O CDUP, com uma capacidade competitiva média de 86% - superior em 16% ao melhor classificado, Agronomia, do CN1A - fez uma quase excelente época no CN1B contando por vitórias todos os jogos disputados. Mas, sendo a 3ª equipa em pontos sofridos, mostra, para além de algumas deficiências em termos de coesão colectiva (uma das resultantes de uma boa coesão é a elevada capacidade defensiva), algumas debilidades defensivas como se percebe na relação entre a Taxa de Sucesso (% de vitórias) e a Quota de Pontos de Jogo e é ainda verificável através do Factor de Vantagem. Esta debilidade defensiva para uma equipa que, na próxima época, irá estar a disputar a divisão principal deve merecer um cuidado especial no que toca à sua próxima preparação - por razões de calendários o CDUP terá entrado em mais de 5 meses de "férias" num disparate de planeamento anticompetitivo e desajustado.
A capacidade atacante do CDUP ficou bem demonstrada no volume de ensaios marcados (52 com uma taxa por jogo de 5,2) e nos pontos de bónus conseguidos (6) em 10 jogos. Com menos ensaios sofridos ficou a equipa do Técnico que conseguiu 5 pontos de bónus ofensivos mas averbou 3 derrotas - duas contra o líder CDUP e uma contra o Montemor.
O quadro seguinte mostra que a competitividade deste grupo se limitou às três equipas que se qualificaram nos lugares imediatamente abaixo do CDUP.
Valendo 6 pontos no Índice de Competitividade - justificáveis na diferença entre as 10 vitórias do primeiro classificado e as zero vitórias do último classificado - este campeonato CN1B foi, na compatração da competitividade dos diversos campeonatos desde 2000, o mais desequilibrado de sempre - naturalmente no que comparativamente diz respeito aos campeonatos cimeiros da modalidade.
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Algoritmo VCoucello |
Se aliás, olharmos para o quadro seguinte podemos verificar, através de valor das dimensões de análise que definem a Quota de Pontos de Jogo e a Taxa de Pontos de Classificação que a relação entre os resultados conseguidos pelos clubes que disputaram o campeonato da divisão principal do ano passado e que este ano disputaram o CN1B é bastante favorável a esta época.
O que significa que, tendo diminuído bastante as dificuldades competitivas de cada equipa, o actual campeonato CN1B se apresentou mais desequilibrado e com jogos de menor nível competitivo do que aqueles que tiveram de enfrentar na época passada.
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Estes valores, bem como os valores que resultam da análise do Índice de Competitividade, têm importância quando se pensa em aumentar ou diminuir o número de equipas participantes num campeonato e devem sempre ser tidos em conta, permitindo balizar os limites e não deixar que as coisas aconteçam subordinadas as outras condicionantes que não as de mero valor desportivo. Para que um campeonato seja competitivo é necessário que seja o mais equilibrado possível, isto é, que os resultados não sejam adivinháveis e que qualquer equipa possa mostrar-se capaz de vencer qualquer um dos jogos - com enormes vantagens quer para as exigências técnico-tácticas das equipas e dos jogadores, quer para o interesse que possa despertar nos espectadores.
Para a próxima época o campeonato principal será disputado por oito equipas e se o CDUP se mostrar capaz de atingir as expectativas que conseguiu criar esta época e o Técnico - tendo ainda, num disparate desportivo sem nexo mas a imitar o maior disparate da Rugby Europe, de disputar um jogo de barragem com o primeiro classificado da CN2 que, em salto de cavalo, ultrapassa 4 equipas melhor qualificadas - conseguir resultados equivalentes aos da época passada podemos, tendencialmente, acreditar num campeonato equilibrado e competitivo. Mas que exigirá das equipas uma boa preparação.Um campeonato equilibrado e competitivo será bom para todos: equipas, jogadores e espectadores. E naturalmente para o Rugby português que nesse equilíbrio terá uma plataforma de desenvolvimento como base de resultados internacionais que o projectem interna e internacionalmente.