quinta-feira, 15 de março de 2018

TOMEMOS NOTA E PREPAREMOS O JOGO-CHAVE



Só falta uma vitória - em jogo com a Polónia no próximo dia 24 - para que Portugal tenha nova oportunidade de acesso, num jogo que tudo leva a crer seja com a Alemanha, à RE Championship, a 2.ª divisão europeia.
Do recente jogo com a Moldávia resultaram de novo avisos: se queremos garantir a subida - fundamental para aumento da notoriedade da modalidade com o consequente melhor respiro financeiro - teremos que melhorar substancialmente a capacidade e eficácia de jogo da equipa, aumentando a qualidade de uso da bola, garantindo que a continuidade dos movimentos tenha objectivos de conquista territorial que desequilibrem defesas e permitam a marcação de pontos. Aparentemente assim terá acontecido até porque, com a diferença de pontos de jogo conseguida e o correspondente bónus de ranking, subimos um lugar no ranking - de 24º para 23º - da World Rugby. Mas terá sido mesmo assim quando não conseguimos o ponto de bónus ofensivo e que o 4º ensaio - lembre-se que na Rugby Europe o ponto de bónus só é atribuído pela diferença de 3 ensaios - só chegou no último momento do jogo? E para além do mais, sofremos dois ensaios de uma equipa que só tinha, até então, marcado 4 em três jogos. 
Contra o adversário mais fraco do grupo, Portugal não ultrapassou a mediania, perdendo tantas bolas - numa grande maioria de “erros não provocados” - quantas as ultrapassagens da linha de vantagem (30) e, num jogo sem grande intensidade, raríssimas vezes se mostrou capaz de ultrapassar o “de-chão-em-chão” de penetrações curtas, inócuas e de enorme lentidão que permitiram sempre a fácil recuperação de posições pela defesa moldava. Por outro lado e de novo se mostrou a estratégia portuguesa - traduzida quase sempre na mesma forma táctica - incapaz de “encurtar” a linha defensiva adversária, permitindo assim um maior facilidade defensiva.
Dito isto, será bom que não esperemos demasiado dos maus resultados conseguidos pela Alemanha e nos preparemos efectivamente para o jogo mais importante da época e, diria até, do futuro do nosso rugby. Ou seja, pela qualidade do que temos jogado temos que ter a noção clara que o que fazemos não chega. Ou jogámos efectivamente mais ou corremos o risco de deixar o resultado necessário depender da sorte dos deuses. Porque, por pior que possa parecer, a Alemanha tem já épocas de hábitos de jogo a níveis de intensidade superior às exigências dos jogos que Portugal tem efectuado.
No fundo, o que se exige é simples: deitar para trás das costas qualquer vaidade sobre os resultados conseguidos contra equipas de baixa qualidade e preparar efectivamente a equipa para um patamar superior.

Nas 6 Nações a grande surpresa foi a vitória da França e o mau jogo da Inglaterra que se mostrou, mais uma vez, incapaz de se adaptar às circunstâncias, não mostrando qualquer melhoria do “jogo no chão”, fazendo um somatório de faltas injustificável - e os adeptos ingleses perguntam-se onde encontrar um 7 que possa garantir a chegada aos pontos-de-quebra em tempo útil. 
Dois jogos muito bons de ver - Irlanda-Escócia e Gales-Itália - e que mostram a existência de uma melhoria qualitativa do Norte que abre o apetite para o Mundial do Japão Mas principalmente jogos que parecem significar o retorno do rugby de movimento onde a inteligência da manobra suplanta a colisão. 

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