baixo do que os valores de 2,11, 1,54 e 2,03 que resultam da competição portuguesa. 

Se analisarmos a distribuição dos ensaios em cada grupo vemos que os dois clubes apurados — com a percentagem de 74% (84+29), 66% (44+23) e 82% (68+15)— dominam completamente o objectivo “marcar ensaios” do jogo. O que também demonstra o desequilíbrio e a pergunta só pode ser uma: quando mudamos isto? 


O erro é enorme — veja-se a relação dos jogos com diferença de resultados final superior a 15 pontos (24 jogos) e os resultados inferiores a 8 pontos (6 jogos) ou a existência de resultados como 97-7, 94-12, 105-3, 70-15, 64-14, 40-7, 54-5, 57-10, 50-0, 45-0, 56-3, 53-5 ou 56-14. E não vale a pena justificar com um “é assim que os clubes querem”. Primeiro, por que não é assim que se atinge um nível internacional eficaz e porque quem tem a responsabilidade da organização da modalidade é a Federação e a sua direcção. Porque são as federações que têm a responsabilidade da organização e por isso têm o estatuto de associação de Utilidade Pública Desportiva que lhe permite o acesso e uso de direitos estatais— o que, naturalmente, obriga ao cumprimento de deveres específicos —  e possibilitam o  recebimento de dinheiro dos portugueses por via do Estado. E portanto o que conta são os interesses de Portugal no mundo da competição internacional e não os dos clubes na sua visão de bolha bairrista.

E a realidade é esta: para desenvolvermos o rugby português quer no domínio da competição internacional quer na atractividade nacional precisamos de um campeonato competitivo em que não existam jogos de vencedores antecipados e que tenha a exigência de uma melhoria continuada das equipas.

sábado, 18 de janeiro de 2025

DA POUCA TRANSPARÊNCIA À COMPETITIVIDADE

À entrada da 6ª e última jornada da Fase de Apuramento da Divisão de Honra, verifica-se que os primeiros classificados de cada Grupo e ainda o segundo do Grupo A — CDUL — estão já apurados para a Fase Final enquanto que no Grupo B e C, o segundo lugar pode ainda decidir-se nos últimos jogos.

 Esta situação — última jornada com disputa de lugares — deveria ter levado, por razões de transparência, a algum cuidado na marcação de jogos. Tratando-se de uma última jornada que qualifica para fases mais importantes, todo o cuidado é pouco — não se tratando apenas daquilo que salta à vista mas também de protecção sobre aquilo que, escondido, pode afectar a verdade desportiva. De facto o Grupo B tem duas equipas no 2º e 3º lugares separadas por 2 pontos. Ou seja, a subida está garantida para a equipa actualnmente mais bem classificada se vencer este último jogo. Mas se perder, basta que a equipa no 3º lugar vença para garantir a classificação. Tudo parece normal. Só que… se a equipa em 3º lugar deve ter a vítória garantida porque joga em casa contra o último classificado — 5 derrotas e apenas um ponto conseguido num bónus defensivo — a equipa do 2º lugar com 2 vitórias, 13 pontos e 18 ensaios marcados e que precisa de vencer, joga em casa contra o 1ª classificado — 4 vitórias, 1 empate, 20 pontos conquistados e 22 ensaios marcados…Ou seja, teoricamente esta equipa melhor classificada deve ganhar, mas… e se ganha a outra que joga em casa? Que se poderá pensar? Que se poderá insinuar? Uma ajuda, um desleixo por não precisar de nenhum resultado? Como diz o dito: não basta ser, é preciso parecer

Como se sabe tudo se pode pensar numa situação destas, principalmente se a Federação comete o erro de não marcar para o mesmo dia e mesma hora um jogo final com estas características… o mínimo de previdência…


Neste final da Fase de Apuramento, a competitividade — aquilo que faz a notoriedade de uma prova desportiva ao não permitir garantir vitórias antecipadas — deste conjunto de 3 Grupos de 4 equipas cada, é muito fraca como se pode verificar pelas análises realizadas.

A análise da concentração de pontos — uma adaptação dos princípios de Pareto — nos dois primeiros classificados de cada grupo mostra também a distância do limite do equilíbrio competitivo — 70% — dos valores encontrados. Na análise Noll-Scully onde o equilíbrio competitivo se situa na unidade, os valores encontrados fogem bem a esse valor. 

Ou seja: dêem-se as voltas que se dêem, o resultado é este: o Rugby português não pode ter na sua divisão principal, 12 clubes. Porquê? Porque não desenvolve a modalidade e não aproxima o jogo interno praticado pelos nossos melhores jogadores do jogo internacional que esses mesmos — alguns deles pelo menos — terão de disputar. E assim sendo, está a preparar-se mal a participação internacional da equipa principal de Portugal.

domingo, 12 de janeiro de 2025

IN MEMORIAN

Foto que recebi do Alpuim

Faleceu o Manuel Luis Benard Guedes de quem fui treinador no seu clube — o Grupo Desportivo de Direito — e de quem me tornei amigo. A sua ligação ao clube foi tal que realizou, no agora notável complexo desportivo do GDD, um trabalho, enquanto engenheiro civil, de excelência. Pela simpatia e pelas qualidades quer de prioridade ao colectivo, quer profissionais e pela forma com que se relacionava com os companheiros de equipa e treinadores, o seu falecimento é, para todos nós que de alguma forma nos encontrámos ligados ao “Direito”, um momento de enorme tristeza. A nossa memória, individual e colectiva, não deixará esquecer o nosso Benard Guedes.

À sua família, aos seus amigos mais próximos, ao Grupo Desportivo de Direito que lembrará sempre a sua obra, as minhas profundas condolências e os profundos sentimentos de pesar por esta nossa perda.

sábado, 4 de janeiro de 2025

FINAL DA 1ª VOLTA


 Terminou — com 3 jogos para cada equipa de cada Grupo — a 1ª volta da Fase de Apuramento do TOP12 da Divisão de Honra. 

Da análise realizada e embora o baixo número de jogos não permita conclusões significativas, podemos ver que é no Grupo B que está a série mais equilibrada — ou seja: com um global de menos pontos e menos vitórias, os resultados entre as equipas que o constituem são menos previsíveis uma vez que tem o menor valor Noll-Scully embora tenha também o menor valor de Pareto e que significa, pela maior distância aos 80%, um conjunto também desequilibrado (quanto mais próximo o valor fôr de 20%, maior será o desequilíbrio do conjunto). Note-se que o TOP10 2023/24 teve um Noll-Scully de 2,48 para um valor de 1 que significa o equilíbrio.

No entanto o equilíbrio não é suficiente para garantir um nível competitivo que possa preparar os jogadores para os jogos de apuramento do Mundial.

Dez dos dezoito jogos (55%) realizados tiveram resultados com uma diferença de 15 ou mais pontos para os vencedores, chegando a existir resultados — 97-7, 94-12, 64-14 ou 50-0 — inadmissíveis para um principal campeonato de um país que pretende estar presente no próximo Mundial.

Com uma diferença de pontos entre posições classificativas tal — como se pode ver no gráfico seguinte — entre o 1º e 3º lugares e entre o 2º e 3º lugares percebe-se que apenas no Grupo B existe a possibilidade de qualquer das equipas poder chegar aos dois lugares que qualificam para o “seis” da Fase Final. Nos outros Grupos o 1º lugar aparenta estar atribuído e, dadas as diferenças de qualidade das equipas, os 2º lugares devem também estar determinados.

Com o calendário definido, os jogos internacionais decisivos para apuramento para o Mundial e que se realizarão em 2 de Fevereiro - Bélgica - e 9 de Fevereiro - Alemanha - não contarão com jogadores que jogam o campeonato interno em condições de competitividade suficiente para o nível internacional onde vão competir, porque, até lá, não terão, nas três jornadas que jogarão até lá, uma constância de jogos competitivos que lhes sirvam de preparação. O que é um problema e que aumentará com a necessidade de adaptação às novas regras que obrigam a adaptações tácticas que exigem treino e experiência. E não vai ser fácil ultrapassar esta difícil situação que, para que o acesso ao Mundial seja uma realidade, necessita que os treinadores exijam às suas equipas e aos seus jogadores muito treino para melhor adaptação e muita determinação nesta 2ª Volta que hoje começa. Embora preocupado, esperemos para ver.

 

UMA BOA SUBIDA


 

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