domingo, 4 de março de 2018

SPORTING FEMININO VENCE A TAÇA DE PORTUGAL

iPhone JPB
Com uma bela vitória de 14-12 sobre o SL Benfica, o Sporting Rugby Feminino conquistou a Taça de Portugal em Tens. Num jogo bem disputado e com duas partes distintas - na 1ª parte o domínio territorial pertenceu ao Benfica para, no 2º tempo, ser o Sporting a dominar - onde excelentes placagens, principalmente das sportinguistas, fizeram a demonstração da qualidade do rugby feminino português.
Desta boa demonstração técnica de rugby fica, no entanto, uma enorme dúvida: porque jogam Tens?
Internacionalmente existem campeonatos de Sevens e de XV - o Tens não existe em termos competitivos sérios, não ultrapassando o divertimento. Então para quê jogá-lo? Porque pode ser a passagem do Sevens para o XV como ouço como justificação? Não pode! Pensá-lo é pura ficção.
O Tens é um Sevens com mais jogadores em campo e, portanto, com um esforço físico mais doseado mas é tacticamente a mesma coisa. Ou seja: o Tens - opinião que mantenho desde a primeira vez que o vi em HongKong e já lá vão umas dezenas de anos - é apenas um Sevens para pessoas que já não aguentam a sua intensidade. E acrescentam mais três jogador@s.
Porque não garante qualquer aproximação ao XV? Por uma razão muito simples: não permite a existência da 3ª linha - principalmente dos cada vez mais necessários 6 e 7 - e dificulta a variedade do jogo com ataques pelo lado fechado.
Os Asas e Flanqueadores são uma necessidade maior e característica do XV e exigem uma grande e demorada formação. Porque, com pouco tempo para ler - ao contrário de outras posições - vivem do instinto, do "cheiro", do adivinhar da melhor linha de corrida. Da experiência.
Estes 6 e 7 e as suas linhas de corrida, feitas de inúmeras e sucessivas adaptações de ângulos de corrida na aproximação aos pontos de quebra da continuidade do movimento, são decisivos quer no apoio atacante para tentar que a sua equipa não seja obrigada a passar pelo chão e permitir a reorganização ofensiva, quer no apoio defensivo para recuperar ou para atrasar a reciclagem da bola adversária. E o Tens não ensina ou dá qualquer experiência sobre esta matéria. Depois, quando é preciso esta experiência, nada há que lhe valha.
Se não tivesse definida a regra que impõe a formação d@s "segundas-linhas" com a cabeça entre @ pilar e @ talonador, permitindo que esses jogador@s pudessem formar na perna exterior d@s pilares, ainda vá. Teríamos a exigência de procurar linhas de corrida eficazes. Mas da forma como se tem de jogar não prepara para o XV coisa nenhuma! Em termos de desenvolvimento competitivo constitui uma pura perda de tempo.
E a equipa do Sporting bem sentiu a falta que lhe fez essa experiência na recente Taça Ibérica.
O rugby feminino português deveria - preparando assim da melhor maneira as possibilidades internacionais - ser jogado em Sevens e XV. Coisa aliás que é e pelo que ouvi, a vontade expressa das jogadoras sportinguistas.

Arquivo do blogue

Quem sou

Seguidores