sexta-feira, 25 de outubro de 2019

MOSTRA DO FUTURO DO JOGO


Fim‑de‑semana de 1/2 finais no Mundial é prato forte de uma espera de quatro anos com dois jogos muito diferentes a preparar uma final entre dois estilos praticamente antagónicos.
No primeiro dos dois jogos das meias-finais haverá quatro médios-de-abertura. Quer a Inglaterra com Ford e Owen, quer os AllBlacks com Mo’unga e Beauden Barrett, têm, no recurso a dois jogadores com as mesmas capacidades tácticas e de jogo-ao-pé, a ideia de, por um lado, surpreender a linha defensiva que, muitas vezes, não saberá qual o tipo de ataque quer, por outro, colocar dificuldades ao três-de-trás — que muitas vezes estará reduzido a dois — impedindo assim que possam ampliar a linha defensiva uma vez que, no caso, deixariam espaço livre nas costas dos defensores onde pontapés — rasos ou altos — poderiam ser perigosamente colocados.
Curiosamente e ao contrário do que tem sido a constituição neozelandesa que tem apostado nos “gémeos” para o lugar de asa e flanqueador, os AllBlacks deixam o “gémeo” Sam Cane no banco e chamam o maior dos Barrett, o Scott, para o lugar de nº6 para, ao que penso e mais do que para aumentar o poder de conquista nos alinhamentos, para garantir capacidade de colisão nos duelos próximos dos “pontos de quebra”.
No começo deste Mundial dizia-se que este seria o campeonato do jogo-ao-pé. Porque hoje, com a capacidade e rapidez de subida das defesas, o jogo-ao-pé é uma das poucas soluções que se oferecem para continuar o ataque ou para conseguir momentos de recuperação da bola através de turn-overs ou, através do “ping-pong” que se pode seguir, para encontrar espaços — através de passes longos que os aberturas têm na sua bagagem — que permitam contra-atacar.
Uma meia-final que vale uma final, diz-se. Mas, embora os mind-games de Jones procurem escondê-lo, o grande favorito é a Nova Zelândia. Pela forma como está a jogar e porque nos últimos mundiais não perdeu qualquer jogo. Mas essa pressão vai ser terrível, argumenta Jones. E a vossa, depois do mau campeonato que fizeram em casa no 2015? responde Hansen.
Seja como for, um jogo a não perder e com a particularidade de fazer depender muito o resultado final da inteligência táctica que as equipas demonstrem.

No Gales-África do Sul haverá um terrível desafio físico com a defesa galesa a subir muito rápido para, evitando que os sul-africanos ultrapassem a linha-de-vantagem, conseguir conquistar bolas pela superioridade numérica nos reagrupamentos e lançar o seu jogo de contra-ataque. Também um muito interessante jogo em perspectiva. Embora os sul-africanos sejam dados como favoritos, os galeses que terão menos dificuldades na defesa com o jogo previsível dos Boks do que o mostrado contra os franceses, têm a oportunidade, como deixa entender Biggar, de uma vida.

E nestes jogos que envolvem as quatro equipas que ocupam os quatro primeiros lugares do ranking da World Rugby vai ficar alguma coisa que marcará o futuro do jogo e as diferentes formas de o jogar. 

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