Nestes últimos jogos nada de especialmente surpreendente a menos que consideremos a vitória da Argentina por números acima do esperado dando, finalmente, um arzinho das suas potencialidades e a oposição de Fiji que demonstrou mais uma vez as suas capacidades atacantes.
De facto Fiji é um caso que merece particular atenção: falta-lhe experiência, organização consistente, disciplina muitas vezes mas tem uma capacidade atacante que dá gosto ver. Sempre que têm posse da bola os seus jogadores têm uma notável capacidade de adaptar as suas linhas de corrida ao posicionamento dos defensores, atacando intervalos, provocando situações de um-para-um que servem para abrir novos corredores por onde, com notáveis manipulações de “passes-em-carga”, lançam companheiros, obtendo assim uma média de 4,3 ensaios por jogo com um recurso médio de 29 metros de transporte da bola — um dos mais baixos índices — para cada ensaio marcado. E se utilizarmos o indicador da Taxa de Apoio Eficaz, recorrendo à relação entre o número de ultrapassagens da Linha de Vantagem e o número de ensaios conseguidos, encontraremos o valor médio de 9% com um 23% conseguido contra a Geórgia. Não fosse o erro de perspectiva da sua equipa técnica, como considero, que levou a menosprezar o Uruguai e o Grupo D teria tido um outro nível competitivo. O último jogo contra Gales constitui uma excelente demonstração das potencialidades desta equipa que — a não ser que a Geórgia conseguisse a maior surpresa deste Mundial, derrotando a Austrália — já se apurou directamente para o Mundial de França de 2023.
Quanto ao Canadá e a Rússia — que apenas conseguiu marcar 1 ensaio nos quatro jogos da fase de grupos — fizeram o que puderam tentando aguentar ao máximo as vagas atacantes de adversários de outra galáxia. Mas a diferença ainda é muita.
Durante o dia de ontem começaram a surgir notícias sobre a possibilidade de cancelamento de jogos devido à passagem do furacão Hagibis. Optimisticamente pensei na possibilidade de poderem ser adiados para terça-feira.
Mas às quatro da manhã chegou a confirmação: os jogos Inglaterra-França e Nova Zelândia-Itália serão cancelados com o resultado de 0-0 e com 2 pontos por cada equipa. Os jogos de sexta-feira Austrália-Geórgia em Shizuoka e o Irlanda-Samoa, de sábado e previsto para Fukuoka e ambos fora da rota do furacão, manterão a sua realização. Os jogos para domingo, entre os quais o decisivo Escócia-Japão, serão confirmados de acordo com o evoluir da situação.
Com estas decisões os dois primeiros do Grupo C serão, por ordem, Inglaterra e França; no Grupo B e também por ordem, Nova Zelândia e Austrália. Se não forem realizados os jogos de domingo e de acordo com o regulamentado para desempates, o Grupo A terá em primeiro lugar o Japão e a Irlanda em segundo enquanto que no Grupo D o primeiro classificado será Gales, ficando a África do Sul em segundo lugar. E o Mundial continuará... e que o furacão não deixe um rasto de vítimas e destruição.
quinta-feira, 10 de outubro de 2019
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