terça-feira, 24 de dezembro de 2024

PAZ!!!


 

sábado, 14 de dezembro de 2024

VALE TUDO?

SOMOS LOBOS DE ONDE? DA SELECÇÃO NACIONAL SÉNIOR DE PORTUGAL OU DE LEIRIA?

Façam um favor senhores Delegados da Assembleia Geral: não deixem que se desfaça aquilo que levou muito tempo a consolidar. Lobos é a marca, já internacionalmente conhecida da Seleção Nacional de Séniores de Portugal. Ponto!!!

Utilizar o nome de Lobos em qualquer outra componente do Rugby português, em vez de ser uma homenagem, é, objectivamente, um aproveitamento abusivo porque pretende aproveitar o prestígio conseguido por outros.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

ATACAR A PRESSÃO DEFENSIVA

O mais interessante deste último jogo da Autumn Nations Series 2024 entre a Irlanda e a Austrália foi a visão estratégica que as duas equipas mostraram para se conseguirem adaptar e ultrapassar a pressão defensiva de cada contrária. Ambos os ataques — realizados pelos mesmos que, na alternância da posse, são defensores — na sua preocupação de avançar colectivamenteas no terreno, recorreram à mesma conceito teórico: usar o grupo portador da bola para fixar defensores que, antes de qualquer paragem, lançavam a bola para uma segunda-linha de ataque entretanto formada. Mas — e esta a curiosidade — fizeram-no com processos diferentes.

Os irlandeses, recorrendo à dobra — opção que Sexton utilizava com grande eficácia — e os australianos, recorrendo a uma mini-unidade em losango. Ou seja: o médio-de-abertura irlandês recebendo e passando de imediato a bola ao 1º centro, corria, enquanto o portador atacava o intervalo para fixar dois defensores, lateralmente e pelas suas costas para receber — obrigando um defensor a deslocar-se para dentro para fechar o intervalo criado — e passar a bola à segunda-linha atacante que, tendo-se formado durante a execução da combinação, jogava com e ao que esperavam, uma superioridade numérica lateral.

De outra forma mas com o mesmo objectivo, os australianos, ao utilizarem uma mini-unidade em losango para fixar o meio-campo adversário, serviam-se do cauda para lançar a segunda-linha atacante que, entretanto se havia formado com o ponta-fechado, defesa, ponta-aberto, um centro e, por dentro, um terceira-linha que vinha em apoio.

Com estas duas formas atacantes e contra duas defesas muto agressivas e que deslizavam muito bem — quando entrava em acção a segunda-linha atacante, os defensores cediam terreno para poderem deslizar e, no mínimo, igualar o número defensores/atacantes — as equipas conseguiram 4 quebras-de-linha cada uma e 77 ultrapassagens da linha-de-vantagem com 273 passes para os irlandeses, enquanto que os australianos conseguiam 62 ultrapassagens com 162 passes. No final, 3 ensaios irlandeses para 1 dos australianos ditava a justiça da vitória. Um excelente espectáculo estratégico-táctico.

Para este fim-de-semana, o sofá — com o início da Champions Cup e com um Toulouse-Ulster no domingo — volta a ser o lugar de preferência dos adeptos da modalidade.

Entretanto e por cá, o Belenenses derrotou Agronomia por 32-29  e venceu a Supertaça num jogo que voltou a mostrar as carências habituais do jogo português — parece bonito mas raramente cumpre os Princípios Fundamentais… 

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

ÚLTIMO AUTUMN NATIONS SERIES 2024


 Este último jogo dos Autumn Nations Series 2024 tem a particularidade de poder alterar posições no ranking da World Rugby se a Irlanda perder. Perdendo, será ultrapassada pela Nova Zelândia que subirá de novo ao 2º lugar. No entanto se a derrota acontecer pela diferença final fôr superior a 15 pontos, a Irlanda descerá para a quarta posição, deixando a França no 3º lugar.

No entanto estes cenários não têm um suporte muito forte uma vez que a Austrália não se deu muito bem com o jogo de apoio e movimento dos escoceses, tipo de jogo em que a Irlanda costuma assentar as suas prestações sendo capaz de enorme eficácia. E o prognóstico dá claramente a vitória à Irlanda…

Seja como fôr, o jogo entre estas duas equipas será, com certeza, um jogo tão interessante que valerá a pena o tempo de sofá. A ver!

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

BELA VITÓRIA DO U-20 DE PORTUGAL

 

A selecção de Portugal, ao derrotar os Países Baixos por 46-14, venceu o U20 European Championship 2024 numa bela vitória que impõe agora uma enorme responsabilidade a clubes, dirigentes, treinadores, árbitros e Federação que terão de perceber — e agir em conveniência — que, para garantir que esta vitória tenha futuro, terão de realizar transformações qualitativas na principal competição interna. Organização competitiva equilibrada, adaptação aos melhores princípios de treino e às formas de arbitrar internacionais, conseguir as melhores condições para que estes jovens possam desenvolver-se enquanto jogadores sem perder a sua capacidade estudantil, são alguns pontos essenciais para transformar desde já para que este triunfo tenha continuidade.

Parabéns jovens rugbístas! E que o futuro esteja convosco.

Faltando apenas um jogo para encerrar este Autumn Nations Series 2024 fica-nos a imagem de uma África do Sul que continua a sua postura de bi-campeã mundial e do mau momento de Gales que perdeu pela 12ª vez consecutiva enquanto que a Inglaterra conseguiu, finalmente e depois de 4 derrotas, a vitória. No resto, para além de diversos bons jogos, tudo normal com as vitórias e comportamentos esperados. Esperemos, com boa expectativa, pelo 6 Nações 2025.

Os Estados Unidos, depois de ter vencido Portugal e Tonga, foi vencer a Madrid e mantém o 15º lugar do ranking da World Rugby conquistado em Coimbra. Por seu lado a Geórgia venceu, em casa, Tonga — que marcou no último minuto — por uma diferença de 15 pontos.
 

sábado, 23 de novembro de 2024

MAIS UMA TARDE DE SOFÁ

Quase a terminar as Autumn Nations Series 2024 a França venceu a Argentina e, apesar de alguns abrandamentos, demonstrou mais uma vez que, apesar de se considerar apenas em preparação para o Mundial de 2027, será a principal candidata ao Seis Nações 2025.

De facto, a variedade de soluções que o seu jogo atacante permite a que se junta uma notável organização defensiva da responsabilidade do inglês Shaun Edwardse, está a fazer da França uma equipa em franco progresso de que as três vitórias nos três jogos recentes da Autumn Series são o último e visível exemplo.


 Nos jogos restantes do Autumn Nations Series, o Escócia-Austrália será aquele que está a criar as maiores expectativas uma vez que oa australianos tem vindo a melhorar a sua capacidade competitiva e a Escócia, que apresentará uma equipa mais adulta do que aquela que venceu Portugal, não quererá ter uma derrota em casa. Aliás o prognóstico, dando a vitória à Escócia mas por uma diferença de pontos que não será significativa, mostra que podemos ter um jogo de nos manter agarrados ao ecrã até aos minutos finais.

Nos outros jogos os vencedores, pelas diferenças de posições classificativas,  parecem encontrados. Mas será interessante ver se Gales consegue evitar a 12ª derrota consecutiva e abrir uma luz no seu jogo internacional. Mas não será fácil jogando contra a actual melhor equipa mundial…

Nos Jogos Teste haverá um Espanha-USA que interessa aos portugueses porque são duas equipas do nosso espaço competitivo — embora nenhuma delas nos possa impedir de chegar ao Mundial na 1ª fase que começara em Fevereiro. Mas saber o resultado final servirá para nos situar…

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

CONTIGO MOITA, SEMPRE!

Falar sobre o Moita - era assim que lhe chamávamos - neste momento de homenagem à sua contribuição para o prestígio do nosso CDUL se é um momento que me honra é também, pela relação que tenho com ele, um momento de grande emoção. E não posso deixar-me levar por ela porque não quero que sejam as minhas lágrimas que marquem esta Homenagem a um Amigo e grande companheiro de equipa com quem partilhei grandes momentos de conquista para o nosso Rugby do CDUL. 

O Moita foi sempre um exemplo de carácter e simpatia - o meu filho Raul, que, miúdo, assistia a jogos e treinos dizia-me há dois dias: “Lembro-me muito bem do Moita - o pai a chutar a bola para cima dele para ele depois correr e fintá-lo. Foi sempre muito simpático comigo.


Conheci o Moita no Rugby do CDUL. O Estádio Universitário era a nossa casa. E tivemos sempre uma óptima relação desde logo porque tínhamos uma base desportiva e de valores comuns: ambos — embora ele tenha entrado no ano em que saí — tínhamos sido alunos do Colégio Militar. O companheirismo que nos marcava teve assim um início facilitado. 


Internacional 18 vezes e com a particularidade de na sua 1ª internacionalização, em 1974, estarmos os dois em campo com a mesma camisola para, em 1985 e na sua última internacionalização, estarmos também ambos empenhados e eu ser o seleccionador/treinador nacional da altura. Um círculo comum de relações e cumplicidades com muitos anos de jogos a defender a mesma camisola e a procurar os melhores resultados. E como nos entendíamos bem.  


Moita era um atleta de grande categoria — fisica, táctica e tecnicamente — e um marcador de ensaios terrível e acima do comum — bola entregue e o ensaio estava à vista — que muito contribuiu para as nossas vitórias em jogos e campeonatos. 


Mas, como todos os campeões, é humilde e nunca se vangloria de ser um super-herói. Teve sempre um enorme respeito pelo colectivo - a equipa estava sempre em primeiro lugar - sabendo muito bem que, por melhor que se seja individualmente, estamos sempre dependentes do rendimento do colectivo. Como prova o facto de, depois de ter sido nomeado como o melhor marcador de ensaios do nosso CDUL e quando o Bernardo Marques Pinto se preparava para lhe entregar o prémio, dizer: “Metade desse prémio pertence ao Bessa — era ele que me passava a bola para eu marcar os ensaios.”


Sim, eu passava-lhe muitas bolas — assistências dir-se-ia hoje — mas limitava-me a fazer o meu trabalho — bola recebida de outro companheiro, manobra necessária para criar espaço e passe para que o Moita pudesse  utilizar todos os seus enormes recursos e capacidades e, no mínimo, avançasse no terreno ou, no melhor, marcasse o procurado ensaio. O trabalho final era todo dele! Autêntico Campeão!!! 


Moita é um bom carácter e sempre um amigo do seu amigo. Sempre que nos encontrámos o tempo que nos separava do último encontro a que vidas diferentes nos tinham obrigado, nunca contava. Era como se estivessemos sempre juntos e a memória, para nós, não tinha hiatos. Era a continuidade da amizade. 


Que os que agora envergam a camisola CDUL Rugby tenham no Moita um modelo de referência, como jogador e como homem, contribuindo assim para que o CDUL o não esqueça nunca e para que o serem membros da equipa se possa traduzir numa boa aprendizagem de vida. 


Viva o nosso CDUL Rugby que nos deu alma e coração para sermos melhores na nossa vida e deixo o meu voto maior: que Carlos Moita viva! Continuamos contigo, meu caro! SEMPRE! 

terça-feira, 19 de novembro de 2024

OLHAR A ACTUALIDADE COM VISÃO DE FUTURO

 

O jogo de Portugal mostrou mais uma vez — para além de termos perdido um lugar no ranking em favor dos Estados Unidos — que são necessárias mudanças internas se pretendemos competir com os melhores Tier 2 do ranking. Os factos são estes — mesmo tendo em atenção a absurda demonstração de ignorância do jogo e das suas Leis pelo árbitro japonês Takehito Namekawa — e devem ser levados em conta: estamos longe de estar capacitados para a intensidade dos jogos deste nível. Ou seja: é absolutamente necessário que os jogadores sejam habituados a jogar a um nível de intensidade muito superior ao que lhes oferece a actual competição interna — não é igual jogar com a defesa “em cima do nariz” ou distanciada um metro… Como fazer? Não é difícil o aumento da qualidade competitiva da designada Divisão de Honra portuguesa, basta que haja uma diminuição do número de equipas que o disputam — 6 equipas a 3 voltas, por exemplo, acrescentando ainda uma segunda divisão — mais equilibrada e competitiva — de também outras seis equipas. E os clubes têm que perceber esta necessidade de aumentar a competitividade interna, via equilíbrio entre as equipas em prova, ou então serão responsáveis directos pela falência a curto prazo de um projecto que é a sua razão de existir. E o actual “deixa andar” é incompreensível!

Lembre-se também que não há competição de qualidade sem qualidade na arbitragem. E é preciso encontrar soluções para um recrutamento capaz e para garantir a permanente adaptação às formas de arbitrar internacionais. Escritas estas linhas a solução é só uma: deitar mãos à obra

Por outro lado e como se sabe, a maioria dos portugueses que jogam em França, fazem-no no ProD2 e como esta divisão não interrompe jogos durante os fins-de-semana de jogos internacionais, contar com eles absolutamente não depende de nós mas da vontade dos dirigentes dos seus clubes (são eles que lhes pagam de acordo com os contratos em vigor). Portanto, a selecção nacional será formada de cada vez em acordo com interesses de clubes que a Federação não controla… O que significa, colocando em causa o objectivo de constância de resultados, decisões de gestão dependentes!

Portanto, se pretendemos manter o rugby português num nível internacional que nos aproxime dos melhores, temos que tomar a decisão de tornar o principal campeonato interno suficientemente equilibrado para que possa ser competitivo e habitue os jogadores aos conceitos tácticos e capacidades técnicas adequadas ao nível de intensidade que caracteriza a competição internacional, permitindo então que os jogadores se desenvolvam no sentido até, se o pretenderem, de ao seguir a carreira no estrangeiro, de serem pretendidos pelas divisões de melhor nível. 

Neste fim-de-semana, em que Gales mostrou, nesta sua 11ª derrota consecutiva, as dificuldades que atravessa, houve jogos notáveis com intensidades de cortar a respiração. No entanto também houve arbitragens francamente más e, em algumas situações, a lembrar a velha ideia de que “os árbitros fazem os resultados”... O árbitro japonês do Escócia-Portugal não é aceitável neste nível e o promissor georgiano deitou fora, no França-Nova Zelândia e com uma arbitragem errada e até tendenciosa, a imagem de competência que tinha conseguido. Enfim…

Vejam-se os jogos Irlanda-Argentina e França-Nova Zelândia — também é interessante ver o Itália-Geórgia para ver a transformação, para melhor, do jogo georgiano notável até nas decisões da sua organização defensiva — bem como o Inglaterra-África dos Sul. Em todos eles se apreendem as novas tendências do rugby actual. 


sábado, 16 de novembro de 2024

MAIS UM FIM-DE-SEMANA DE SOFÁ


É uma enorme felicidade poder assistir a um jogo como este Irlanda-Argentina. Teve tudo aquilo de que se gosta e foi um óptimo aperitivo para os jogos deste fim-de-semana. Até serve para demonstrar que o exagero de faltas pode, como quase aconteceu, pregar sustos no finsl do jogo. Também se viu a importância da velocidade de disponibilização da bola nos reagrupamentos. E que no alto nível a intensidade é uma constante, bem como a organização defensiva.  Tudo lições — incluindo a arbitragem de Paul Williams — com excelentes movimentos de circulação da oval.

A equipa de Portugal tem uma tarefa muito difícil — não que pensemos em qualquer obrigação de vitória — mas na obrigação de demonstrar a capacidade de utilizar tácticas, técnicas e tomada de decisões exigíveis a este nível e que não foi capaz de mostrar contra os Estados Unidos. Dado o facto de entre as duas equipas o intervalo de pontos ser superior a 10 pontos, Portugal não perderá pontos (se ganhasse juntava mais 2 pontos ao seu actual pecúlio). Esperemos que o jogo seja interessante e que os nossos Lobos nos mostrem que de facto estão em boa preparação para atingir o Mundial 2027.

O jogo que está a levantar maiores expectativas é, naturalmente, o França-Nova Zelãndia que se joga hoje logo a seguir a outro jogo que pode ser muito competitivo, o Inglaterra-África do Sul. Para domingo fica-nos o jogo Gales-Austrália cujo principal interesse será o de ver se existe alguma recuperação do jogo galês. 

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

PORTUGAL DERROTADO

 

A uma boa vitória da Espanha seguiu-se uma derrota não esperada de Portugal num jogo que, aliás, não vi porque e embora o Boletim Informativo federativo anunciasse que haveria transmissões em dois canais — RugbyPass e BolaTV — não consegui ver. Porque no primeiro caso não houve qualquer transmissão e como o segundo não é universal — ninguém verificou? — não foi possível aceder através da NOS. Assim não faço a mínima ideia do porquê da derrota… Enfim…mas que é um alerta, é!

Nesta jornada da Autumn Nations Series houve alguns aspectos — para além de dois excelentes jogos no Irlanda-Nova Zelândia e Inglaterra-Austrália — bastante interessantes:
1º - com excepção da França, todas as equipas visitadas perderam;
2º - Fiji vence Gales mas marca menos ensaios;
3º - Gales jogou 3’ contra 13 e 15’ contra 14 fijianos; 
4º - A Escócia não marcou nenhum ensaio mas sofreu 4;
5º - Apesar de derrotada a Escócia subiu um lugar (de 7º para 6º) no ranking WR
6º - Em seis jogos houve 2 cartões vermelhos e 6 amarelos e pudemos presenciar pela 1º vez na Europa a nova Lei dos cartões vermelhos  — o fijiano Radrada foi, ao fim de 20 minutos, substituído por Maqala.



sexta-feira, 8 de novembro de 2024

FIM-DE-SEMANA EM CHEIO


Tendo como último resultado entre as duas equipas o empate (16-16) do Mundial que apurou Portugal, este jogo de Coimbra terá à partida o interesse de duas equipas que querem ganhar o jogo e mostrar, uma, que a sua passagem no Mundial foi justa e, outra, a querer demonstrar o contrário. Boa luta portanto em perspectiva.

De acordo a classificação no ranking e com a visão dos adeptos e embora nada se saiba enquanto escrevo da constituição da equipa (e tão pouco se haverá transmissão televisiva…) Portugal é o favorito. Melhor classificado e com mais pontos terá, naturalmente, um passado que justifica uma vantagem competitiva. Por outro lado os USA estão a preparar-se para terem acesso ao Mundial 27 e, uma vez que terão o Mundial de 31 em casa, precisam de vitórias e de trepar no ranking da World Rugby

No jogo que opõe Espanha ao Uruguai, a vitória — embora se preveja apertada — deverá pertencer aos do outro lado do mar. Mas é também bom lembrar que a Espanha apresentará alguns jogadores que actuam no TOP14 e que poderão fazer a diferença.

A jornada dos Autumn Nations Series abre com um jogo de grandes expectativas: Irlanda-Nova Zelândia. Com a sua habitual tenacidade e jogando em casa, os irlandeses fazem figura de favoritos mas, seja qual fôr o resultado, o jogo deverá ser muito interessante e veremos qual das duas equipas demonstrará melhor rapidez na disponibilidade da bola nos breakdowns. Aos AllBlacks caberá ainda mostrar uma maior disciplina, adaptando-se melhor à arbitragem.

O jogo que está a causar muitas expectativas — todos, com excepção do Itália-Argentina que pode ser muito equilibrado e com momentos muito interessantes na procura de movimentação da bola e da continuidade do jogo que ambas as equipas procuram, têm vencedor declarado — é o Gales-Fiji. O jogo é muito importante para os galeses que necessitam, depois de 5 derrotas nos cinco últimos jogos, de conseguir uma vitória. Mas vai ser um combate intenso neste fim-de-semana de sofá.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

UM BELO JOGO…


 O jogo de abertura deste Autumn Nations Series foi muito bom. Para além dos dez minutos finais de cortar a respiração teve excelentes jogadas com adaptações de grande nível dos diferentes companheiros de equipa. Mas acima de todos fica a super-combinação do Beauden Barret com Wiil Jordan para o 2º ensaio dos AllBlacks um tratado com Bauden Barret colocado do lado direito do breakdown que depois da bola conquistada se lançou para a esquerda com a perfeita compreensão do seu médio-de-formação e numa corrida em diagonal, teve a corrida de Jordan numa diagonal contrária para a realização de um cruzamento que lançou o defesa num intervalo que lhe permitiu parar apenas na área-de-ensaio. Uma obra prima de boa percepção, adaptação e nível técnico para além da alta velocidade a que tudo foi feito. O colectivismo acima de cada indivíduo. A ver mais vezes… se bem analisado, aprende-se muito.

No entanto e apesar de boas manobras a terminar em ensaios também houve erros só aceitáveis pela intensidade que as duas equipas puseram no encontro. A disciplina, ao fazerem 11 penalidades de que resultaram 15 pontos adversários, não foi a melhor das armas dos neozelandeses. Mas a capacidade técnica e táctica dos seus jogadores permitiu-lhes a “compensação” de 3 ensaios transformados para conseguirem a vitória — graças aos falhanços finais de Ford, diga-se e que terá tido, provalmente, uma boa ajuda na substituição de Marcus Smith — no que talvez tenha sido a pior decisão do treinador da Inglaterra, Steve Borthwick.

Embora derrotada em cima do final, a Inglaterra mostrou que está no bom caminho, de acordo, aliás, com o excelente campeonato interno que temos visto. Ao que parece o jogo de colisões permanentes sem capacidade de movimento e sem o apoio de contiuidade, acabou. A Inglaterra de hoje é outra. Mais interessante e mais competitiva internacionalmente.

O segundo jogo do dia mostrou o que se esperava: uma total superioridade finalizadora dos escoceses  mas com menos domínio que o resultado deixaria adivinhar com os seus 8 ensaios marcados com 7 transformados ao conseguirem apenas 50% de posse de bola e 43% de conquista territorial. Mas a eficácia objectiva funcionou… e o resultado prova-o







sábado, 2 de novembro de 2024

AUTUMN NATIONS SERIES

 

A abertura deste novo Autumn Nations Series que permite jogos entre países que só costumam encontrar-se em digressões ou combinações especiais fora dos jogos de Mundiais, começa com um jogo — Inglaterra-Nova Zelândia — que está a levantar as maiores expectativas e que coloca uma enorme incógnita no possível vencedor, prevendo-se um resultado muito cerrado como se pode ver pela previsão da diferença apresentada.

 Este primeiro jogo tem a particularidade de tornar oficial, num jogo-teste internacional, o recente conceito — com o qual, devo dizer, não estou de acordo e onde sou acompanhado pela França… — do “cartão vermelho”, impondo a saída do jogador prevaricador por 20 minutos e que, embora não podendo voltar ao terreno, pode ser substituído por outro que esteja no banco.Isto é e apesar da falta grave de um seu jogador a equipa pode, passado o tempo de 20 minutos, voltar aos quinze jogadores iniciais e anular a inferioridade numérica.

No entanto, felizmente e depois de muitas análises e propostas, esta nova proposta de Lei do Jogo não retira, ao contrário de muito do que foi dito, o castigo absoluto — isto é, não impede a expulsão com diminuição do número de jogadores da equipa prevaricadora atá ao final do jogo quando se trata de agressões ou comportamentos que atinjam um elevado nível de violação dos valores e ética do desporto. No fundo a diferença entre o resultado da apresentação do cartão vermelho será entre uma falta técnica grave e uma falta grave de comportamento com implicações directas num ou nuns adversários.

No outro jogo, a Escócia é a favorita com uma percentagem de 75% de prognósticos dos adeptos.


sexta-feira, 18 de outubro de 2024

COM ZERO NA BAGAGEM

 A derrota dos Lusitanos no Avchala Stadium em Tbilisi contra a franquia georgiana dos Black Lion é uma clara demonstração dos erros que formatam a competição interna do rugby português. Senão, vejamos.

Se o jogo fosse disputado pelas selecções nacionais dos dois países com a Geórgia no 12º lugar e Portugal no 15º lugar do ranking da World Rugby, a vitória normal pertenceria à Geórgia por uma diferença de 13 pontos. Se assim é porque que é que neste jogo entre as respectivas franquias, a diferença se estabeleceu em 36 pontos? E com a bagagem dos Lusitanos vazia de pontos!

Como explicar este péssimo resultado?

Há muito que o rugby português deveria ter percebido que existe uma relação directa entre a competição interna e a capacidade internacional e que a nossa competição interna não tem qualidade competitiva suficiente — como o demonstram a análise conjugada da  Noll-Scully e do Princípio de Pareto — para aproximar os hábitos dos jogadores portugueses das exigências do jogo internacional. De facto a competição nacional do nível interno mais elevado não é competitiva — tem nitidamente duas divisões numa mesma como se pode verificar na análise do Princípio de Pareto de que resulta o facto de que 50% das equipas detêm 73% dos pontos marcados e 72% das vitórias. E como o valor do Índice de Competitividade de Noll-Scully é um enorme 2,41 de desequilíbrio — o pior resultado dos campeonatos europeus dos nossos adversários — as virtudes da competição são baixas no seu equilíbrio, na sua decisão, na intensidade, nas exigências técnicas, tácticas, estratégicas. Ou seja, na expressão do jogo.


E assim sendo, não é possível criar as condições para o progresso dos jogadores. E o resultado vê-se: erros tácticos de que resulta nula exploração das situações de possível vantagem, ignorância da importância da Linha-de-Vantagem, apoio perceptível pela defesa, jogo-ao-pé denunciado e incapaz da devida exploração. E isto sem falar naquilo que o treino individual nos clubes deveria resolver: formações-ordenadas e alinhamentos que se têm mostrado muito pouco eficazes com causas que vão desde o facto de trabalho pouco objectivo com situações, como nos alinhamentos, em que os jogadores parecem desconhecer-se uns dos outros. E depois há uma incapacidade brutal e indisculpável de jogar de acordo com as Leis do Jogo, demonstrando pouca preocupação em treinos e jogos — de que resulta quer perdas de terreno, quer pontos adversários. Tudo de borla… E aqui também não existe um reconhecimento da importância dos árbitros para o desenvolvimento do jogo e dos jogadores.

E a solução com que se pretende resolver o problema não é brilhante, sendo mesmo perigosa: porque assenta na disponibilidade dos jogadores portugueses que jogam no estrangeiro. Principalmente aqueles que jogam em França. E é perigosa porquê? Porque depende de decisões que não controlámos. Explico-me: se os jogadores que alinham no TOP 14 são os menos problemáticos — são 2 os internacionais portugueses que aí alinham — uma vez que, no calendário internacional, os jogos internacionais do 6 Nações fazem parar o campeonato francês e, portanto, libertam os portugueses, já no PROD2 não é assim e ficaremos dependentes da vontade dos dirigentes dos clubes franceses. O que pode resultar bem ou mal… não falando já nos problemas de comunicação — alguns dos portugueses que jogam em França não falam português e os portugueses já não falam — ao contrário do meu tempo — francês. E esta situação — antes de se descobrir que Hasse fala as duas línguas — até já provocou derrotas à equipa…

E para que o rugby português cresça, se desenvolva e garanta mais jogadores, mais público e mais patrocinadores é necessário que a Selecção Nacional seja uma absoluta atracção. E isso exige que haja lugares para os jogadores que actuam por cá — e para essa atracção não chegam os Lusitanos, menos ainda se continuarem com resultados negativos. Ou se não servirem, como parece acontecer, para ganho de experiência competitiva e, portanto, para o fim que foram criados.

A solução é óbvia e está de acordo com a nossa dimensão: reduzir o número de equipas no campeonato principal— já fiz a proposta de duas divisões de 6 equipas cada e a 3 voltas — 15 jogos contra os 18 actuais — com ou sem  playoffs. Criando assim duas divisões equilibradas e competitivas que exigiriam uma superior organização colectiva e individual de cada equipa e possibilitando a melhoria contínua dos jogadores. No entanto e sendo este processo uma evidência para a melhoria do nosso Desporto com as vantagens da atracção envolvente que criaria, ninguém terá ligado algum à proposta…enfim…

É que não vale acreditar na ida ao Mundial se é pouco o que se faz para isso — e os adversários directos estão
cada vez mais organizados e a prepararem-se melhor. Esperemos que haja ainda tempo para a mudança…
… e que o jogo deste fim-de-semana contra os ditos Iberians nos mostre alguma melhoria. A ver vamos.




segunda-feira, 30 de setembro de 2024

ÁFRICA DOS SUL VENCEDORA DO CHAMPIONSHIP 2024


 As grandes equipas têm destas coisas: quando toca a sério, é a sério. E assim a África do Sul derrotou os argentinos por um diferença de 41 pontos num jogo de grande qualidade, garantindo o 1º lugar da classificação do torneio e a Nova Zelândia, com uma diferença de 20 pontos, derrotou a Austrália e atingiu o segundo lugar da Championship. E com estes resultados não houve, ao contrário das possibilidades que havia, qualquer alteração no Ranking da World Rugby, tendo o posicionamento e os pontos ficado os mesmos da semana anterior. 

Qualquer dos jogos foi muito bom de ver, mostrando-nos claramente modelos e formas do jogo muito avançadas e mostrando também o domínio dos gestos técnicos críticos que, não existindo, não permitem a continuidade de movimento sem a qual o número de fases que provocam os desequilíbrios ataque/defesa não são possíveis. Ver jogos destes — a que se podem juntar, porque se ganha também muito em vê-los, os jogos do rugby feminino do W.XV — permite repensar a inteligência táctica necessária aos jogos de nível superior. Para além da maior intensidade, a articulação colectiva, a compreensão das sequências, a capacidade de reação para se disponibilizar imediatamente em apoio, exigem uma capacidade física cada vez mais apurada. Uma atenção que os jogadores e as equipas portuguesas devem levar em linha de conta…

No penúltimo jogo das duas equipas adversárias dos Lusitanos nas próximas jornadas, os Black Lions não tiveram quaisquer problemas em derrotar os ditos Iberians por 26 pontos de diferença, marcando 7 ensaios contra os 3 marcados pelos espanhóis. 

Os Lusitanos defrontarão em Tbilisi, Avchala Stadium, os Black Lions em 12 de Outubro para depois irem terminar a sua prova a 20 de Outubro em Burgos contra os ditos Iberians de Espanha.

A vitória no torneio da equipa georgiana não deverá estar em causa — tem já 15 pontos contra 5 dos Lusitanos e zero dos ditos Iberians — embora os Lusitanos se conseguirem duas vitórias por 5 pontos (4 ensaios com diferença positiva de 3) atingirão também os 15 pontos mas terão dificuldades em conseguir o desempate para o seu lado. No entanto não se podem deixar surpreender pela equipa espanhola — perder por mais de 3 ensaios de diferença com 4 ensaios sofridos — para garantir, no mínimo o 2º lugar.

sábado, 28 de setembro de 2024

ÚLTIMA JORNADA DO RUGBY CHAMPIONSHIP 2024

 

Estes jogos da última jornada podem fazer alterações no actual Ranking da World Rugby mas, no entanto, as previsões apontam para que não haja surpresas — curiosamente a África do Sul só voltará ao 1º lugar do Ranking se empatar o jogo com a Argentina uma vez que a vitória — pela diferença de pontos de ranking existente entre ambos — não lhe dá pontos de conquista e 1 ponto que o empate dará a ambas as equipas, permitirá aos sul-africanos ultrapassar os actuais 92,12 pontos da Irlanda e regressar ao topo da tabela.

Com 5 pontos de classificação de diferença a África do Sul só não ganhará o Championship se perder sem conseguir um bónus defensivo, conseguindo os argentinos marcarem 4 ensaios e obtenham assim um ponto de bónus ofensivo. No entanto a derrota dos Pumas pode permitir o acesso ao segundo lugar dos neozelandeses, caso estes vençam, como é previsível, os australianos. Portanto e de acordo com as previsões a classificação final dará a vitória à África do Sul e o segundo lugar à Nova Zelândia. A ver…

No Rugby Europe Super Cup, os georgianos dos Black Lions recebem os espanhóis ditos Iberians antes de receberem os Lusitanos a 12 de Outubro que ainda jogarão em Tiblisi, contra os Black Lions e para fecho da competição, em Burgos, contra os ditos Iberians a 20 de Outubro.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

FIJI VENCE PACIFIC NATIONS E OS LUSITANOS ESTIVERAM MAL


Com a vitória, por um ponto de diferença— num jogo com ensaios muito bem construídos e com o falhanço da penalidade de Mannie Libbok no último minuto de jogo — da Argentina sobre a África do Sul que, aliás, jogou sem sete habituais titulares seguindo a tese de Erasmus de garantir 30 jogadores do mesmo nível para conquistar o Mundial da Austrália, a Irlanda passou de novo para o 1º lugar do Ranking da World Rugby. 

Derrotando, pela primeira vez numa mesma época, os três grandes do Sul, a Argentina sonha agora com a hipótese de vitória na Championship — precisa de uma nova vitória sobre os Springboks, marcando 4 ensaios e não permitindo o ponto de bónus defensivo aos sul-africanos. Nada fácil mas como sonhar não é proibido…

Derrotando, fora e por 3 pontos de diferença, a Austrália, a Nova Zelândia espera, para poder chegar ao 2º lugar da Championship, que o filme do jogo Springboks-Pumas seja diferente do sonho argentino e tenha uma vitória sul-africana e que vença de novo e no Sky Stadium de Wellington, a Austrália.

Fiji, derrotando o Japão por expressivos 41-17 (24 pontos de diferença), venceu o Pacific Nations enquanto que Samoa, vencendo os Estados Unidos por uma diferença de 6 pontos, classificou-se em 3º lugar.

Com estes resultados o Ranking da World Rugby e para além do já assinalado acesso da Irlanda ao 1º lugar mas que o poderá perder se houver um empate no jogo do Mbombela Stadium, sofreu alterações — troca da Escócia com a Argentina, de Fiji com a Austrália e de Samoa com o Japão — que abrem enormes expectativas para os jogos internacionais deste Outono.


Na Super Cup europeia e depois de uma vitória sobre os espanhóis ditos Iberians, os nossos Lusitanos defrontaram os georgianos dos Black Lions e viram-se derrotados por 38-14 depois de terem estado a perder por 38-0 no final do terceiro-quarto do jogo, sofrendo 6 ensaios. Mais uma vez os Lusitanos mostraram os defeitos do rugby português que parece distraído destes permanentes erros competitivos: os portugueses fizeram faltas infantis que permitiram entregas grátis de terreno que só podem ser explicadas por uma de duas razões: ignorância das Leis do Jogo ou desconcentrações negligentes e desadequadas à importância do jogo. E assim não é possível!

Por outro lado, os portugueses continuam a não ser capazes de atacar próximo da linha-de-vantagem, dando, com o terreno que entregam, toda a vantagem à defesa adversária que, para além de conquistar terreno, entrega uma superioridade numérica que torna a defesa mais capaz. E perceber isto, esta geografia táctica de terreno, não é dificil desde que se percebam os Princípios Fundamentais do Jogo e que, longe de viver das habilidades individuais, o Rugby é um exigente jogo-colectivo que impõe a coordenação e adaptação entre todos os membros da equipa. E os portugueses não o fazem!

Para além desta incapacidade, os Lusitanos mostraram-se incapazes de realizar movimentos e suas alterações — linhas-de-corrida convergentes e divergentes, combinações falsas e verdadeiras de dobras, cruzamentos e jogo-ao-pé alternado em rasteiro e balão, tirando o melhor partido da nova lei de fora-de-jogo e garantindo um mínimo de conquista de terreno— que desequilibrem a defesa e abram intervalos por onde se pode atingir a área-de-ensaio. E a isto é necessário juntar o reconhecimento de que a conquista de terreno é fundamental para aumentar a pressão sobre os adversários.
 
Temos que nos lembrar que temos um Campeonato do Mundo onde pretendemos estar presentes e que isso, implicando a coesão de clubes, treinadores, árbitros e selecções, não permite distrações.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

FIJI-JAPÃO NA FINAL DO PACIFIC NATIONS CUP


Na penúltima jornada a África do Sul — a quem falta apenas uma vitória para vencer o Championship — jogará contra os Pumas na Argentina. Com uma previsão de vitória por 16 pontos de diferença, será o mais provável embora a Irlanda esteja a fazer figas a pedir uma derrota dos Springboks para voltar ao 1º lugar do ranking mundial. Jogando às nossas 22 horas deste sábado, próximo da meia-noite já saberemos se o pesado sonho irlandês abriu uma brecha e se tornou realidade.

Na Austrália, AllBlacks e Wallabies juntam ao jogo oficial a disputa anual da primeira mão da tradicional Bledisloe Cup com o favoritismo, embora jogando fora, a cair nas mãos dos neozelandeses. e se assim fôr, os tempos actuais dos australianos confirmarão, mais uma vez, as suas actuais incapacidades competitivas (lembre-se a recente derrota contra os Pumas por 40 pontos de diferença…)

No Pacific Nations Cup, Fiji vai disutar a final com o Japão enquanto o 3º e 4º lugares se disputarão entre os Estados Unidos e Samoa que surgirão como favoritos. Na final o favoritismo vai para os fijianos que, pela previsão, poderão ganhar por 16 pontos de diferença. No entanto e nos jogos recentes desta taça, ambas as equipas venceram os seus três jogos, marcando ambas 13 ensaios — o que permite perspectivar um jogo interessante de resultado imprevisível até ao fim, tudo dependendo da capacidade defensiva japonesa e da sua capacidade física para garantir que manterão a pressão suficiente durante um tempo de jogo que se prevê de grande intensidade. 

No mesmo dia de hoje continua a disputar-se o Rugby Europe Super Cup com os Lusitanos, no Jamor, a receberem os georgianos Black Lions. Tendo ambas as equipas derrotado a Espanha — os portugueses por 36-18 com a marcação de 5 ensaios e conquistando assim 1 ponto de bónus ofensivo e os georgianos com uma mais folgada vitória — também com um ponto de bónus ofensivo com 8 ensaios marcados — traduzida num resultado final de 54-3. O jogo não será fácil para os Lusitanos que tudo farão para mostrar que o empate entre as duas selecções principais conseguido no Mundial não terá sido obra do acaso. 

terça-feira, 10 de setembro de 2024

SURPREENDENTE ARGENTINA


Ser argentino e ter estado no estádio de Santa Fé será uma memória para guardar para a eternidade. A vitória de 67-47 com 9 ensaios contra os Australianos e depois de ter estado, aos 29’ de jogo, a perder por 20-3, é obra. A valer mandar imprimir T-shirts com “eu estive lá!” sobre uma foto do jogo. 
De novo se confirmou a característica “preferida” deste equipa argentina — são capazes do pior e do melhor. Mas desta vez, recorrendo, em jogo completo, ao abertura do Benetton Rugby, Tomas Albornoz, a “conversa” foi diferente e o jogo de movimento deu cabo da defesa australiana ao garantirem 99 ultrapassagens da linha-de-vantagem e 17 passes-em-carga (off-loads). Nestas contas também se deve notar uma maior disciplina colectiva ao não ultrapassarem 5 penalidades contra 11 dos australianos. Notável vitória dos Pumas com uma inesperada diferença de 40 pontos. Quem diria?…

No jogo entre os Springboks e os AllBlacks, nova vitória sul-africana. E desta vez com uma clara demonstração — apesar de que a composição do XV inicial me ter feito pensar num retorno ao passado — de que o rugby sul-africano mudou e o movimento e a sua continuidade comanda a sua “nova” forma de jogar. De tal maneira que o banco foi, ao contrário do que vinha sendo habitual, formado apenas com 5 avançados — dois eram 3ª linhas —e 3 linhas atrasadas. Mas houve mais: os Springboks prescindiram de chutar aos postes 5 penalidades de bom posicionamento, para procurarem a conquista de terreno e da bola nos alinhamentos seguintes. E o jogo — e nós espectadores — ganhou com estas decisões. E assim a África do Sul caminha a passos largos — já tem 8 pontos de diferença na classificação — para a vitória final.


No jogo realizado no CAR do Jamor e a  contar para Rugby Europe Super Cup, os Lusitanos venceram os (ditos) Iberians pelo belo resultado de 36-18, marcando 5 ensaios — tendo sofrido apenas 2 garantiram 1 ponto de bónus ofensivo. 

Num jogo com bastantes falhas — neste início-início de época o jogo e a coesão fazia pela memória da época anterior — os portugueses mostraram-se bastante superiores e conseguiram alguns movimentos bastante interessantes com o apoio a aparecer mais ligado e, em alguns momentos, a ver-se o recurso  mão de Simon Mannix — ao losango, garantindo assim a continuidade do movimento. No sábado 21 de Setembro e também no Jamor, disputar-se-á o Lusitanos-Black Lions  da Geórgia.

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

DE NOVO UM SPRINGBOKS-ALLBLACKS


No Rugby Championship dois jogos em que qualquer das equipas vai tudo fazer, pesem embora as previsões, para vencer e garantir a proximidade competitiva e a “moral” dos seus adeptos. No entanto as equipas da casa — Springboks e Pumas — têm o favoritismo. E para o garantir e depois do que se passou no jogo de há oito dias, os sul-africanos deixam de fora as novidades desta época como Sacha Feinberg-Mngomezulu — o abertura que mostrou novas capacidades do jogo sul-africano — e que é substituído pelo conhecido Handre Pollard, ficando no banco ou o defesa Aphelele Fassi que não faz parte do 23 que constitui a equipa. Voltando ao antigo conceito que lhes permitiu a conquista dos mundiais, estas alterações também significam algum receio... A adaptação dos AllBlacks ao mais que provável jogo ao pé longo dos Springboks parece fazer-se — embora numa estranha supresa — com a saída de Bauden Barrett e a deslocação do excelente ponta Will Jordan para a posição de defesa. A maior curiosidade será no entanto ver como os AllBlacks, para além da sua melhor adaptação aos conceitos da arbitragem,  conseguirão enfrentar a rush defense — convenhamos que com muitas saídas em fora-de-jogo a impedir a possibilidade de ataque organizado…

No embate entre Pumas e Wallabies a “vingança” argentina é uma exigência quase absoluta dos seus adeptos. No entanto os australianos querem mostrar que estão a atingir o seu nível habitual e como terão ainda de enfrentar os neozelandeses... A ver vamos.

Na Pacific Nations Cup os adversários directos — lugar acima e lugar abaixo — de Portugal são Tonga e Japão cujos resultados, defrontando Fiji e Estados Unidos, podem interferir com a posição dos Lobos no Ranking da World Rugby. A derrota, mais do que provável de Tonga e que lhes custará entre 0,34 e 0,50 ponto de ranking, consolidará, de momento, a 15ª posição portuguesa.

No nosso CAR do Jamor os Lusitanos defrontam os espanhóis ditos Iberians na 1ª jornada do Rugby Europe Super Cup com a curiosidade de se poder ver a capacidade dos jogadores portugueses que, como se sabe, não tiveram, depois de começada a época e após o defeso, jogos que lhes permitam as adaptações físicas, técnicas e tácticas necessárias à eficácia do jogo competitivo. Dir-se-á que dependerão da memória a comandar as acções… 

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

ÀFRICA DO SUL NA FRENTE (felizmente com rugby mais interessante)


 Ao contrário das previsões — vitória das equipas da casa por 15 pontos de diferença — os resultados desta 3ª jornada foram resvés e a minutos do fim, qualquer das equipas poderia vencer. Curiosamente os AllBlacks, ao contrário das estatísticas mundiais, perderam um jogo em que marcaram mais ensaios. De facto os AllBlacks perderam um jogo que deviam ter ganho — estiveram a ganhar por 10 pontos de diferença e venciam a 10’minutos do fim. Mas há razões visíveis para a derrota, apesar da demonstração de franca melhoria no jogo colectivo, mas a indisciplina — dizem os neozelandeses que não percebiam os critérios da arbitragem… — levando a 14 penalidades, com 10 delas no próprio meio-campo das quais os sul-africanos converteram 4. Por outro lado os neozelandeses não conseguiram o número de rucks que lhes permitissem conquistar a vantagem no desequilíbrio do jogo. Por outro lado as substituições neozelandesas realizadas não foram capazes de se opôr ao “bomb squad” sul-africano e “entregaram” o jogo no último quarto-de-hora. Com este resultado com 4 pontos de diferença a mostrar que os AlBlacks já estão muito próximos dos Springboks, o jogo do próximo sábado promete. E fica a esperança que o actual modelo de jogo que estão a utilizar se vá desenvolvendo e nos permita, enquanto espectadores, um superior divertimento.

No outro jogo verificou-se de novo aquilo que parece ser um problema argentino: os Pumas não são consistentes! Fazem um ou outro grande resultado e pelo meio, perdem-se. Neste caso perderam-se com a vitória no bolso. Há qualquer coisa naquele grupo que não funciona na perfeição. Eventualmente parece faltar coesão, por isso, consideram momentos de níveis superiores como fixos mas que não conseguem sustentar. Vai ser interessante o que poderão mostrar na 4ª jornada de sábado. Quanto à Austrália, conseguiu subir a um nível mais próximo do seu normal. Ao ganhar no último momento do jogo, mostrou-se mais consistente do que o habitual conseguindo vantagem nos rucks e nos alinhamentos e mostrando-se muito capaz nas formações-ordenadas.

A classificação geral coloca a África do Sul no 1º lugar com uma vantagem razoável e que a torna como principal favorita à vitória final. O que não admirará muito porque, sendo campeões do mundo, mantêm ainda e actualmente o 1º lugar do ranking da World Rugby.



sexta-feira, 30 de agosto de 2024

TERCEIRA JORNADA DO RUGBY CHAMPIONSHIP


A 3ª jornada do Rugby Championship traz-nos um jogo que está a levantar enormes expectativas: África do Sul contra a Nova Zelândia no estádio Emirates Airline Park (novo nome do conhecido Ellis Park Stadium de Johannesburg). A capacidade competitiva dos Springboks está demonstrada e, para os contrariar, os AllBlacks apresentam uma forte equipa com o retorno de Scott Barrett que volta ao posto de capitão e recompõe o trio dos irmãos Barrett que têm a experiência de um total de 262 internacionalizações. Jogo a não perder seja em directo, seja em deferido. Para além do espectáculo, muito se pode aprender estratégica, técnica e tacticamente.
Se houver vitória AllBlack — espera-se, com a retirada do treinador Mac Donald com base no desacerto de modelo de jogo com Robertson uma maior coordenação no movimento e nas decisões colectivas — e se for superior — ao contrário da previsão estabelecida na tabela acima — a 15 pontos de diferença, os neozelandeses, com a conquista de 2,61 pontos, ultrapassarão os sul-africanos e entregarão o 1º lugar do ranking World Rugby à Irlanda que manterá os seus 92,12 pontos.
No que diz respeito ao outro jogo entre argentinos e australianos a vitória da Austrália constituiria uma enorme surpresa e, por maior que seja a esperança, não deve acontecer. Até porque a equipa que os Pumas vão apresentar é bastante forte com três substituições com a entrada de Joel Sclavi, Franco Molina, Marcos Kremer a que se junta  Agustin Crevy que, com 109 internacionalizações, fará  — em La Plata, sua terra natal — o seu último jogo internacional, começando o jogo no banco, fazendo parte dos 23 jogadores que formam a equipa dos Pumas.

domingo, 18 de agosto de 2024

AÍ ESTÃO DE VOLTA OS ALL-BLACKS


A fortaleza do Eden Park fez as suas exigências — “Aqui não se perde!”— e os jogadores,  reconheceram a importância da frase de Billie Jean King — “A pressão é um privilégio” —  que se encontra no Arthur Ashe Stadium de New York e conseguiram entrar na Zona onde a alta qualidade da sua formação e preparação, vindo à flor da pele, torna a equipa uma máquina oleada com losangos construídos em permanência para cada momento de encontro decisório e onde os passes saem com uma naturalidade notável, as recepções se fazem com facilidade, o jogo-ao-pé transforma-se numa permanente dor de cabeça para adversários e o todo a sobrepôr-se ao cada um que veste a camisola preta, possibilitando a compreensão colectiva global e imediata. E chovia…

E assim, a derrota da semana passada transforma-se num vitorioso 6-1 de ensaios (42-20 com 35-3 ao intervalo). E aqueles que faziam já a cama a Robertson, o ganhador constante do rugby neozelandês com os Crusaders, terão que esperar por outros tempos. Como especial curiosidade: de que terão falado entre eles todos e que tipo de treino terão feito nesta semana preparatória que os levou à mudança da noite para o dia? Vale a pena reflectir nesta mudança e tentar perceber o seu processo.

No outro jogo não houve surpresas e deu-se a vitória mais do que esperada: África do Sul, 30 - Austrália, 12 com um 4/0 de ensaios. 

A classificação é comandada pelos sul-africanos que, para serem alcançados, exigem — no próximo 31 de Agosto — a vitória dos All-Blacks, em Johannesburg no antigo Ellis Park Stadium e agora chamado de Emirates Airlines Park, com um ponto de bónus ofensivo. Tarefa muito difícil para um jogo a não perder e que se espera de grande categoria. 


sexta-feira, 16 de agosto de 2024

SEGUNDA JORNADA RUGBY CHAMPIONSHIP


 Os All-Blacks têm — por obrigação para com os seus adeptos — de rectificar a derrota da semana passada num jogo em que os neo-zelandeses cometeram muitos e pouco habituais erros e ainda deram uma demonstração de indisciplina que permitiu boas penalidades aos argentinos. Com necessidade da vitória, o jogo está a levantar enormes expectativas e vê-lo neste fim‑de‑semana será um objectivo dos apaixonados da modalidade.

Apesar de substituir 11 dos jogadores da equipa do último fim‑de‑semana  — os que entram jogaram contra Portugal — a África do Sul não deve ter muitos problemas para conseguir a vitória. Por um lado por que está a jogar muito bem num tipo de jogo mais interessante e mais próximo do jogo-de-movimento e, por outro, porque a baixa da Austrália não teve ainda tempo para se recompôr. No entanto, sendo a Austrália herdeira de um rugby de alto nível, poderá superar-se e ser ela a provocar uma surpresa, mas os adeptos dão 86% de hipóteses de vitória aos sul-africanos.

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

SURPRESA ARGENTINA

 Neste início do Rugby Championship a grande surpresa foi a vitória (38-30) da Argentina sobre a Nova Zelândia — o ressentimento dos adeptos (as previsões garantiam 83% de hipóteses de vitória dos All-Blacks) só pode ter a sua importância reduzida na visão das 3 medalhas de ouro conquistadas nos Jogos de Paris pela canoísta Lisa Carrington a juntar às cinco já conquistadas em anteriores olimpíadas.

Ao intervalo, os All Blacks venciam por 20-15 mas logo no início da 2ª parte os Pumas chegaram ao empate e coseguiram manter-se suficientemente próximo do resultado para, aos 58’passarem para a frente do rsultado. Curiosamente não há — de acordo com as estatísticas do jogo e com excepção das formações-ordenadas (houve 4 no jogo e todas com introdução e conquista dos Pumas) não houve superioridade suficiente para explicar a vantagem final. E a conclusão só pode ser uma: indisciplina e falta de rigor técnico permitiram a superioridade argentina.


O jogo entre a Austrália e a África do Sul não teve história — 5 ensaios contra apenas um australiano.— tal foi a superioridade na eficácia da utilização dos Springboks.

No final da semana haverá repetição dos jogos e as expectativas fervem…

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

BLACKS FERNS REPETEM OURO

Haka vitorioso das Black Ferns

As Black Ferns venceram, ao derrotar as surpreendentes canadianas por 19-12, os Jogos Olímpicos de Paris repetindo o título de Tóquio 2021 e conquistando o Ouro pela segunda vez consecutiva. 

Chegando empatadas 12-12 ao intervalo, as canadianas obrigaram as neozelandesas ao seu melhor para garantirem, na 2ª parte, a sua superioridade. Interessante jogo com momentos de muita boa qualidade. Parabéns Black Ferns, parabéns Nova Zelândia.

Quem não merece quaisquer parabéns é a Eurosport que descriminou de forma absurda e sem critério o Sevens Feminino dando-nos apenas acesso a 1 dos 34 jogos — a final — que constavam do Torneio Olímpico de Sevens Feminino. E o mínimo seriam os quatro jogos das meias-finais e mais os outros dois que definem as principais classificações (embora como até ao 8º classificado existem Diplomas Olímpicos não seria mau que pudessemos ter visto todos os jogos em que estavam prémios em disputa). Por essa decisão não tivemos acesso ao super-momento do jogo da meia-final entre a Austrália e os Estados Unidos e em que, a 95 metros da área-de-ensaio das australianas e a 10 segundos do fim do jogo, uma americana, Alex Sedric, captou a bola e correu o campo inteiro para garantir a vitória résvés (14-12) com a marcação do ensaio, gastanto todo o tempo de jogo e tendo ainda direito à respectiva transformação em frente aos postes para garantir a vitória da sua equipa e conseguir para os USA a medalha de bronze dos Jogos.

E este momento formidável foi-nos cortado por uma visão distorcida do Desporto: as Senhoras que jogam Rugby Sevens  não são umas meninas incapazes que nada sabem do jogo. Pelo contrário, sabem jogar e as suas prestações competitivas são muito interessantes (vi — por pouco tempo mas numa constância de propostas — jogos de futebol de Sub-24, a categoria olímpica do Paris 2024, de muito pouco interesse ou nível. Mas estavam lá, a ocupar um canal, o dia inteiro…). Não percebo a decisão tomada e não gostei dela!



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