sexta-feira, 21 de novembro de 2025

FINAL DOS INTERNACIONAIS DE OUTONO


Embora Portugal não possa alterar a sua posição e mudar do Grupo 4 pelo qual se classificará para disputar o Mundial e onde actualmente se encontra, a eventual derrota pode levar a alterações no ranking. No entanto Portugal tem, de acordo com o histórico das duas equipas, uma evidente superioridade traduzida pela diferença de 18 pontos de jogo.

Nos outros jogos — para além do óbvio interesse que pessoalmente terei sobre o Gales-Nova Zelândia — valerá a pena ver o Irlanda-África do Sul com os springboks como ligeiramente favoritos, o França-Austrália para verificar como evolui a equipa francesa que se tem mostrado muito desarticulada e muito incapaz de lidar com as oposições (dúvida: será isto resultado da opção estratégica de Gaultier de utilização do jogo ao pé) e o Inglaterra-Argentina que deverá mostrar de novo o crescimento dos Pumas.

(Embora se encerre praticamente neste fim de semana esta janela do Outono, a 29 de Novembro haverá um último jogo entre Gales e África do Sul)

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

PENÚLTIMO FIM-DE-SEMANA


 O XV de Portugal fez, contra Hong Kong China, o que lhe competia: ganhou! E ganhou até por uma diferença muito superior — 46 pontos — ao que a pontuação no ranking das duas equipas permitia prever (15 pontos). No entanto não podemos embandeirar em arco: a equipa de Hong Kong China é muito fraca — como alguém terá dito “não é bem uma equipa, é um grupo de XV que se vestem de igual…”. 

Por isso e apesar dos 9 ensaios marcados, não se pode dizer que a equipa portuguesa jogou bem — limitou-se a explorar as facilidades que lhe foram dadas uma vez que os HKC não se mostraram capazes de pressionar o suficiente e continuamente para cortar o tempo e o espaço aos atacantes portugueses — e mesmo assim realizaram 32 pontapés quando a ultrapassagem da linha-de-vantagem deveria ser o objectivo como os 95% (74 em 78) demonstraram.

No fundo, este jogo — comparando com a derrota com o Uruguai —mostrou aquilo que conhecemos e temos visto nos jogos da competição interna principal portuguesa: somos capazes de sermos eficazes e explorar as fraquezas e desequilíbrios dos adversários sempre que jogámos contra quem não faz, ou não sabe fazer, uma pressão que obrigue a jogar em espaços mais curtos, exigindo tomada de decisões muito rápidas e obrigando a garantir uma elevada velocidade de execução dos gestos técnicos mais adequados à situação que se enfrenta. O problema está sempre quando Portugal joga contra equipas de superior nível defensivo e onde a sua falta de hábitos de intensidade se faz notar, impedindo que a expressão portuguesa se mostre eficaz. E assim…

Porquê anotar estes pontos? Para que se perceba que há uma importante exigência — para além de uma Organização Competitiva tão equilibrada que, cada vez mais, não haja vencedores antecipados — para treinadores e jogadores para que possam defrontar equipas de nível mais elevado: outro tipo de treino, menos mecanizado, lembrando que as situações em jogo, não sendo idênticas, se baseiam na adaptabilidade tendo a intensidade de leitura, de reposicionamento, de apoio, de execução, como elementos essenciais — e sem nunca esquecer a permanente presença dos Princípios Fundamentais do Jogo: Avançar, Apoio, Continuidade e Pressão a que e em acção, se devem juntar os seguintes Princípios Estratégicos como Conquistar Terreno, Ultrapassar a Linha-de-Vantagem, Adaptação, Apoio, Continuidade, Opor o Forte ao Fraco, Pressão, garantindo que, pelo seu uso, é possível criar uma Táctica que permita opor a constância do Forte ao Fraco e tornar a posse-da-bola num instrumento de conquista-territorial da qual possam resultar pontos de resultado, de preferência ensaios.

E, por aqui, passará a evolução da capacidade competitiva do XV de Portugal. O resto…

Veja-se agora outros jogos internacionais deste fim-de-semana 

Estes jogos, transmitidos pela SportTv, devem ser olhados como formas de aprendizagem — veja-se, por exemplo, como os portadores colocam a bola quando são obrigados a ir ao chão para garantir a disponibilidade da bola no tempo útil de menos de 3 segundos ou os movimentos nos Alinhamentos com o objectivo de uma conquista limpa.

Notas relevantes:
    - bela vitória da Inglaterra sobre os All-Blacks:
    - a — finalmente e após 18 derrotas consecutivas  — vitória de Gales, conseguida no último momento do jogo contra o Japão com a transformação de uma penalidade, fez, de certeza, a festa em todos os bares de Cardiff.: 
    - as enormes dificuldades que a  França mostrou para vencer Fiji; 
    - o notável jogo que a Argentina fez, conseguindo uma formidável reviravolta — esteve a perder 21-0 aos 44’ - pondo ao vivo deficiências escocesas insuspeitadas. 

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

DEFINIÇÃO DO RANKING PARA O MUNDIAL


 Todos os jogos serão disputados no sábado 18 de Novembro com excepção do Escócia-Argentina que se disputará no domingo, 19 de Novembro.

Portugal, arbitrado pela escocesa Hollie Davidson, jogará contra Hong Kong e, vencendo pela diferença de mais de 15 pontos de jogo, conseguirá 0,37 de pontos de ranking e por qualquer outra diferença, conseguirá 0,25 pontos de ranking.. Qualquer que seja o resultado, Portugal continuará no 20º lugar, não saindo do Grupo 4 para se posicionar nos grupos do Mundial.

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

A COMPETIÇÃO INTERNA É A CULPADA!


 Num jogo fraco e de pouco interesse, Portugal perdeu — ao contrário do que devia ter acontecido — contra o Uruguai por uma diferença de 18 pontos ficando assim posicionado no 4º e último grupo (a vitória garantir-nos-ia o 16º lugar do ranking e, logo, uma posição no 3º Grupo…) para a organização das séries do próximo Mundial da Austrália sendo assim obrigado a jogar contra as equipas mais fortes e que se encontram nos 18 primeiros lugares do ranking mundial.

A selecção portuguesa mostrou os erros que estamos habituados a ver nos nossos jogos entre as equipas de nível mais elevado quer seja nas provas internas quer seja nas prestações internacionais dos Lusitanos. Má construção dos grupos de apoio, uma permanente ida ao chão nas tentativas de perfuração, dando toda a vantagem à defesa adversária e um jogo-ao-pé sem sentido a ver se pega e a não passar de mera entrega. É bom lembrar que a ida ao chão, dando tempo à defesa de se organizar, é uma vantagem clara da defesa — portanto evitá-lo é a primeira prioridade, mantendo a bola em movimento, e, caso não seja possível e o chão seja a única hipótese, é absolutamente necessário colocar a bola de tal maneira que o conhecido tempo limita de 3 segundos não seja ultrapassado na disponibilidade da bola para que haja possibilidades de explorar o desequilíbrio defensivo. E aí, nas constantes idas ao solo dos rugbísticas portugueses, de nada serviram os 49% de posse de bola ou os 59% de conquista territorial. Estes equilíbrios na posse/território deste jogo só serviram para preencher estatísticas e permitir a leitura da nossa incapacidade para explorar o “rugby-de-movimento” que é o padrão que deve servir as nossas equipas ao nível internacional.

Bem sei que não é fácil organizar e tornar eficaz uma equipa que tem metade dos seus jogadores habituados à nossa péssima competitividade interna e que os restantes que jogam em França pertencem a 4 clubes diferentes  e embora  habituados a um nível de intensidade, velocidade e decisão muito superiores e distintos —  sendo apenas 4 deles formados por cá — treinam e jogam em sistemas que terão formas diferentes de expressão entre si. Ou seja, com uns habituados a uns conceitos e outros a outros, é preciso muito tempo para formar uma equipa com a eficácia que a leve à vitória. 

Perceba-se de uma vez por todas: é esta diferença provocada pelas actuais competições internas de muito baixo nível e com as diferenças evidentes para os outros jogadores que disputam outros tipos de provas que impede a proximidade ao nível internacional necessário e a  leva às derrotas com equipas do nosso nível ou mesmo mais baixo. Emendar a competição interna, tornando-a equilibrada e competitiva, aproximando-a do PROD2 francês,  é exigência fundamental! E o atraso temporal não perdoa!


Nestes jogos podemos ver e perceber as formas de jogar que se impõem na procura da eficácia.
Note-se a inesperada vitória da Itália sobre a Austrália e que mostra a sua boa preparação para o próximo Seis Nações.

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

JOGOS INTERNACIONAIS OUTONO 2025


 Vencendo, como é possível pela previsão, Portugal subirá no ranking quatro lugares no ranking. 


Jogos que não se devem perder — para além do jogo de Portugal — são o Escócia-Nova Zelândia, e o França-África do Sul, sendo ambos televisíveis em Portugal.


domingo, 2 de novembro de 2025

INTERNACIONAIS DE OUTONO 2025

 

Com excepção do Irlanda-Nova Zelândia que se jogou em Chicago e que era o jogo de maior nível competitivo, os outros jogos tiveram os vencedoras previsíveis, incluindo o Inglaterra-Austrália. Estes dois jogos, interessantes de ver, mostram-nos que o próximo Mundial vai ter com certeza um enorme equilíbrio entre as  sete/oito melhores equipas mundiais. 

Para a semana há mais — são mais 10 jogos internacionais incluíndo o Portugal-Uruguai.

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

PROFESSOR ARQUITECTO REAES PINTO

 


Ao antigo rugbista do CDUL, Professor Arquitecto Alberto Reaes Pinto de 93 anos — nasceu em 1932 —foi-lhe atribuído — pela sua notável carreira que alia prática profissional, gestão, investigação académica de referência e apoio constante à dignificação profissional através do exercício de cargos executivos na Associação dos Arquitectos Portugueses e na Ordem dos Arquitectos — o Estatuto de Membro Honorário da Ordem dos Arquitectos. 

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

TAÇA DE PORTUGAL DHonra — 3ª JORNADA


Os resultados desta 3ª Jornada mostram de novo um desequilíbrio tal entre as equipas e donde vai resultar uma nulidade competitiva que não vai ajudar a melhorar a capacidade competitiva dos jogadores portugueses. Com òbvio prejuízo para a Selecção Nacional
 
Com os dados da classificação de grupo pode ver-se o desequilíbrio com os dados dos pontos de bónus que definem 73% de bónus ofensivos contra 27% de bónus defensivos. E não vale a pena pensar que isto não tem consequências…

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

TAÇA DE PORTUGAL, DHonra - 2ª jornada


 JOGO R P T E EQUIPA PONTOS EQUIPA E T P R PONTO

BÓNUS

JOGO


sábado, 11 de outubro de 2025

LUSITANOS NA RE SUPER CUP

Os Lusitanos de Portugal (20º do ranking WR) jogarão na primeira jornada  da RE Super Cup contra a Bohemians Warrior da República Checa (33º do ranking WR). 

Os Lusitanos com uma distribuição clubística de 4 jogadores do Cascais, 2+2 do Direito, 2+1 do Belenenses, 2+1 do CDUL, 2 do Benfica, 1+2 de Agronomia, 1 do CDUP, 1 de Académica, 1 da Lousã  e 1 de clube desconhecido, são os favoritos para este jogo com uma equipa checa que não tem nem experiência nem hábitos competitivos que a possam aproximar do nível português.







 



quinta-feira, 9 de outubro de 2025

SPORT/CRAV VENCE A SUPERTAÇA FEMININA

A centro Catarina Ribeiro e a capitã Daniela Oliveira do Sport CP/CRAV

A equipa do SPORT CP/CRAV venceu o jogo da final da SUPERTAÇA FEMININA, derrotando o Sporting CP por concludentes 34-10 com 6-2 em ensaios num jogo que, como referia VILLEPREUX em recente comentário ao Mundial Feminino que publicou no Midi Olympique, mostrou bem “a alegria do jogar por jogar” como demonstraram alguns momentos de excelentes manobras — embora com alguns erros de, principalmente, incumprimento posicional que estragaram a continuidade-do-movimento mas que se mostram alteráveis com bom treino a curto prazo.

Gostei muito de ver este jogo porque tenho ligações sentimentais a ambas as equipas: sou padrinho da equipa do SPORT e ainda há jogadoras do Sporting que são do tempo em que eu fiz parte da sua equipa técnica quando da dobradinha da conquista do campeonato nacional e ibérico de então. E como minha curiosidade maior neste jogo, o facto da Isabel Osório, que então jogava no Sporting, jogar agora no Sport…

Uma final que nos mostra que é, para que haja presença internacional, absolutamente necessário aumentar a competitividade feminina interna.   

ÁFRICA DO SUL VENCEDORA


 A África do Sul ao derrotar a Argentina no jogo da 6ª e última jornada mesmo que por uma margem mínima de dois pontos construída no último quarto do jogo e acabando com um ensaio conseguida no último minuto. Vinte minutos em que, de repente, a diferença de 14 pontos favorável aos sul-africanos parecia não ser suficiente para garantir a vitória final.

Os All-Blacks, para além de garantirem a segunda posição do Quatro Nações com o mesmo numero de pontos mas com uma menor diferença de marcados /sofridos, conquistaram a Bledisloe Cup que disputavam com os australianos.  

Com as capacidades de produção de jogo que mostrara, estas quatro equipas os jogos de Novembro com equipas europeias, promoétem bons espectáculos.

sábado, 4 de outubro de 2025

QUEM SERÁ O VENCEDOR?

 


Das quatro equipas que disputam esta 6ª e última jornada do Rugby Championship 2025 — vulgarmente conhecido por Quatro Nações — e embora três delas ainda possam conquistar o título, a África do Sul é a principal favorita, bastando-lhe derrotar, num Twickenham feito casa dos sul-americanos, a Argentina.
Os jogos serão com certeza bons de ver com boas expectativas que vão do verificar como Razor conseguirá levar os All-Blacks a aproximarem-se mais do seu modelo de jogo se o sul-africano Sacha continuará a deliciar-nos com as suas capacidades e se os argentinos reduzem a sua capacidade de erros para tornar eficaz os seus muitas vezes — notáveis movimentos.

A grande vantagem deste Quatro Nações é que nos tem proporcionado bons espectáculos do Rugby-de-Movimento, aquele é que é o movimento da bola que comanda o posicionamento e o movimento dos jogadores. Bola a movimentar-se, jogadores com linhas de corrida a adaptarem-se aos espaços disponíveis e a criar desequilíbrios  às defesas adversárias. A ver e a anotar.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

5ª JORNADA RUGBY CHAMPIONSHIP 2025


Esta 5ª jornada do Rugby Championship 2025 começa, embora a horas “impossíveis” — nossas 6 da manhã — com a 1ª mão da Bledisloe Cup entre a Nova Zelândia e a Austrália num jogo que está a criar imensas expectativas.  Os AllBlacks perderam na última jornada e duma forma totalmente inesperada — um resultado de 1 ensaio contra 6 da África do Sul — com uma negativa demonstração de capacidade de ultrapassagem da Linha de Vantagem — 46 vezes contra 75 — e com fraca demonstração e apenas 59% de eficácia nas placagens — embora com um maior número de passes (186) que se mostraram, como se viu, inconsequentes — linhas de corrida mal escolhidas, apoio atrasado, libertação lenta da bola, deixando a defesa reorganizar-se. Por seu lado a Austrália, embora perdendo com a Argentina conseguiu — ao marcar 4 ensaios e ao perder pela diferença de 2 pontos — conquistar 2 pontos de bónus o que a coloca, isolada, no 1º lugar da classificação.

A maior curiosidade no jogo estará em saber que soluções e mesmo transformações irá aplicar “Razor” — Scott Robertson — para que a sua equipa volte a impor o respeito a que nos habituámos. Apesar de tudo o passado das duas equipas dá favoritismo aos AlBlacks que não poderão perder duas vezes seguidas em casa. Pronto e que a “caixa” televisiva funcione no puxar atrás…

A Argentina venceu nesta prova a Austrália (fora) e a Nova Zelândia (casa) — não é para qualquer! Jogando agora fora contra a África do Sul que tem uma boa defesa muito rápida no encurtamento do espaço, o rugby de movimento argentino vai ter com certeza grandes dificuldades para se garantir eficaz. No entanto o jogo será interessante e permitirá perceber se as alterações tácticas que vimos ultimamente nos sul-africanos, serão uma realidade de transformação do seu jogo — a leitura inteligente a sobrepor-se às propostas da força pura. Se a mais provável vitória cairá no campo caseiro da África do Sul, nada impedirá que se encare a hipótese de uma surpresa. Porque os argentinos são muito de “antes quebrar que torcer”. 

Dois jogos de uma 5ª jornada muito interessante e a não perder — em deferido ou em directo..

 

terça-feira, 23 de setembro de 2025

FINAL DO MUNDIAL FEMININO 2025

 

A Nova Zelândia, aparecendo como favorita pela sua posição de bi-campeã mundial,  foi derrotada sem qualquer margem para dúvidas pela excelente Canadá que marcou 5 ensaios contra 3 das BlackFernes. As razões? Duas principais: a indisciplina das neozelandesas que concederam 10 penalidades permitindo conquistas de terreno e um “fácil” recurso canadiano ao maul; o facto das neozelandesas — estranho o facto do seu treinador, Allan Bunting, nada ter decidido para o alterar — colocarem sempre mais suas jogadoras nas formações-baixas (rucks) do que as suas adversárias permitindo sempre uma superioridade numérica, atacante ou defensiva, por parte das canadianas. E, por outro lado a qualidade e rapidez da disponibilidade da bola no pós-contacto por parte das canadianas, o que lhes permitiu a necessária rapidez de circulação da bola, tirando bom partido da desorganização defensiva neozelandesa. Uma bela lição táctica canadiana que lhes permitiu um 24-7 ao intervalo e quer o balneário neozelandês não encontrou formas de iguaslar.

No França-Inglaterra e pese o facto das francesas se terem superiorizado na generalidade do jogo — 61% de posse e 52% de domínio territorial — foram as inglesas a marcar 5 ensaios contra 3 das francesas. No MIDOL, uma antiga internacional francesa recomendava cuidado e concentração para que não fizessem penalidades uma vez que isso proporcionaria ás jogadoras da Rosa o acesso a alinhamentos que possibilitariam os mauls em que são exímias. Recomendava também que as francesas, no caso de alinhamentos no interior dos seus 22, disputassem a bola tentando perturbar uma conquista demasiado controlada e não ficassem no chão preparando-se para organizar a sua defesa de maul. Fizeram-no? Nem por isso e seguindo o catálogo trivial…permitiram uma conquista geral de terreno em maul de 33 metros e o facto de terem feito o dobro de passes de pouco lhes serviu. Mas diga-se também que a organização defensiva das inglesas — com uma capacidade adaptativa notável — foi muito capaz com 231 placagens. A 1ª parte  foi muito dura para ambas as equipas e terminou com um 5-7 inglês, apesar do domínio territorial de 62% e de posse de 65% das francesas. E as inglesas resistiram de tal forma que, marcando 4 ensaios depois do intervalo, dominaram absolutamente nos 10 minutos finais com 83% de posse e 54% de domínio territorial. Uma demonstração de coesão e equilíbrio colectivo que nos pode levar a apresentá-las como favoritas para a final. 



E sábado próximo teremos, para além da disputa do último lugar do pódio, a final entre canadá e Inglaterra que, jogando em casa, terá um Twickenham (pouco importa que agora se chame de outras maneira) quase pleno a “empurrar” para a vitória. O jogo — embora com a vantagem da enorme coesão colectiva da equipa da Rosa — poderá ter uma qualquer das duas equipas como vencedora. Seja como for, um jogo a não perder. 



sexta-feira, 19 de setembro de 2025

MUNDIAL FEMININO 1/2 FINAL


DOIS JOGOS PROMETEDORES!

sábado, 13 de setembro de 2025

FIM-DE-SEMANA “DENTRO” DA TV


Apesar da hora matinal dos jogos — o Austrália-Argentina é até de madrugada — vale, pelo menos, a pena ver em directo o Nova Zelândia-África do Sul.


Os Quartos-de-Final do Mundial Feminino prometem jogos interessantes com o objectivo de chegar às 1/2 finais. Embora haja “favoritos” por aquilo que se viu nos jogos anteriores pode haver surpresas, sendo o jogo possivelmente mais equilibrado o que opõe francesas a irlandesas…



















 

terça-feira, 9 de setembro de 2025

MUNDIAL COM BOAS PERSPECTIVAS


 Também jogos muito interessantes com movimento, jogo de passes, defesas bem estruturadas e vitórias evidentes. Mas quem perdeu, mostrou-se, pesem embora os ensaios sofridos, conhecedor dos princípios do jogo.

E os jogos Inglaterra-Austrália, Nova Zelândia-Irlanda — a demonstração técnico-táctica das Black-Fernes foi qualquer coisa…—  e França-África do Sul foram bem interessantes em demonstrações de muito conhecimento táctico e boas combinações que se faziam manobras para ultrapassar defesas. Belos espectáculos.

Pelo que se viu neste final de Grupos, os quartos-de-final podem mostrar-nos jogos de grande competitividade e sem vencedor previsível. Os jogos serão:

  • Nova Zelândia (3º) - África do Sul (10º)
  • Canadá (2º) - Austrália (7º)
  • França (4º) - Irlanda (5º)
  • Inglaterra (1º) - Escócia (6º)
[entre parentesis o lugar no ranking mundial]

Como motivo muito interessante nas transmissões televisivas da Sport TV,  a notável demonstração de capacidade das comentadoras portuguesas femininas que nos mostraram de forma muito clara e compreensível as formas de jogar, dando-nos conta das vantagens de uma e outra equipa e ainda das qualidades objectivas das diversas jogadoras. Com as suas prestações, fizeram-nos compreender as suas muito boas capacidades de entender o jogo — bem como, como o afirmaram por diversas vezes, o seu gosto e encanto pelo jogo de Rugby e sua envolvente. Gostei muito da vossa prestação e muito obrigado pelo excelente serviço que nos prestaram.
Aqui ficam os vossos nomes:   
Carolina Torres, árbitra e jogadora internacional
Maria Teixeira, jogadora internacional
Marta Pedro, jogadora internacional
Cátia João, jogadora internacional
Matilde Góis, jogadora internacional
Maria Branco, jogadora internacional 
Luana  Romão, jogadora internacional
Mariana Onório, jogadora internacional


      




CHAMPIONSHIP ENSINA



Dois belos jogos. No Austrália-Argentina uma vitória com um ensaio sobre o último segundo do jogo de 86 minutos — havendo, no entanto, dúvidas sobre as interpretações da arbitragem no último minuto. No entanto houve momentos notáveis, com jogos de passes de enorme qualidade: uns como off-loads, outros como meras transmissões com heterogéneas entregas de bolas a companheiros que adaptavam as suas linhas de corrida às propostas do portador - bonito!  A Argentina, ao intervalo ganhava por  21-7 mas na 2ª parte os australianos marcaram  3 ensaios com 62% e 51% de posse de bola e domínio de terreno, empatando 21-21 aos 63’, ficando a perder 24-21 aos 78’ para virar o resultado 28-24 aos 86’.

A vitória da Nova Zelândia deveu-se fundamentalmente a uma combinação táctica de manobra-manobra-velocidade a que os sul-africanos, pese a sua boa defesa e bom trabalho colectivo não conseguiram resistir. Os sul-africanos conseguiram 52% de posse de bola e 60% de domínio territorial, atingindo ainda no Índice de Eficácia Colectiva — o TWI — o valor 44,8, superior em 1/10 ao obtido pelos All-Blacks. 

Apesar de haver nítida melhoria no jogo Springbok — parecem estar a procurar sair da constante procura imediata da colisão — ainda não conseguiram — e por isso foram derrotados — melhorar o uso da bola depois que os seus adversários acertaram defensivamente a sua forma de jogar. E assim os All-Blacks se tiveram menor, embora muito próximo, número no Índice de Eficácia Colectiva (TWI), ultrapassaram os sul-africanos com 54,0 pontos contra 45,7  no Índice de Efícácia do Uso da Bola (IEUB) e assim venceram. O melhor uso — e a melhor defesa com 85% de sucesso contra 77% — venceu o ligeiramente superior controlo colectivo dos sul-africanos. Ou seja, jogar tende a ser mais rentável do que conquistar.

No final do jogo e num bonito gesto, os capitães da África do Sul prestaram pública homenagem ao neozelandês Savea que, neste encontro, atingiu a sua 100ª  internacionalização.

RESULTADOS DAS EQUIPAS QUE JOGARÃO CONTRA PORTUGAL


sábado, 6 de setembro de 2025

ATÉ SEMPRE, TONI

Itália, 0- Portugal, 0 - Padova, Fevereiro 1972

 Caríssimo Toni

Nós, Rugby Português, devemos-te muito. Como companheiros, sempre a poder contar contigo no apoio ou na ajuda dos corpo-a-corpo para a conquista da bola ou de terreno. Como adversários, a contar com a tua lealdade e com a oposição que dignificava todo o resultado fosse ele qual fosse. Como treinador a ensinar os Valores e os Princípios nesta particular forma de entender o mundo que é o nosso Rugby para continuar na correcção dos erros e a ensinar as adaptações necessárias para que os gestos técnicos se mostrassem eficazes na táctica decidida.

Depois como dirigente, organizando o sistema de forma a que a eficácia fosse um resultado óbvio. Eficácia na melhoria competitiva e no desenvolvimento e ampliação. Muito no Centro tem a tua imagem por cima a lembrar a tua obra.

Felizmente todas essas capacidades foram-te reconhecidas com a atribuição de distinções como Medalha de Mérito do Comité Olímpico de Portugal, Medalha de Serviços Distintos da FPR a que se juntam as distinções da AAC e da Cidade da Câmara Municipal de Coimbra. E a garantia que te podemos dar é que não te esqueceremos. Na memória de cada um de nós com especial incidência nos que pertencem/ceram à tua Académica, manteremos viva a tua vida.

Obrigado Toni! Até sempre!

Abraço oval.

António Cabral Fernandes (Toni) 1944/2015

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

INTERNACIONAIS DE FIM-DE-SEMANA

 

O jogo Nova Zelândia - África do Sul  realiza-se no “santuário” neozelandês de Eden Park onde os All-Blacks não são derrotados desde 1994 - derrota contra a França por 23-20 

Uruguai e Estados Unidos serão adversários de Portugal na próxima janela internacional de Novembro

Apenas os jogos referentes ao Grupo A — Inglaterra/Austrália e USA/Samoa — ainda podem definir quarto-finalistas uma vez que nos restantes Grupos os apuramentos estão definidos. No entanto dois jogos que terão transmissão televisiva — Nova Zelândia/Irlanda e França/África do Sul — serão com certeza interessantes de ver.


quinta-feira, 4 de setembro de 2025

CANAL ABERTO


 O Rugby da Irlanda decidiu que o Seis Nações 2026 será televisionado em canal aberto. Sorte dos irlandeses e que nós já tivemos.

Se para Portugal as transmissões televisivas permitiram mostrar um desporto que nos era desconhecido, provocando um interesse que permitiu consolidar a modalidade no país, para a Irlanda a transmissão em canal aberto será motivo de uma enorme festa e de enormes vantagens para clubes e mesmo pubs. Uma Festa!11

Dizemos em Portugal que, para a modalidade crescer, é preciso alargar a sua geografia. Que seria bem mais possível se os “grandes” jogos de rugby fossem transmitidos em sinal aberto. Como já o foram, repito! E falava-se de rugby nos transportes públicos, nos cafés, em todo o lado em que havia alguém que tivesse passado a tarde de sábado a ouvir o Cordeiro do Vale a “mostrar” a bola oval e o combate corpo-a-corpo da luta por cada metro de terreno. Bons tempos de que ficaram excelentes memórias.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

SÓ DÚVIDAS NOS USA E AUSTRÁLIA

 


No final da 2ª jornal deste Mundial Feminino, estão já qualificados para os quartos de final:

    - Inglaterra
    - Canadá
    - Escócia
    - Nova Zelândia
    - Irlanda
    - África do Sul
    - França
Apenas no Grupo A — fazendo jus ao equilíbrio mostrado pelo empate surgido num bom e disputado jogo entre a Austrália e os Estados Unidos — não está decidido o 2º lugar de apuramento, dependendo a qualificação da vitória com “ponto de bónus ofensivo” dos Estados Unidos sobre Samoa e que a Austrália, perdendo, não consiga um “ponto de bónus defensivo” no seu jogo contra a Inglaterra.

sábado, 30 de agosto de 2025

MUNDIAL FEMININO 2025

 


sexta-feira, 29 de agosto de 2025

COMPARAÇÃO DE CAPACIDADES

RUGBY CHAMPIONSHIP 2025 - 2ª JORNADA 

Perder pelos próprios erros — James O’Connor, abertura australiano, deitou fora 8 pontos em pontapés aos postes — e, segundo Nigel Owen, também por um erro grave do árbitro — perfeitamente visível mas que, num acto de abusiva censura, a World Rugby retirou o vídeo do seu site —sem esquecer o papel muito positivo — metade dos pontos à sua conta — do “abertura” sul-africano, Handré Pollard.

A capacidade defensiva da Argentina com 83% de sucesso deve ter estado — apesar de ter narcado menos um ensaio do que os AllBlacks — na base da vitória. De facto os jogadores argentinos bateram-se com grande atitude, não cedendo terreno e retirando espaço ao ataque neozelandês para conseguir uma vitória que deixou o país em festa. No entanto, frise-se que a indisciplina dos neozelandeeses, para além de permitir a marcação de 15 pontos  aos argentinos.em penalidades, levou ainda a 3 cartões amarelos obrigando a 9 minutos de 13 allblacks  contra 15 argentinos…


Este  facto levou a que Graham Henry, um dos grandes treinadores mundiais — Gales e Nova Zelândia e campeão do mundo em 2011— a dizer o que alguns de nós também dizemos: o Livro de Leis do Jogo é demasiado complicado para ser bem compreendido quer por adeptos, quer por jogadores e treinadores. A sua proposta de uma total revisão é bem-vinda e espero que a World Rugby oiça e proceda à sua simplificação e assim permitir que o rugby seja melhor compreendido, melhor jogado, tornando-se mais acessível e mais atraente.


O NOSSO SAMUEL MARQUES


Após a 1ª Jornada da actual PROD2
já atingiu os 1 518 pontos

O nosso Samuel Marques, jogador do Béziers e internacional por Portugal com 25 presenças na selecção nacional, é, com 1494 pontos — a que acrescentou, na 1ª Jornada da actual PROD2, com 1 ensaio, 2 transformações e 5 penalidades, 24 pontos marcados, ultrapassando assim o total de 1500 pontos  o melhor marcador em actividade da PROD2. Bonito e agradável para nós que gostámos de o ver como o nº9 da nossa selecção portuguesa e a quem devemos muitos dos nossos êxitos.
 

INGLATERRA MOSTRA-SE CANDIDATA


Sem problemas de maior a Inglaterra mostrou a sua superioridade e a como pode pretender atingir o título final.

Na sua estreia a  Maria Heitor esteve bem e teve uma intervenção importante e correcta.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

ABERTURA MUNDIAL FEMININO

 

Jogando em casa e sendo a equipa que ocupa o 1º lugar do Ranking Mundial Feminino, a Inglaterra é a favorita deste jogo inaugural por números muito elevados — 51 pontos de diferença de acordo com a previsão. Vamos ver até onde resiste o “quinze feminino” dos os Estados Unidos…

… e, do lado de cá da televisão, apoiarmos a “nossa” Maria Heitor.


A Inglaterra fez o que se esperava, ganhando por enorme diferença de pontos. Mas curiosamente as estatísticas das duas equipas estão muito próximas — a USA tem 52% de POSSE e 49% de TERRITÓRIO e sofre 11 ensaios apesar de 88% de Sucesso nas Placagens (falhou 17 placagens contra 19 falhadas pelas inglesas) — com excepção das penalidades e das formações-ordenadas que tiveram uma vantagem de mais do dobro para as inglesas que fizeram uma demonstração de enorme domínio neste sector. É também de relembrar o muito importante papel das duas pilares Botterman e Muir — na garantia da continuidade de movimento da equipa.

A demonstração de capacidade feita pela equipa inglesa para além de prometer jogos muito interessantes entre equipas equilibradas mostra a sua aposta para a vitória final. Este Mundial vai valer a pena ver porque as equipas vão mostrar interessantes capacidades e muito boa compreensão do jogo. A ver!

ENORME EXPECTATIVA


 Nesta 2ª jornada do Rugby Championship 2025 se a África do Sul perder pela mesma diferença da 1ª jornada, descerá para o 6º lugar do ranking da World Rugby. O que seria um verdadeiro desastre para a equipa bi-campeã do Mundo e que entrou neste torneio colocada em 1º lugar do ranking. Daqui que este jogo neste sábado seja esperado com enorme expectativa: como irão os sul-africanos jogar? que alterações irão fazer ao seu jogo para impedir os australianos de serem tão eficazes como o foram no jogo anterior — 6 ensaios não se obtêm por acaso mas sim pelo controlo da rapidez de conquista da bola e do movimento das manobras que desequilibravam a defesa africana. Como vai ser? veremos…porque não basta ser favorito…

A Nova Zelândia que voltou ao 1º lugar do ranking e que só o perderá com uma derrota de por 16 ou mais pontos de diferença no jogo contra a Argentina. Argentina que terá — de novo em frente ao seus adeptos — uma tarefa difícil mas que tudo fará para conseguir a vitória. Serão portanto dois jogos de grande expectativa e de novo com uma boa qualidade.

Para que tudo seja como deve ser em jogos que contam com equipas situadas no grupo das 7 melhores do Mundo, espera-se que as arbitragens sejam de qualidade, nomeadamente no que diz respeito à marcação de foras-de-jogo e acerto na análise do jogo no chão.  



quinta-feira, 21 de agosto de 2025

MARIA HEITOR NA ABERTURA DO MUNDIAL FEMININO


Começa nesta sexta-feira próxima pelas 19:30, na Sport TV7, o Mundial Feminino 2025 com o jogo de abertura Inglaterra-Estados Unidos e onde a nossa Maria Heitor estará presente como Árbitra Assistente da Árbitra Principal sul-africana Aimee Barret-Theron que terá como outra Assistente a Neozelandesa Natarsha Ganley.

Os nossos votos vão para uma boa prestação da Maria Heitor que tem vindo a demonstrar as capacidades que a levam a esta honrosa participação. Boa sorte, Maria!

terça-feira, 19 de agosto de 2025

GANHAR PELA EFICÁCIA


 É curioso que com vantagem em praticamente todos os factores dos jogos, a África do Sul tenha sido incapaz de marcar qualquer ponto na 2ª parte e tenha perdido, depois de deter uma vantagem 17 pontos ao intervalo, por uma diferença final de 16 pontos.

Cinco aspectos australianos saltam à vista: mais placagens, menor número de penalidades sofridas, mais jogo ao pé com maior qualidade de ocupação de terreno, mais conquistas no alinhamento com melhor distribuição de movimentos atacantes e uma maior capacidade de rapidez na libertação da bola nos rucks e até com maior conquista de turnovers. E estes factores traduziram-se numa maior eficácia dentro da linha de 22 adversária.

De facto não serve de nada uma maior percentagem de posse de bola ou de ocupação territorial se não existe eficácia no uso da bola e se a procura constante da colisão permite ganhar alguns metros sobre a linha de vantagem a demora de libertação dos rucks permitiu sempre que a defesa australiana se reorganizasse e retirasse eficácia ao jogo sul-africano. E assim se justificou a vitória australiana que fez uma excelente demonstração de rugby-de-movimento.

Veremos como, desde já e com muita curiosidade, irão os sul-africanos mostrar as correcções conseguidas no seu jogo neste novo encontro também a disputar na África do Sul. A não perder…

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

ALL-BLACKS EM PRIMEIRO NO RANKING



Com os resultados desta 1ª jornada do 4 Nações, a Nova Zelândia passou para o 1º lugar do Ranking da World Rugby com 92,51 pontos. Os jogos foram muito bons de ver, principalmente o África do Sul-Austrália ao qual, ao contrário da cćlebre frase do futebolista Oliveira: quem num biu, bisse! direi que, se gosta de rugby, tem que ver!

A recuperação da Austrália foi notável, conseguindo inverter as previsões que a davam como derrotada por 15 pontos de diferença para terminar vencedor pela margem de 16 pontos (!), depois de ter estado, ao intervalo a perder por 22-5. Esta viragem terá como tradução o facto da incapacidade dos sul-africanos em aguentar a velocidade que oa australianos colocaram no seu jogo de movimento. Aliás os sul-africanos com a previsibilidade do seu jogo de colisão — continuam a entender que o jogo se realiza mais na força da linha recta (colisão) do que com a inteligência do movimento (manobra) — o que, reconheça-se, deu os seus bons resultados ( 2 Mundiais) excepto quando os adversários têm a preparação suficiente para resistir aos ataques directos e para obrigarem, com o seu movimento, a defesa a deslocar-se demasiado nas coberturas que tem que fazer e não terem, como não tiveram, a “caixa de ar” e a disponibilidade muscular suficientes para se oporem na 2ª parte do jogo à continuidade de movimento do adversário.

Esta vitória australiana foi boa para mostrar que a movimentação e a continuidade da manobra pode — como entendia Nun’Álvares — ser mais eficaz que a colisão, seja ela ofensiva ou defensiva. Os conceitos de Joe Schmidt começam a fazer os seus efeitos.

Na vitória dos All Blacks que venciam por 31-10 ao intervalo para permitirem um resultado na 2ª parte de 10-14 favorável aos argentinos, o que mais interessante se viu foi a forma defensiva neozelandesa, muito rápida e com o exterior a adiantar.se, impedindo assim que os argentinos manobrassem ao largo e obrigando-os à colisão. E desta fórmula os argentinos só conseguiram sair no excelente ensaio do seu abertura, Tomas Albornoz, que conseguiu, com uma linha de corrida convergente, um ataque interior que apanhou a defesa allblack com os “pés trocados”. 

No próximo fim de semana a África do Sul tudo tentará para não ser derrotada de novo na sua própria casa. E se Eramus já reconheceu que a maior parte da culpa da derrota não foi dos jogadores mas sim da equipa técnica, veremos que alterações estratégicas surgirão. Quanto à Austrália o que se espera é a sua contínua subida na preparação para o Mundial 2007 que se disputa em sua casa. E assim a sua vitória será uma nova hipótese…

Quanto aos AllBlacks e agora que voltaram ao 1º lugar do Ranking, a sua perspectiva é de nova vitória. No entanto e tendo os argentinos uma semana para adaptar o seu tipo de jogo à defesa neozelandesa, pode ser que consigam um maior equilíbrio e, eventualmente, surpreender com a proximidade do resultado.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

1ª JORNADA QUATRO NAÇÔES

 


Este fim-de-semana começa o Rugby Championship que, envolvendo as quatro melhores equipas do Sul, podemos designar por Quatro Nações numa comparação nominal com o nosso Seis Nações. Para nossa sorte a SPORTTV irá transmitir todos os jogos desta competição.

Os principais favoritos à vitória final, serão os dois primeiros classificados — África do Sul e Nova Zelândia — do ranking mundial. De qualquer maneira espera-se que, dados os últimos resultados, . — lembre-se que a Argentina venceu os British&Irish Lions bem como a Austrália — que são melhores do que as diferenças classificativas dos valores do ranking e assim os jogos tenham tendência ao equilíbrio.

Como novidade o facto dos australianos terem terminado com os efeitos da “Lei Giteau” — obrigação de um mínimo de 60 internacionalizações e de sete temporadas cumpridas no Super Rugby para poderem jogar fora do país e representá-lo na selecção nacional. Embora devendo, em caso de igualdade de “calibre”, dar prioridade aos jogadores “internos”, o seleccionador, Joe Schmidt, poderá convocar os jogadores que considere como melhores defensores da camisola australiana. O que pode representar uma vantagem uma vez que, dado o facto do rugby de XV não ser no país uma modalidade de grande projecção, existe uma tendência dos jogadores procurarem contratos no estrangeiro. Será curioso perceber como lidará Schmidt — chamará novos jogadores “estrangeirados” ? — com esta nova situação.

Outra da curiosidade destes jogos diz respeito a verificar que “inventona(s)” apresentará desta vez o sul-africano Rassie Erasmus…

Seja como fôr, um sábado de bons jogos para amenizar o calor.




terça-feira, 5 de agosto de 2025

O TRÊS-ZERO FOI-SE


Com a entrada de Nic White — jogador capaz de concentrar em si o foco dos adversários que assim se desligam da bola — e provavelmente com a ajuda da chuva de grande intensidade a que um intervalo de cerca de 40 minutos para salvaguarda de hipóteses de raios que originaram a preocupação quando apareceram a 10 km do estádio. Se a chuva permitiu diminuir a intensidade do jogo, o intervalo de segurança permitiu provavelmente a recuperação física australiana que se mostrou, nos dois jogos anteriores, longe da preparação necessária para jogos deste nível. 

Curiosamente a Austrália, apesar da chuva, foi muito capaz de desistir da colisão e conseguir as manobras essenciais para utilizar mais a bola fazendo 165 passes — os B&ILions fizeram 126  —  para conseguir 67 ultrapassagens da Linha-de-Vantagem contra as 56 dos britânicos mas acabando nas mesmas 4 rupturas da defesa e 8 entradas na Área-de-22. Tudo isso porque as defesas estiveram com grande eficácia com os australianos com 92% de sucesso e 90% por parte dos britânicos, levando a que a maior parte do jogo se desenrolasse na zona do meio-campo e com as poucas entradas conseguidas nas Áreas-de-22. A chuva poderá ter tido muitas culpas…e a possibilidade da terceira vitória cedo terá ficado determinada…


Os Lions venceram a Série de 3 jogos com 2 vitórias. Mas tudo foi muito equilibrado como se pode verificar no gráfico acima onde se mostra que, no somatório de pontos das duas equipas, a diferença é apenas de 1 ponto favorável aos Lions.  Um ponto marcante que mostra a vantagem dos Lions e justiça da sua vitória está na vantagem  conseguida no Índice de Eficácia do Uso da Bola que, no fundo, será o que conta: “quanto melhor utilizares a bola mais eficaz serás” — uma vez que a bola tem que, na maior parte dos casos,  ser transportada até ao interior da Área-de-Ensaio. O conjunto do gráfico mostra que, embora com valores menores nos domínios considerados, os Lions são mais eficazes na sua utilização e daí a sua vantagem final. Para a Austrália, o recurso à colisão em vez de recorrer à manobra como o fez no terceiro jogo, será a maior razão para as duas derrotas.

Por ter atingido, com o seu cotovelo, a cabeça de um adversário, o talonador irlandês e nesse momento a capitanear os Lions, o notável Dan Sheehan foi, posteriormente, penalizado com 4 jogos de castigo. Castigo este que poderá ser reduzido a 3 jogos se Sheehan frequentar com aproveitamento um curso de treinadores…
… e agora, teremos os jogos entre as quatro nações do sul — Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, Argentina — para passar o verão.
 






quinta-feira, 31 de julho de 2025

B&I LIONS VENCEM SÉRIES


 Um excelente jogo este 2º teste que entregou as Séries, com duas vitórias ao “melhor de três”, aos B&I LIONS.

A Austrália não se mostrou capaz de, apesar do maior número de bolas para utilizar e do maior número de ultrapassagens da Linha de Vantagem, de romper a defesa dos Lions que com 140 placagens foi garantindo a vantagem de 2 ensaios com 5 marcados contra 3 sofridos.

E foi nesta diferença de ensaios que surgiram os “casos do jogo”. 

No 1º ensaio dos Lions, o talonador britânico Dan Sheenam que, numa penalidade jogou rápido e atirou-se em mergulho para dentro da área de 22. Como não é permitido que o portador da bola salte por cima de um jogador para evitar uma placagem, as contestações australianas surgiram com o esquecimento que se existe a Lei 9.11 que não permite “pular por cima ou sobre um placador” também e para o caso em apreço, existe o Esclarecimento 3-2022 em referência à Lei 9.  que determina que um jogador portador da bola pode “saltar” para a “área-de-ensaio” e marcar ensaio. Naturalmente e neste caso específico o jogador que vai no ar, pode ser placado.

Sheenam, no ar, vai fazer um toque correcto, pressionando a bola no solo da “área-de-ensaio” 

O único galês, Jac Morgan, presente na equipa dos B&I Lions realizou, em cima do último minuto do jogo, a acção decisiva que garantiu a vitória britânica na Série. Morgan fez recuar o corpo do adversário, Tizzano, que se preparava para recuperar a bola que se encontrava no chão na sequência de uma placagem. Ao fazer recuar o adversário, Morgan permitiu a conquista da bola pela sua equipa que movimentando-a, permitiu ao defesa britânico Hugo Keenan marcar o ensaio que transformou o resultado de 24-26 para 29-26. E também aqui os australianos contestaram a validade do ensaio. 


Dada a reviravolta no resultado em cima dos 80 minutos, os australianos no banco e no campo, consideram ter havido falta e tentaram que o ensaio fosse anulado. O árbitro, o italiano Andrea Piardi, consultou o TMO e considerou que não tinha havido qualquer falta — a fotografia mostra, com a inclinação do corpo do australiano Tizzano e a posição do tronco e Morgan, precisamente isso — e que o ensaio era válido.

Nesta sua decisão, Piardi foi acompanhado pelos ex-árbitros internacionais Wayne Barnes na sua coluna do Daily Telegraph e Rob Debney no Sunday Times a que se veio juntar o Mestre Nigel Owen que considerou que a acção de Morgan foi “perfeita” e “clássica”.

E agora temos um jogo, no próximo sábado, que  promete e que mais do que em outras alturas nenhuma das equipas quererá perder. E nós também não!


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